Ah, o cheiro de gasolina fresca, o vento no rosto e a estrada se estendendo à minha frente como um convite irresistível. Quem diria que uma simples necessidade de quilômetros rodados para a revisão da moto me levaria a uma epopeia pelo coração do Cerrado Mineiro? Bem, essa é a história que vou compartilhar com vocês, caros amigos motociclistas e entusiastas das viagens sobre duas rodas.
Era uma manhã ensolarada, daquelas que fazem até o asfalto sorrir. Eu, com meu capacete na cabeça e a alma inquieta, decidi que não seguiria um roteiro predefinido. Nada de GPS ditando ordens. Apenas eu, minha moto e a promessa de um passeio gostoso pelas estradas mineiras. Os ponteiros marcavam 7h30, e a jornada começava.
Segui em direção à Serra do Cipó, um cenário que parece ter saído de um quadro impressionista. A estrada, porém, não estava colaborando. Buracos no asfalto me fizeram girar a roda dianteira da moto em outra direção, e logo me vi na MG-323, parte do Caminho Novo da Estrada Real. Não havia grandes atrativos à vista, mas a vontade de ver os quilômetros passarem rapidamente me impulsionava. Curvas feitas com destreza, como um dançarino evitando tropeços invisíveis.
Baldim, um nome que soa como um segredo compartilhado entre amigos. Lá, os doces caseiros são famosos, mas eu não tinha tempo para degustações. O trevo da MG-238 se apresentou com duas opções: norte (Jequitibá e Santana de Pirapama) ou sudoeste (Sete Lagoas). Optei pela segunda sem bem saber por qual razão.
A BR-040 se estendeu à minha frente, e a dúvida me abraçou como um velho amigo. As placas apontava para Brasília. Não, obrigado. Meus planos não incluíam a capital federal. Os nomes dos municípios e vilas passavam como flashes: Caetanópolis, Paraopeba, Curvelo, Angueretá, Almas… E, na primeira praça de pedágio, uma surpresa: serviço desativado. Economizei uns trocados sem nem saber.
Uma plantação irrigada se destacava no cerrado seco, como um oásis em meio à aridez. Parei para fotografar, capturando aquele contraste. Felixlândia surgiu num caminho desconhecido, e a curiosidade me empurrou até lá. Pesquisas rápidas revelaram festas religiosas e o turismo em torno da Represa de Três Marias. Na Praça da Igreja, registrei minha visita e iniciei o retorno.
Parei para abastecer a moto e a média de 30,15 km/litro da minha NC 750X DCT me fez sorrir. Um almoço em um bom restaurante em Paraopeba repôs as energias.
A MG-424, com seus buracos e caminhões, testou meus nervos. Em Pedro Leopoldo, contornei o Parque Estadual do Sumidouro. E, finalmente, 415,1 km depois, eu estava de volta ao Sítio Roda d’Água, onde recebo hóspedes e histórias.
Assim foi minha jornada pelo Cerrado Mineiro: uma dança com o asfalto, um brinde aos nomes pitorescos e um abraço apertado na liberdade. E você, quando será sua vez de acelerar rumo ao desconhecido?
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