Chimbote – Chiclayo – 11º dia

altAmérica do Sul, Peru

Chimbote – Chiclayo (Parcial = 363 Km / Total = 6.586 Km)

Até agora não pegamos chuva de verdade, somente ameaça. Acho que ela está se reservando para nos dar um belo banho na América Central.

Partimos às 08:20 h de Chimbote com o céu nublado. Após 133 km, chegamos a Trujillo, onde deveríamos ter pernoitado.

Estradas perfeitas, subimos e descemos montanhas, estradas litorâneas e as mesmas impressionantes paisagens.

Em cada partida de posto de abastecimento, geralmente, sigo na frente do nosso pequeno trem e coloco o cruise control em 120 km/h, como estava previsto no nosso planejamento (o combinado).

E são retas e curvas à 120. Por alguns minutos, sigo sozinho, pois o Robertinho faz companhia ao Edinho. Passam-se os minutos e o Robertinho logo está colado na minha ala e assim seguimos viagem até o próximo posto, onde todos nos encontramos, novamente.

Às vezes, me estimulo em uma sequencia de curvas e sigo só, arrastando as pedaleiras.

Na saída de uma dessas, já em uma grande reta a Policia Carretera me parou. Aproximaram-se três policiais e um deles sorrindo me disse que queria apenas ver a Harley. Perguntou minha profissão e enquanto conversávamos passaram o Robertinho e o Edinho. Então, nos despedimos e gentilmente me prestaram continência e fui embora. Pensei: o Edinho vai tentar cair na minha pele, mas vai se dar mal.

Numa das paradas, o Robertinho comentou comigo que ainda faltam 50.000 km na nossa frente e temos que não dar chance para o azar, pois volta e meia apareciam óleo e muitas pedras na estrada. Entendi o recado.

Outra vez, agora estávamos juntos na frente, e fomos parados pela Policia Carretera. O Edinho passou. A sequencia de falas do policial me pareceu muito ensaiada. Depois de um jogo de cena, pediu logo a carta-verde e apontou que no seguro de terceiros não constava o Peru. O Robertinho comentou que o Peru constaria na carta-verde apenas no próximo ano, o que não deu resultado. O policial mais intransigente me pediu o passaporte e eu lhe apresentei junto como a minha carteira de identidade. Informei que a minha Base Aérea tinha feito contato com o Consulado do Peru no Brasil e eles informaram que ainda não era necessário. Ao ver minha carteira, a mostrou para o companheiro dele, dizendo “Coronel Intendente” e a conversa mudou para um rumo mais ameno. Devo mais essa a FAB.

No Peru, há um investimento maciço em estradas e parece que a Policia Carretera quer recolher esse dinheiro de volta. Para andar tranquilo no Peru, é suficiente não ultrapassar em linha contínua e nem entrar nas cidades em alta velocidade, pois suas pick up brancas ficam estacionadas em pontos estratégicos, nas entradas, saídas e em meio as pequenas cidades.

Assim que chegamos, eu e Edinho fomos diretamente para o Museu do Senhor de Sipán, civilização Mochica, pré-incaica, que mostra os artefatos e as ossadas, em um nicho arqueológico de 100 a 600 anos DC. Na tumba, o Senhor de Sipán foi enterrado com seus pertences e todo o seu séquito pessoal, insinuando a expectativa de uma próxima vida após a morte.

Agora, que coloquei o diário de bordo em dia, vou dormir porque amanhã vamos enfrentar a aduana do Equador.

PHD Artur Albuquerque
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