Visitando o Paraná, Família e Fantasmas com uma Fazer 250

Nasci no Paraná e fui morar em São Paulo quando tinha 2 anos de idade e há 3 moro em Vinhedo. Desde que me conheço por gente eu ia para a casa de minha avó em Bandeirantes (PR). Como infelizmente ela sofreu um derrame e estava morando com meu tio, resolvemos que colocaríamos a casa do Paraná à venda, pois ficaria vazia e abandonada. Eu era o único da família que poderia tirar uns dias de folga para a tarefa da venda da casa. Além disso, de moto sai muito mais barato viajar. Mas na verdade eu estava adorando a tarefa. Tantas vezes fui para o Paraná e agora iria de moto, isso estava sendo o máximo para mim.

Apesar de serem poucos dias, marquei de sair numa quinta-feira de manhã e voltar no sábado, a tempo de buscar a Val no trabalho às 16 horas, no centro de Vinhedo.

Levantei na quinta-feira às 6 horas da manhã coloquei tudo que levaria no baú da moto, tomei um café e dei um beijo na minha gatona. Seria a primeira vez que dormiríamos separados depois de casados e ela já estava fazendo falta quando fechei a porta de casa. Era a única viagem que faria sem ela na garupa por causa do trabalho. Enfim, às 6h45 estava saindo de casa.

O trajeto seria: SP-324, Rodovia Santos Dumont, Rodovia do Açúcar, Rodovia Presidente Castelo Branco, Rodovia Raposo Tavares, SP-375, PR-092 e PR-517. Nas Rodovias Santos Dumont e Castelo Branco motos não pagam pedágio, mas na Raposo Tavares pagam. Passei por três praças de pedágio da saída da Castelo até a entrada da cidade de Palmital na Raposo e paguei quase R$ 9,00. Pouco, considerando que ida e volta, entre gasolina e pedágio tive um gasto de R$ 130,00 mais ou menos com 1200 km rodados, sendo que pelas minhas contas, só de ida um carro gastaria mais de R$ 90,00 apenas com pedágios, fora o gasto da volta. Esse valor quase pagou minha viagem toda rss.

Como na maioria de minhas viagens anteriores para lá eu fiz de ônibus e com horário a ser seguido, dessa vez quis parar em todas as paradas que fazia de ônibus, mas agora com calma.

Nesse dia não estava tão frio em São Paulo., então saí apenas com uma blusa de moletom por baixo da jaqueta, mas eu estava indo para o Sul do Brasil e lá é frio. Lembrei disso depois de rodar uns 150 km e como minha primeira parada eu tinha programado para o Graal Maristela na Castelo Branco longe de casa 192 km, resolvi seguir até lá. Cheguei no Graal por volta de 8h40 tremendo que nem vara verde, com os joelhos batendo no tanque da moto como se fosse um pedal duplo de bateria. Aproveitei para tomar um café quente, um chocolate quente, um chá quente e até comi um cachorro quente para ajudar. Depois que parou a tremedeira fui até a capelinha que existe nesta parada e onde nunca tinha dado tempo de ir por conta de horários dos ônibus. Registrei esses momentos com fotos fui até a moto onde encontrei três Hermanos argentinos que estavam indo para o Rio de Janeiro. Eles estavam em BMW 1200 e a Fazer 250 ali ao lado delas, mas fazendo seu trabalho também rsrsrs.

Coloquei a blusa da capa e parti para minha segunda parada programada, o Graal Paloma na Raposo, próximo a Ourinhos (SP). Dessa vez sem o frio que senti no primeiro trecho, a capa de chuva resolveu este problema. Diferente do Graal anterior, o posto Paloma é parada obrigatória para quem está viajando pela Raposo próximo a Ourinhos. O lugar parece uma estação antiga de trem. Na verdade tem até uma Maria-Fumaça parada lá com passageiros e tudo. Carros antigos e decoração Vintage completam o cenário. Tirei boas fotos.

Por volta das 14h30, depois de muitas paradas para fotos e 457 km rodados, cheguei ao sítio de minha tia Irene em Itambaracá (PR). Ficaria na casa dela que fica a 10 km de Bandeirantes, onde temos a casa que seria colocada à venda. Entre imobiarias e visitas aos meus primos que não via há alguns anos, fui até o Hotel Yara. Segundo a lenda, é um local assombrado. Dizem que o Hotel pegou fogo sozinho e que quem se hospedava lá via vultos, ouvia passos e gemidos. Tudo que você espera de um fim de semana de lazer com a família. Só que não né? rsrsrs. Você pode saber mais visualizando no You Tube:

O lugar pode ser assombrado, mas me rendeu lindas fotos da Fazer do lado de fora. Até pensei em entrar para conhecer por dentro, mas vai que eu precisasse sair correndo? Do lado de fora com o motor ligado seria mais fácil. Não que eu acredite nessa história de fantasmas, até porque sou hominho, mas…

No sábado levantei por volta das 8 horas, tomei um café de sítio maravilhoso com pão caseiro, bolo de mandioca e café com leite de vaca fresco. Simples e perfeito. Por volta das 9h30 me despedi da minha tia na porteira e parti para Vinhedo, precisando chegar a tempo de buscar a Val no serviço, às 16 horas. Até chegar na Castelo Branco peguei uma neblina que não me permitia ver o topo dos pinheiros em volta da pista, mas as estradas estavam um tapete e consegui rodar bem. A volta foi menos glamorosa e sem fotos nas paradas. Aliás, parei somente uma vez para abastecimento da moto, me desabastecer no banheiro e tomar um café rápido. Nessa parada conheci um caminhoneiro da baixada que tem uma Fazer 250 do mesmo modelo da minha, só que vermelha e faz parte de um dos grupos do face que participo, o Fazer 250 Brasil. Infelizmente não recordo o nome dele. Fiz uma outra parada mais demorada num posto da policia rodoviária. Eles se interessaram muito por mim, perguntaram da onde eu vinha, onde trabalho, porque estava viajando, porque estava longe de Vinhedo, etc, etc. Acho que como a documentação estava em dia e a moto em ordem, procuraram algum motivo nas minhas respostas para me segurar ali. Depois de quase meia hora voltei para a estrada e às 14h45 mais ou menos estava em casa… e a tempo de buscar a Val.

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Distância percorrida: 1200 km
Duração da viagem: 3 dias
Estradas percorridas: SP-324, Rodovia Santos Dumont, Rodovia do Açúcar, Rodovia Presidente Castelo Branco, Rodovia Raposo Tavares, SP-375, PR-092 e PR-517. A única com pedágio para motos foi a Rodovia Raposa Tavares, cada um entre R$ 2,30 e R$3,40.

Foi uma viagem com um objetivo traçado. Aproveitei para turistar em alguns lugares, apesar de Bandeirantes não ser uma cidade turística e sim uma cidade universitária, com duas universidades. Porém foi uma excelente moto terapia, principalmente na ida. Na Castelo Branco tinha momentos que o asfalto sumia no horizonte e eu não avistava nem um carro na minha frente, olhava no retrovisor a mesma coisa. Me senti sozinho no mundo com minha moto e isso foi ótimo!!!


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