Que tal percorrer o Caminho Velho da Estrada Real, que vai de Paraty, no Rio de Janeiro, até Ouro Preto, Minas Gerais, e de lá emendar sua viagem pelo Caminho dos Diamantes, que segue de Ouro Preto até Diamantina, também em Minas Gerais?
Com muitas atrações pelo caminho e uma boa infraestrutura para receber turistas, são encontrados diversos tipos de terrenos e opções de rotas que podem agradar aos mais variados gostos, desde quem gosta de curtir uma trilha, passando por caminhos que exigem muita técnica e habilidade para transpor alguns obstáculos, até estradas asfaltadas e em bom estado que permitem às grandes motos custom percorre-las com conforto.
Para traçar a rota a ser seguida, utilize o Sistema de Informações Turísticas Georreferenciadas da Estrada Real (SITGeo), uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto Estrada Real, que possibilita a navegação pela Estrada Real por meio do Google Maps e do Google Earth, com informações sobre os atrativos da rota histórica.
O Instituto Estrada Real criou em 2001 o Projeto Turístico Estrada Real, com o objetivo de valorizar o patrimônio histórico-cultural, estimular o turismo, a preservação e revitalização dos entornos das antigas Estradas Reais.
O conceito do projeto baseia-se no aproveitamento da rota e dos antigos caminhos que conduziam do litoral do Rio de Janeiro para o interior, em especial para as Minas Gerais, abrangendo as seguintes áreas nos vales dos rio Doce, Rio das Velhas e Rio das Mortes, os núcleos mineradores de:
- Vila Rica (Ouro Preto)
- Nossa Senhora do Carmo (Mariana)
- Nossa Senhora da Conceição do Sabará (Sabará)
- São João d’El Rey (São João Del Rei)
- Vila Nova da Rainha (Caeté)
No vale do alto rio Jequitinhonha, os núcleos mineradores de:
- Vila do Príncipe (Serro) e
- Arraial do Tijuco (Diamantina)
No oeste, o núcleo minerador da Vila do Infante da Nossa Senhora da Pitangueira.
O projeto considera que esses caminhos se estendiam por mais de 1.400 quilômetros, distribuídos por três vias principais:
Caminho Velho (Estrada Velha):
Liga Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, a Ouro Preto, nas Minas Gerais, passando por Cunha, São João Del Rei e Tiradentes.
Com muitas histórias para contar, o Caminho Velho foi à primeira via aberta oficialmente pela Coroa Portuguesa para o tráfego entre o litoral fluminense e a região mineradora. São localidades que aliam a cultura típica de Minas Gerais, um combinado entre as raízes indígenas, africanas e europeias. Essa riqueza é responsável por atrativos como a arquitetura única de Ouro Preto, a gastronomia reconhecida internacionalmente de Tiradentes, as grandes estâncias hidrominerais do Circuito das Águas e a cultura latente de Paraty.
Dos 710 quilômetros originais do Caminho Velho, 10% estão asfaltados (75,5 Km), 1,5% de calçamento (10 km) e 6% de trilha (38 km). Os outros 82,5% são de estrada de terra (586,5 Km)
- Ouro Preto – São Bartolomeu = 18 km de trilha
- São Bartolomeu – Glaura = 3 km de trilha
- Glaura – Cachoeira do Campo = 7,5 Km de asfalto
- Cachoeira do Campo – Santo Antônio do Leite = 5 km de asfalto
- Pequeri – São Brás do Suaçuí = 3 km de trilha
- Casa Grande – Lagoa Dourada = 3 km de trilha
- Tiradentes – São João Del-Rei = 10 km de calçamento
- São João Del-Rei – São Sebastião da Vitória = 11 km de trilha
- Garganta do Embau – Vila do Embau = 10 km de asfalto
- Vila do Embau – Guaratinguetá = 7 km de asfalto
- Guaratinguetá – Cunha = 22 km de asfalto no início
- Cunha – Paraty = 24 km de asfalto
Caminho Novo:
Liga o porto e cidade do Rio de Janeiro a Ouro Preto, passando pela região das atuais Petrópolis, Juiz de Fora e Barbacena.
O Caminho Novo é o mais jovem da Estrada Real. Sua criação começou a ser definida em 1698, mas foi entre 1722 e 1725 que a rota estava finalmente definida. Repleto de atrativos turísticos, ele guarda dezenas de vestígios da época mineradora, um verdadeiro convite para o viajante. Aberto para ser alternativa mais rápida e fácil ao Caminho Velho, o Caminho Novo guarda para os turistas uma série de elementos da época das bandeiras e das primeiras explorações do território. São túneis, chafarizes e fazendas, hoje transformadas em confortáveis meios de hospedagem, que resgatam construções e costumes dos séculos XVIII e XIX.
