Chiclayo – Huaquillas – 12º dia

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América do Sul, Equador

Chiclayo – Huaquillas (Parcial = 585 Km / Total = 7.171 Km)

Todas as noites conversamos um pouco e caímos na cama, arrasados e totalmente sem energia. O sono pesado chega logo. Quando consigo ficar acordado até mais tarde para escrever o diário de bordo, fico ouvindo a cacofonia dos roncos do Robertinho e do Edinho. Só não morro de rir porque já estou morto de cansaço.
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E quando a fascinante Estrela da Terra surge no oriente, como por milagre, acordamos totalmente revigorados e super animados para mais uma nova jornada.

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Vem a rotina de arrumar a bagagem na moto, tomar café e fazer o check out.

Às 07:40 h, depois de forrar o banco da Electra com o pelego (pele de ovelha utilizada sobre a cela dos cavaleiros e muitos Harleyros do Sul, em longas viagens), nos equipamos, damos partida nas motos e seguimos com tempo bom e um pouco de frio.

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Citei o pelego porque ontem, sob a ameaça de chuva, andei sem ele, durante todo o dia e pude sentir a grande falta que ele faz.

À nossa frente, as longas e boas estradas do Peru. Mais a frente, antes, entre e após as cidades e povoados, as pick ups brancas da Policia Carretera, sempre nos espreitando para dar o bote.

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A sensação de estar avançando rumo ao horizonte, sentindo o motor de 1.600 cc sob o meu comando, fazendo com precisão geométrica uma bela curva, ultrapassando os vários veículos com segurança e serenidade, é impagável.
A nossa frente continua a paisagem lunar. Aos poucos, timidamente, começam a surgir arbustos ressequidos aqui e acolá. Estamos entrando em uma faixa de transição climática.

Na estrada, vejo à frente um outro motociclista viajeiro. O ultrapasso e faço sinal para ele parar. Paramos todos, conversamos e tiramos fotos à beira da estrada: o argentino Adriano, pilotando uma Yamaha XT225, tinha ido a Ushuaia, está seguindo para a Venezuela e voltará pelo Brasil, em sua viagem solitária.
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Seguimos adiante, me distancio do grupo, sou parado pela polícia e obrigado a ouvir a mesma conversa fiada. Robertinho e Edinho passam batidos. Outra vez me identifico, afirmo estar com toda a documentação em dia, insinuo ter vários amigos nas FFAA peruanas e sou liberado.

Chegamos a Águas verdes, a última cidade do Peru e imaginamos nos despedir dos mototaxis e sua buzina de R2, que o Robertinho passou a detestar.
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Fizemos a aduana e a imigração. Seguimos pela terra de ninguém e chegamos ao grande e impressionante Complexo Aduaneiro do Equador. Não foi possível fazer o ingresso no país porque o computador estava quebrado.

Fomos para a cidade de Huaquillas e fizemos a imigração (ingresso da pessoa). Então, nos mandaram para a cidade de Arenillas para fazer a aduana (ingresso da moto). Em Arenillas, nos mandaram voltar para Huaquillas para fazer o seguro veicular obrigatório SOAP. Putz! Foram mais de três horas de intensa atividade. Creio que não demorou mais porque contamos com a gentileza do Capitão Dorian Ponce (doponce26@hotmail.com) da Aduana do Equador, que nos orientou e nos atendeu com presteza e cordialidade. Caro Cap. D. Ponce, guarde a camisa da Expedição Ushuaia-Alaska como uma lembrança dos amigos do Brasil.
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Tudo resolvido, pernoitamos em Huaquillas, no Gran Hotel Hernancor, onde as três Electras dormiram no corredor da recepção, pois o mesmo não tinha garagem.

Temos ficado no mesmo apartamento porque além de econômico é mais divertido. À noite, mais uma rotina: desfazer a bagagem, conversar e rir sobre os acontecimentos do dia, verificar o roteiro do outro dia, mergulhar no notebook e apagar.

Todos estamos bem. Mas, com saudades.

PHD Artur Albuquerque
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/


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