De Sorocaba a Toronto: uma lição de humanidade

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“Você sabe o que significa sair do Brasil de motocicleta e chegar aos Estados Unidos? É uma lição de humanidade. As diferenças são tão absurdas que nenhum curso, mestrado ou doutorado poderá ilustrar um milésimo do que você aprende seguindo a Rodovia Panamericana.
Na minha opinião, a verdadeira Universidade da América”, declara o curitibano Clodoaldo Turbay Braga, em um pequeno trecho de seu livro Alaska, além do Círculo Polar Ártico. As palavras ilustram a última – e maior – experiência do sorocabano Wagner Alexandre Corrêa, de 41 anos, em cima de uma moto.

O trecho de Sorocaba a Toronto, no Canadá, incluiu quase quatro mil quilômetros pelo interior do Brasil, além de uma travessia por 11 países: Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, México, Estados Unidos e o próprio Canadá. No total, foram 18.100 quilômetros, percorridos em 34 dias. O livro de Clodoaldo foi, de forma mais imediata, o que contribuiu para que Wagner tomasse a decisão de fazer a viagem.

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Com uma simples ida até Campo Grande (no Mato Grosso do Sul) na cabeça, Wagner deu início à viagem na Wagner viajou em uma Suzuki VStorm 1000cc. Tudo começou com a ideia de visitar o irmão, que mora em Torontomadrugada do dia 24 de julho deste ano. “Uma longa jornada começa com o primeiro passo, certo?”, explica-se. De lá, seguiu para Cáceres (no Mato Grosso) e, em seguida, Ariquemes (em Rondônia). As pessoas, segundo Wagner, se aproximavam e puxavam conversa sobre seus planos.

Não é comum encontrar motos grandes nestas regiões do País, muito menos de partida para os Estados Unidos e o Canadá. “As pessoas enlouqueciam, era divertido ver suas reações. Achei que me invejavam bastante, mas no bom sentido. De vez em quando, para encurtar conversa, precisava dizer que estava viajando sem rumo”, lembra o viajante. Este clima amistoso, conta Wagner, seguiu a viagem toda: mesmo em locais que o sorocabano acreditava que passaria indiferente. “Os americanos também foram ótimos. Fui paparicado nas estradas, recebendo muita atenção e solidariedade em 99% do tempo”.

O máximo da altitude entre Marcapata e Cuzco

“Minha alma já nem cabia mais dentro do corpo”

De Rondônia, o sorocabano seguiu para Rio Branco (no Acre), onde a viagem começou para valer. Era o início da Rodovia do Pacífico, que liga a cidade de Assis Brasil, na fronteira entre Iñapari (no Peru) e o Oceano Pacífico, até a cidade de Lima, na capital do país peruano. “Antes de ser concluída, era uma grande aventura se arriscar pela estrada. Hoje rodamos tranquilamente em asfalto muito bom, mil vezes melhor que no Brasil, lamentavelmente. E ainda curtimos curvas e paisagens deslumbrantes”, continua.

Wagner passou por cidades como Puerto Maldonado, ainda na Amazônia peruana; Cuzco, a capital do Império Inca; e Nazca, onde se encontram as famosas Linhas de Nazca; até chegar à agitada e caótica cidade de Lima. Aí o sorocabano destaca o trecho entre Cuzco e Nazca, cuja paisagem andina é a mais bonita de que se lembra. “Minha alma já nem cabia mais dentro do corpo. Tem um céu lindo, montanhas fascinantes e, acima de tudo, uma vida bem mais tranquila, pelo que me pareceu”, relata. Pelo caminho, avistou camponeses vivendo, ao modo tradicional, em cultivos de subsistência com seus filhos e suas ovelhas. No contato com esse povo peruano, teve a melhor das impressões. “Eles trabalham só para o que precisam e cuidam muito bem de seus filhos, pois há tempo para isso”.

