23º dia – Jujuy – Pampa del Infierno

Arrumamos a bagagem, passamos num caixa eletrônico para sacar uns pesos e comprar refrigerante e água em um supermercado. Seguindo a dica do recepcionista do hotel, fomos para um posto encher os tanques das motos. Quando chegamos ao posto comemoramos ter somente três veículos na fila. Nossa alegria durou pouco. O frentista veio nos falar que aquela fila era para diesel, que gasolina era outra fila na outra rua. Fomos para a outra fila que tinha uns 100 carros… A fila ficava numa subida leve e andava de cinco em cinco metros. Liga a moto, anda cinco metros, desliga, espera cinco minutos, liga a moto, anda cinco metros… Vimos muitas famílias nos carros, acho que era um tipo de programa de domingo dos argentinos ir para a fila do posto para abastecer o carro e um tanque reserva.

Uma hora e quarenta e cinco minutos depois conseguimos abastecer e fomos calibrar os pneus. Já vínhamos lutando há uns dias para calibrar o pneu traseiro da Road King do Marcelo. A Harley não podia ter arrumado um lugar pior para colocar o bico. Em alguns postos a ponta do calibrador era grande e não cabia entre os raios da roda. Conseguimos calibra o pneu e pegamos a estrada debaixo de muito calor.

E bota calor nisto. Calor úmido superior a 40 graus e o vento, que normalmente é uma ajuda do motociclista para refrescar, também vinha quente. Parecia que estávamos no sol com uns dois secadores de cabelo ligados no máximo voltados para a gente. Um horror.

Passando por uma cidade chamada Metan eu vi um posto numa ruazinha com uma pequena fila. Fomos para lá e tinha uma fila para motos e outra para carros. Abastecemos em 20 minutos e fomos fazer um lanche na lojinha. Enquanto isto acabou a gasolina do posto. Desta vez tivemos sorte.

Depois passamos num caixa eletrônico para sacar mais pesos, pois na Argentina quase nada aceita cartão. E a máquina engoliu o cartão do Marcelo…

O lugar é muito plano, numa altitude média de 200 metros sobre o nível do mar, com uma vegetação baixa de um lado e do outro da estrada, como o sertão brasileiro, nenhuma árvore que seja que proporcionasse uma sombra se quiséssemos parar para descansar um pouco. Que calor. Ontem estávamos atravessando os Andes e brincando na neve e hoje sofríamos com o calor infernal.

O asfalto estava relativamente bom, com alguns trechos com emendas feitas de pedras, mas muito bem assentadas que não chegavam a causar problemas. Poucos buracos. Muitas irregularidades e muitos trechos sem sinalização

No terceiro posto havia uma fila mas foi rápido, em pouco mais de meia hora havíamos abastecido. Me estressei com um “espertinho” que chegou mansinho e entrou na nossa frente. Acho que ele entendeu que eu não gostei e voltou para trás.

O último posto que paramos para abastecer foi já próximo de nosso destino, estava anoitecendo e não havia fila. Nossa sorte estava mudando… Mas o preço da gasolina na Argentina é a mais cara até agora, mais que no Brasil.

Chegamos em Pampa del Infierno – é isto mesmo, a cidade onde dormimos tem este nome. Imagina o motivo? É por causa da temperatura fria – com os últimos raios de sol. O GPS não indicava nenhum hotel e nas pesquisas que fiz na internet não encontrei sites, mas sabia que haviam algumas opções. Encontramos um hotelzinho simples mas bem confortável e barato. Haviam outras opções de hotéis na cidade.

Números do dia:

Distância percorrida: 740,1 km
Distância total: 8.987 km
Gasolina: R$ 133,05
Valor por litro: R$ 3,462
Lanches: R$ 14,05
Jantar: R$ 15,72
Hospedagem: R$ 39,30

{gallery}0212/altiplano/23{/gallery}


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *