Viajando para Capitólio

Há mais ou menos um ano, eu, que nunca havia subido em uma moto, fui influenciado por forças que desconheço a comprar uma e, certamente, essa entidade misteriosa me fez passar em frente a uma concessionária onde estava exposta uma Shadow Aero. Não resisti, comprei a moto, levaram para a minha casa e aí era pelejar para tirar a habilitação.

Já habilitado, com a minha “Sombra”, apelido carinhoso, pois somos agora inseparáveis, já fiz, como neófito, algumas pequenas viagens de moto (para este aprendiz anda são grandes). Uma destas é a que passo a relatar.

Moro em Belo Horizonte e, como sou Professor, aproveitei as férias de Julho para programar uma pequena viagem com a minha esposa. O plano era sair de BH para Nepomuceno/MG, seguindo pela Rodovia Fernão Dias, descansar em terras familiares e, no dia seguinte, partirmos para Capitólio/MG.

Em Nepomuceno, o frio pegou e a minha esposa hibernou a sua participação na viagem, preferiu ficar ao lado do fogão de lenha se fartando com a comilança típica do interior mineiro. O fato é que, no dia seguinte, antes da 7 horas da manhã, com o frio rachando, parti para viagem de Nepré (apelido carinhoso da cidade) para Capitólio, só eu e a minha Sombra. O plano seria seguir a BR-381 até a cidade de Perdões/MG, pegar a BR-354, depois a MG-050 e terminar os 212 KM até o destino.

A primeira surpresa (culpa do piloto que não planejou a contento) foi, logo ao entrar na BR-354, descobrir que a rodovia, no trecho de Perdões até Campo Belo, está passando por uma reforma (merecida, o asfalto estava em péssimas condições). Depois de uns 40 minutos de espera pela liberação, agradecendo a Deus pela desistência da esposa, pois as minhas orelhas iriam sobreaquecer no tempo de espera, segui para o meu destino. Até Campo Belo, a estrada não está boa para motos custom, muita brita, falta de sinalização, desvios com grandes ressaltos, enfim, quem estiver planejando a viagem, vá por Boa Esperança, seguindo pela BR-265 e depois siga pela BR-369, que, por sinal, estão ótimas. Foi o caminho que utilizei para retornar.

Depois de Campo Belo, a estrada se torna quase um tapete, muito bem cuidada, portanto, pedagiada (dois pedágios). Cheguei a Capitólio por volta das 11 horas. Depois de descarregar a bagagem no Hotel, lavei o rosto e sai para rodar pela região, o que vi? Paisagens deslumbrantes, a belíssima represa de Furnas, realmente o mar dos mineiros. Não resisti e acabei indo até a hidrelétrica. Antes passei pela Lagoa Azul, uma cachoeira que fica atrás do restaurante Empório Lagoa Azul e segui até São José da Barra/MG, cidade que fica perto da barragem. As estradas da região estão excelentes, e as belezas naturais não me deixavam desgrudar o traseiro da moto, somente quando uma força primitiva me dominou, a fome, abandonei um pouco a minha Sombra. Por indicação do pessoal da região, acabei almoçando no restaurante do Turvo, situado na MG-050, KM 306, para comer a melhor traíra da minha vida, sem qualquer excesso de gordura, parecendo até que tinha sido grelhada. Conversando com um dos proprietários, ele me disse que os peixes são fritos em uma máquina importada da Alemanha para este fim, ou seja, você dificilmente provará uma outra traíra igual.

Barriga cheia, o sol se pondo, lamentando voltar para o Hotel, apaguei e, no dia seguinte, fui conhecer os canyons de lancha, o passeio é agendado na parte da represa em frente ao restaurante. É imperdível, as fotos provam isso. Depois foi só voltar para comer mais uma traíra e pegar a estrada de novo.

Enquanto pensava na próxima viagem (Serra do Rio do Rastro), fui assaltado por um plantação de girassóis, que estava em uma estrada marginal, não resisti, coloquei a sombra na terra, tirei algumas fotos e agradeci a Deus a oportunidade de poder sentir o espírito de liberdade de viajar sobre uma moto.

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