Seguindo para o Equador, pela Rodovia Panamericana, chegou à interessante cidade de Cuenca, rica em arquitetura colonial. De lá, tendo feito pouso em Quito, seguiu para a Colômbia das histórias assustadoras, que se revelaram falsas. “Cruzei todo o sul deste país até Bogotá, passando por Cali e, realmente, me senti muito seguro”, conta o sorocabano. O Exército nas estradas, de acordo com ele, sempre acenava efusivamente. A essa altura, Wagner já estava acostumado a tantos fuzis e metralhadoras, um cenário constante até a fronteira com os Estados Unidos.

Deserto deserto deserto

Um fato curioso neste ponto, relata o viajante, é que não existe estrada ligando a Colômbia ao Panamá. Ali localiza-se o Estreito de Darién, um lugar misterioso, que dizem ser bastante perigoso. Portanto, as opções são pegar um avião ou ir de barco, pelo Golfo de Urabá, até o Panamá. O sorocabano decidiu-se pelo avião e partiu para Panamá City. A América Central, segundo ele, inclui interessantes florestas, vulcões, montanhas e ruínas maias, além das belas praias dos oceanos Atlântico e Pacífico. No continente, Wagner só não esteve em Belize e El Salvador. Gostou bastante da Costa Rica e da Guatemala, onde fica Antigua. “É uma belíssima cidade colonial espanhola, com muito da cultura maia para se conhecer”. O que há de especialmente ruim neste trecho do caminho, admite o viajante, são as fronteiras. “Exigem toda a nossa boa vontade para contrabalançar toda a estupidez desses controles”, lamenta.

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O espanto foi maior, entretanto, quando Wagner chegou aos Estados Unidos da América: uma simples linha de fronteira atravessada e tudo ficou diferente. “As estradas são perfeitas e muito bem sinalizadas, zero de pobreza, nada de improviso, tudo gigantesco, cidades planejadas e impecáveis”, resume. O sorocabano foi do Texas à Louisiana, se apaixonando por New Orleans. Seguiu atravessando o país de sul a norte, passando pelos estados do Mississipi, Alabama e Tenesse até Michigan. Wagner fez pouso em Detroit e, finalmente, chegou à pequena Markham, ao lado de Toronto. No destino final, reencontrou a família e pôde, inclusive, conhecer a nova sobrinha Sofia.

Wagner voltou para casa, mas o moto ficou em Toronto. Ficará estacionada na casa de seu irmão até as próximas férias, quando pretende retomar a rota. “Sob a inspiração do livro, estou mesmo a caminho do Alaska, mas não tenho tempo suficiente para chegar lá de uma vez só”, admite. Mesmo que ainda não tenha o percurso delineado nos detalhes, seu principal objetivo é partir rumo ao norte do Alaska: em Prudhoe Bay, Por fim, o viajante retornará aos Estados Unidos mas, aparentemente, não terá como voltar rodando para Sorocaba. Cumpridas as metas, pretende colocar a moto dentro de um navio e, em seguida, pegar um avião para casa.

Para narrar experiências

Não paguei a lhamita

Cada passo de Wagner entre Sorocaba e Toronto está descrito no “Diário de Bordo” Alma de condor, publicado aqui no site. Os ricos relatos, entretanto, surgiram de forma quase que acidental. De forma geral, é comum os viajantes tomarem notas sobre suas viagens – principalmente, após a propagação da internet – para dar notícias aos amigos e familiares, além de ajudar aqueles que pretendem fazer o mesmo percurso. O próprio sorocabano sempre levou consigo uma caneta e um bloquinho de anotações para suas aventuras, mas nunca foi escrita uma linha sequer. “Tanto que, desde 2007, uso o mesmo bloquinho. A preguiça é um defeitão, né?”, confessa.

Registrar viagem ajuda a conter a saudade

Na última das viagens, entretanto, a empreitada era maior e, consequentemente, havia mais gente de olho e aguardando notícias. Por isso, todos os dias o sorocabano escrevia um e-mail para sua esposa e, vez ou outra, para alguns amigos. Mas foi só quando o interesse dos leitores começou a aumentar que Alexandre passou a fazer relatos mais detalhados e extensos. Durante toda a viagem, foi motivado a escrever por um amigo de Votorantim, Adilson, que também lhe cobrava boas fotos. De lá para cá os relatos ganharam força e o próprio Adilson tratou de divulgá-los na internet. “Aí então eu tinha um espaço pra escrever o que queria e narrar as experiências no momento em que ocorriam”.

As saudades de casa, da esposa e duas duas filhas, conta Alexandre, acaba minando a vontade de um viajante solitário e pode, inclusive, comprometer o sucesso da viagem. O Diário de Bordo trouxe força para que o sorocabano seguisse em frente, além de ter ajudado muitos que planejavam fazer algo semelhante. “Eu usei muita informação de outros viajantes e agora posso retribuir, o que é muito legal”, acredita o procurador federal.

Mesmo com as vantagens, Alexandre não quer fazer de relatos e fotos o principal objetivo de suas viagens. O percurso é, para ele, um patrimônio pessoal e imaterial que se adquire para o próprio espírito. “Não acho que devemos transformar a viagem em uma coisa para se pegar, uma aquisição material, um troféu ou coisa assim. Isso iria contrariar o espírito de liberdade que coloco como ponto central dessas jornadas”.

Vulcão Chimborazo

De CB, Bandit ou Suzuki: “é muito duro ficar sem uma dessas máquinas incríveis”

Bem antes de conhecer Toronto, no Canadá, Wagner já havia rodado por muitas outras estradas sobre duas rodas. Com a primeira moto que adquiriu de um amigo – uma CB 450 bem usada, de 1985 -, começou a fazer pequenas viagens. Em especial, para as serras do Cipó e do Caraça, em Minas Gerais, além das praias do litoral paulista. “Foi no ano 2000. Eu já tinha quase 30 anos de idade e a moto metade disto”, diverte-se. As primeiras viagens maiores seguiram para Paraty e, em seguida, Florianópolis. Mas foi só quatro anos mais tarde que o sorocabano se aventurou em viagem solo para a Chapada dos Veadeiros, no vilarejo de São Jorge. “Também passei por Brasília. A paisagem por lá é muito bonita”.

Chegando à Guatemala. Fronteira Copán Ruinas Honduras

No ano seguinte, Wagner estacionou a moto, novamente sozinho, na Chapada Diamantina. “Foi uma viagem bem difícil. Fiquei pasmo com a péssima qualidade de nossas estradas”, ressalta. O roteiro incluía Governador Valadares, Teófilo Otoni e Vitória da Conquista (BR-116) até chegar em Lençóis, uma bonita cidade no interior da Bahia. Na volta, o sorocabano aproveitou para visitar o irmão que, na época, morava em Salvador. A moto, de acordo com ele, chegou “fumando” (queimando óleo). Foi aí que Wagner tomou a decisão de vendê-la e ficar um ano sem ir atrás de uma substituta, por questões financeiras. “Ano difícil esse. Depois que se começa a descobrir a liberdade e o encantamento que a moto pode proporcionar, é muito duro ficar sem uma dessas máquinas incríveis”, acredita.

Ruínas Maias. 100 a. C. a 800 d.C

As viagens foram retomadas somente no fim de 2007. Desta vez com uma Bandit 650, o procurador federal partiu rumo à Santiago, no Chile, na companhia de um amigo. De lá, seguiu sozinho para o extremo sul do continente americano: Ushuaia, na Argentina. A filha mais nova doente no hospital, entretanto, fez com que voltasse para Sorocaba em seis dias. Foram mais de mil quilômetros por dia só com dois mistos quentes e alguns refrigerantes. Apesar de não ter conhecido muita coisa ao longo do caminho, Wagner ganhou uma bíblia de um morador de Sierra Grande, na Península Valdés, que guarda até hoje.

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Em 2008, o sorocabano trocou a Bandit por uma Suzuki V-Strom, com 1.000 cilindradas. Para estreá-la, visitou o deserto de Atacama, no norte do Chile; e Punta de Leste, no Uruguai. Cruzou toda a Argentina até chegar à cidade de Mendonza para, em seguida, iniciar uma subida ao norte que culminou em Arica, na divisa com o Peru. Wagner retornou pelo Chaco Argentino até Foz do Iguaçu e, de lá, para Sorocaba outra vez.

Planejava chegar à Cartagena, na Colômbia, no fim do ano seguinte, mas não conseguiu resistir ao percurso. O sorocabano esbarrou no calor e nas frustrações da Venezuela, além da desmotivação por conta de uma rota que incluía ir e voltar pelo mesmo caminho. “Já estava no Caribe, mas acabaram me fazendo desistir em plena fila para a balsa que leva à Isla Margarita”, conta. Wagner deu meia volta, cruzou novamente a reserva dos índios Waimiri Atroari e pegou um avião em Manaus para São Paulo. “O que me impressionou, lá de cima, foi o tamanho e a beleza imponente da floresta”. A parte mais interessante da viagem, entretanto, foi a travessia de Porto Velho a Manaus de barco pelo Rio Madeira. “Foram cinco dias no barco, com a moto no convés: dois aguardando a saída e três navegando dia e noite em meio à floresta amazônica”, lembra o sorocabano.

Entre a favela e a Cordilheira dos Andes

A floresta amazônica faz parte, inclusive, da lista dos lugares mais bonitos que Wagner já conheceu. Em outras colocações, aparecem a Cordilheira dos Andres (“com sua história, cultura, natureza, cidades, ruínas e vulcões”), Cuzco e Nazca. “Difícil explicar a sensação, foi um grande privilégio poder fazer isso. Eu me senti, quase que literalmente, nas nuvens quando estive nas grandes altitudes das montanhas do Peru. Sentia de fato a presença de Deus nessas paisagens isoladas, além de uma grande energia”, confessa.

O local menos bonito em que já esteve, por outro lado, foi uma favela em Guatemala City. Wagner entrou por engano, durante uma noite chuvosa. “Desci de moto para perguntar a saída e saí de lá rapidinho, sem encarar ninguém dos muitos que me encaravam”. Já a Venezuela faz parte da lista dos países que não gostou “nem um pouco” de conhecer.

Aos olhos do sorocabano, entretanto, o que há de bom e ruim em determinado lugar é algo muito variável de acordo com cada um e cada circunstância. Panamá, Nicaraguá e Costa Rica, por exemplo, apresentam relatos muito positivos dos viajantes, mas não agradaram o sorocabano. “É questão de circunstâncias e pequenas experiências. Às vezes, um simples sorriso de uma pessoa, ou a falta dele, faz você achar o lugar bom ou ruim, bonito ou feio”, completa.

Última grande reta da viagem rumo ao norte dos EUA. Daqui faltam só 2.500km para Markham

“Com certeza, viajo por causa da liberdade”

Mais do que insegura e, muitas vezes, incômoda, a viagem de moto pode incluir algumas “roubadas” de vez em quando, além de situações desesperadoras. “Essa é uma questão clássica sobre a qual já tive tempo de refletir bastante”, explica Wagner. Primeiramente, conta, ele partiu em viagens de moto por um impulso irresistível. Um tempo depois, entretanto, passou a se questionar o porquê. “Com certeza, viajo por causa da liberdade”, admite o sorocabano.

Além de ser um meio relativamente barato de viajar, não há muita burocracia para poder sair com uma moto e ela está sempre pronta na garagem, esperando pelo dono. Basta, segundo o sorocabano, fazer a sua mochila, encher o tanque e percorrer as estradas, realinhando pensamentos e conhecendo a natureza, novos lugares, além de novas pessoas e seus modos de vida. Apesar de estar mais vulnerável, Wagner tem um contato direto com essa realidade, permitindo que tudo ao seu redor chegue diretamente a ele e contribua com ensinamentos de vida. “Aí você pode medir as coisas por si só ou, pelo menos, tentar enxergar sem os filtros de sempre, sem ideias pré-concebidas, partidárias, midiáticas, religiosas e burguesas”, acredita.