Dos 515 quilômetros originais do Caminho Novo, 32% estão asfaltados (166 km), e 5% de trilha (25 km) de trilha. Os outros 63% são de estrada de terra (324 km)
- Ouro Preto – Lavras Novas = 17 km de trilha
- Lavras Novas – Chapada = 5 km de trilha
- Itatiaia – Ouro Branco = 5 km de asfalto
- Ouro Branco – Conselheiro Lafaiete = 7 km de asfalto
- Barbacena – Antônio Carlos = 8 km de asfalto
- Santos Dumont – Ewbank da Câmara = 3 km de trilha Ewbank da Câmara – Matias Barbosa = 25 km de asfalto
- Matias Barbosa – Simão Pereira – Monte Serrat = 24 km de asfalto
- Paraíba do Sul – Queima Sangue – Inconfidentes – Secretário = 32 km de asfalto
- Secretário – Pedro do Rio – Petrópolis = 34 km de asfalto
- Petrópolis – Porto Estrela = 31 km de calçamento e asfalto
Caminho dos Diamantes:
Liga Ouro Preto a Diamantina, também nas Minas Gerais.
O Caminho dos Diamantes passou a ter grande importância a partir de 1729, quando as pedras preciosas de Diamantina ganharam destaque nas economias brasileira e portuguesa. Além da história de seus municípios, da cultura latente e da gastronomia típica, o Caminho dos Diamantes destaca-se pela beleza natural.
Atrativos que somam aventura, natureza, história e cultura dão o tom das viagens pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real.
Dos 395 quilômetros originais do Caminho dos Diamantes, 21 % estão asfaltados (82,9 km), e 0,5 % de trilha (2 km). Os outros 78,5% são de estrada de terra (310 km).
- São Gonçalo do Rio das Pedras – Milho Verde – Serro = 30,6 Km em asfalto
- Serro – Alvorada de Minas = 18,8 Km em asfalto
- Itambé do Mato Dentro – Senhora do Carmo = 15,2 km. Estão asfaltando
- Ipoema – Bom Jesus do Amparo = 7 km de asfaltado
- Santa Bárbara – Catas Altas= 2 km de trilha
- Mariana – Ouro Preto = 11,3 Km de asfalto
Caminho do Sabarabuçu:
Liga Catas Altas a Glaura (distrito de Ouro Preto). Esse caminho, identificado recentemente, constituir-se-ia numa extensão do Caminho Velho, que assim passava a atingir as vilas de Sabará e Caeté. Esta variante tinha como referência o rio das Velhas e a serra da Piedade, no alto de Caeté.
Há cerca de trezentos anos, as serras íngremes do trecho, cortadas por cursos d’água como o rio das Velhas, eram vistas como verdadeiros tesouros, onde seria possível achar ouro e outras pedras preciosas. Essa crença se devia ao brilho que a atual Serra da Piedade (antigo Pico de Sabarabuçu) tem. O que os bandeirantes imaginavam ser ouro é, na verdade, o minério de ferro do topo da montanha, que reflete a luz do sol. Para chegar até a serra que reluzia, esses viajantes buscaram uma rota alternativa entre Ouro Preto, no Caminho Velho, e Barão de Cocais, no Caminho dos Diamantes. Foi aí que surgiu o Caminho de Sabarabuçu. O caminho segue margeando o rio das Velhas e tem a Serra da Piedade, do alto dos seus 1.762 metros, como um dos atrativos. Além da mítica história da serra que reluz, ela servia também como referência de localização para a chegada às minas a partir de Raposos, Sabará e Caeté.
Dos 160 quilômetros originais do Caminho de Sabarabuçu, 22,5% são de trilha (36 km).Os outros 82% são de estrada de terra (124 km)
- Morro Vermelho – Sabará = 20 km de trilha
- Sabará – Raposos = 3 km de trilha
- Raposos – Honório Bicalho = 13 km de trilha
Entre as atrações podem ser apreciados diversos trechos ainda pavimentados em pedras, colocadas pela mão-de-obra de escravos, trechos de mata atlântica, cachoeiras, sítios arqueológicos, arquitetura histórica, culinária e artesanato coloniais.
Para auxiliar no planejamento da viagem, navegue também pelo site do Instituto Estrada Real.
Fonte: Instituto Estrada Real
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