“Esta aventura aconteceu porque Deus estava conosco. Ia um pouco afastado de nós, é certo, tendo em vista que ficar muito próximo de dois malucos é altamente perigoso.”
O autor da frase acima é o Carioca João Cruz, que já nos brindou aqui no Viagemdemoto.com com diversos textos que contam a história do motociclismo brasileiro.
Motociclista experiente, pilota desde 1953. Já possuiu muitas motocicletas, viajou pelo Brasil afora e por isto tem muita história para contar. Uma delas, talvez a mais incrível, foi uma viagem que ele fez em 1960 com o companheiro Fernando na garupa de sua Norton 500cc 1956. Ele escreveu detalhes dessa viagem em um caderno de anotações, que depois transformou em livro. Leia abaixo a sinopse desse livro:
Em 1960, quando a BR-116 (Rio – Bahia) era de terra e considerada “estrada da morte”, durante 41 dias piloto e garupa, numa motocicleta, percorreram 6.000km através de 6 estados brasileiros, tendo por objetivo sair do Rio de Janeiro para verem o frevo e o carnaval do Recife-PE. Mas por assumirem compromisso na ida, a viagem estendeu-se até Campina Grande-PB. Embora já sem dinheiro, sob muita chuva, atoleiros, frio e fome, foram mais além para cumprirem o referido compromisso.
Mas dentre os vários acontecimentos no percurso, dinheiro arranjaram para prosseguir viagem e até vida conseguiram salvar. Viram também um “ardil” existente na estrada que, tivesse ele funcionado contra peculiar família de retirantes, a História do Brasil estaria contada de outra forma.
Narra o encanto e o carisma existente nesse valoroso e incongruente nordeste, dotado de enorme beleza e clássica crueza. Faz veemente relato desses aguerrido povo, que embora abandonados pelo governo, sentem orgulho por serem brasileiros.
Enfim, é uma escola de vida onde se descobre que esperança, perseverança e força de vontade para conseguir-se o impossível, todos nós temos. Basta apenas acreditar e executar.
Curiosidade: uma Norton 500, só que de 1939, foi a moto que Ernesto Che Guevara usou em sua viagem pela América do Sul, história retratada no livro e reproduzida no filme “Diários de motocicleta”.
Deixe um comentário