Quando viaja dentro de um ônibus ou avião, o procurador federal se vê cercado das mesmas coisas o tempo todo. “A moto acrescenta mais”. Além disto, acredita que os obstáculos das estradas façam lembrar a trajetória de uma vida: desde seus momentos mais tranquilos até os mais difíceis. “Então, aprendemos a ter fé, esperança e, acima de tudo, calma, paciência e persistência”.

Esta inquietação, esta curiosidade sobre o que há mais adiante, nunca o satisfaz completamente. Por isso, uma viagem já faz com que Wagner queira emendar outra. Talvez, explica o sorocabano, isto tenha a ver com a percepção de que a liberdade é fantasiosa. Mesmo que se imagine sair com toda a alegria do mundo, rumo a uma incrível vida de aventuras e sem limites, existem limitações de toda sorte. Especialmente, limitações dentro de si próprio. “Saímos de casa, mas ela não sai de dentro da gente. Levamos tudo conosco e é preciso administrar todos esses sentimentos para que se possa estar na estrada aproveitando o que ela pode oferecer e estar em paz consigo mesmo”, completa.

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Mesmo que tenha vários amigos que andem de moto, Wagner costuma viajar sozinho. É bem difícil, segundo ele, conciliar as folgas de cada um e planejar a viagem em conjunto com bastante antecedência. “Quando um pode, o outro não pode. Se fosse esperar dar certo uma viagem acompanhado, não teria feito metade das que fiz até hoje”, conta. A parte boa de estar com os amigos, acredita Wagner, é ter alguém com quem conversar quando chegar ao destino, uma companhia para tomar uma cerveja junto e para falar de tudo o que aconteceu durante a jornada.

De qualquer maneira, o sorocabano também enxerga pontos positivos em se viajar sozinho. As pessoas, de acordo com ele, se aproximam mais de outras e, quando precisam de ajuda, conseguem mais fácil. “A total concentração no que se está fazendo também torna a viagem mais segura ao passo que, em grupo, você fica um pouco disperso”, admite.

Saúde e família: aí está tudo

A Última esquina

Com os aprendizados construídos ao longo de cada uma de suas viagens, Wagner pôde reforçar certas ideias que já apareciam antes, vindas da experiência de vida comum, mas catalisada sobre a motocicleta. Sobre duas rodas, o sorocabano conseguiu identificar melhor o que é realmente necessário para a sua sobrevivência. “É muito pouco em comparação com o que normalmente queremos juntar”, ressalta. Levando em conta o quanto precisou se privar nestas aventuras, Wagner enxergou com evidência a importância da família em sua vida. “Não me refiro a um sentido moral ou religioso de família, mas a um agrupamento humano básico e essencial. Saúde e família: aí está tudo”.

Comida, bebida, noites de sono e boas amizades também são indispensáveis para o procurador federal. Todo o restante é complemento e, por vezes, uma bagagem excessiva e até inútil. “Muitas horas de trabalho e uma rotina massacrante nos tiram a vontade de lutar por estes complementos, nos tiram a força, a lucidez e nos escravizam”, acredita. Durante as motoviagens, o sorocabano se permite ver as coisas a uma distância maior e, assim, reconhecer estes problemas e aprender a reorientar sua vida de forma mais inteligente, razoável e de bom senso. “De qualquer jeito, privar-se um pouco do que tenho ouvido falar ser uma tal “zona de conforto” faz valorizar mais o que temos, as coisas mais básicas”.

Talvez esta simplicidade, acredita Wagner, é que chame tanto a atenção por onde a moto passe, atraindo a simpatia de pessoas em todos os cantos do mundo. “Andar exposto em uma moto, dentro de um país estranho, é um gesto de confiança para as pessoas. Elas normalmente retribuem com respeito e simpatia. E isso renova a crença no ser humano”, conclui o sorocabano.

Fonte: www.cruzeirodosul.inf.br
Notícia publicada na edição de 18/12/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno Turismo
Supervisão: Helena Gozzano


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