A ideia e a vontade de participar do encontro anual dos PHD,s de Blumenau é antiga e começou a surgir na minha cabeça em 2009, depois que o Jorge Orro voltou de lá falando maravilhas do encontro, tendo ido a Blumenau com a Valeria, mas de avião, sem moto. Desde então eu e meu amigo Leto conversamos sobre essa viagem varias vezes lá nos encontros de sábado do QC, no Pontão. Infelizmente em 2010 a viagem não saiu, pois o Leto estava temporariamente sem moto e eu recém chegado da longa viagem para Punta del Leste, realizada em fevereiro.
Em agosto de 2011, enfim, nosso sonho foi realizado. Começamos a planejar a viagem desde o começo do ano e inicialmente era apenas eu e o Jorge Orro que iríamos. Felizmente o Leto comprou sua nova Road King e logo se juntou a nós. Acabaram participando da viagem além de mim e do Leto os meus amigos Rui, Luís Fernando e Eliezer. As queridas Rosinha e Sarita também foram como garupa no trecho Curitiba-Blumenau-Curitiba. Infelizmente o Jorge Orro que desde o inicio queria tanto ir não pôde participar por ter quebrado a perna um mês antes da nossa partida. O Tiago, filho do Rui, que também ia conosco teve compromissos de trabalho de ultima hora e não pôde nos acompanhar. Uma pena, pois perderam uma viagem que consideramos como espetacular por ter sido “especialmente agradável, prazerosa e segura” e vocês logo perceberão isso quanto estiverem lendo esse relato.
A motivação da viagem, como eu já disse, era participar do 9º Encontro anual do PHD-BR em Blumenau, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de agosto, mas nosso objetivo principal mesmo era simplesmente rodar de moto por vários dias junto com os amigos. Também fazia parte do objetivo vencer as 580 curvas da BR-476, localizada no Vale da Ribeira, entre Apiaí e Curitiba, estrada que de modo muito apropriado foi batizada pelo PHD Chico de “Rastro da Serpente”. Desde o início tivemos todo cuidado ao elaborar o planejamento, a fim de não ter que sair muito cedo e nem chegar tarde. A quilometragem a percorrer em cada dia foi planejada e balanceada levando-se em conta as condições das estradas e a média horária esperada. Esse planejamento revelou-se muito adequado e contribuiu bastante para tornar a viagem extremamente prazerosa e segura. Em nenhum dia tivemos que sair antes das 08h30 da manhã e nem chegamos depois das 16h30 da tarde ao hotel. Desse modo, em nenhum momento da viagem nos sentimos cansados a ponto de não poder apreciar as belas paisagens descortinadas nas longas retas e curtir muito cada uma das centenas de curvas do Rastro da Serpente.
1º dia: Brasília – Prata
Iniciamos a viagem na terça-feira, dia 16, mas considero que ela começou no sábado anterior, durante o maravilhoso almoço oferecido aos participantes e esposas pelo casal Luís Fernando e Karina em sua bela casa. O menu estava digna de um verdadeiro chef e o ambiente era tão agradável que a energia positiva desta reunião contagiou a todos nós e perdurou durante toda a viagem, a partir daquele momento. Na terça-feira por volta de 10 horas da manhã pegamos a estrada de verdade, após um lauto café da manhã especialmente oferecido pela Sueli na casa Rui. Nesse primeiro dia as estradas estavam ótimas e rodamos 400 km em pista dupla dos 510 percorridos desde Brasília até chegamos a Prata, no triângulo mineiro, por volta das 16h.
O difícil nesse primeiro dia foi saber que iríamos passar exatamente no local onde minha querida amiga Gloria se acidentou de moto e faleceu no inicio do ano, durante a viagem do QC para a Argentina. Acho que por isso estávamos todos um pouco tensos até chegar a esse local. Pelo menos eu confesso que estava. Mas vencemos o medo e paramos as motos no local exato do acidente e fizemos, em silêncio, uma prece pela Gloria, grande mulher e motociclista, que também soube vencer seus medos e por isso deve ser um exemplo de coragem para todos nós. Passados esses primeiros momentos de tensão a confiança se reinstalou em todos. Já na piscina do hotel Prata Palace demos conta de secar uma ampola de Joãozinho Caminhador e uma dúzia de Boêmias e a conversa correu fácil, agradável e descontraída até as 21 horas quando fomos dormir.
2º dia: Prata – Itapetininga
Saímos de Prata na quarta-feira, dia 17, às 08h30 da manhã com uma temperatura muito agradável e um céu muito azul. Nesse segundo dia as estradas também estavam ótimas, com exceção do pequeno trecho de 84 km entre Frutal e Barretos, cujo piso apresentava algumas irregularidades. Rodamos um total de 565 km nesse dia, 350 dos quais em pista dupla. Chegamos a Itapetininga, no sul do estado de São Paulo, às 16h, ainda com o sol alto. A passagem por São Paulo é sempre marcada por boas estradas e belas imagens de plantações sem fim, com predominância nessa região da cana de açúcar. Melhor ainda é que nas estradas estaduais de São Paulo motos não pagam pedágio. Pernoitamos no hotel Iporã, o melhor da cidade, onde havia uma piscina e uma sauna que aproveitamos bem. Estávamos relaxando e tomando umas cervejinhas na piscina quando fomos agradavelmente surpreendidos com a chegada ao nosso hotel de um grupo de motociclistas com umas 20 harleys, na maioria com garupas. Mais tarde, confraternizando com eles, ficamos sabendo que eram todos de Belo Horizonte e assim como nós, também iriam passar pelo Rastro da Serpente, a caminho de Blumenau. Mais tarde chegaram ainda outros motociclistas isolados ao nosso hotel, todos ansiosos para se aventurarem no Rastro da Serpente. Terminamos a noite com um excelente jantar regado a um bom vinho chileno num restaurante italiano próximo do hotel. Às 22h30 já estávamos na cama descansando e vivendo a expectativa das 580 curvas do Rastro da Serpente. Nossa única preocupação naquele momento era com a meteorologia, pois se amanhecesse chovendo, conforme estava previsto, a prudência recomendava que não deveríamos passar pelo Rastro da Serpente. Afinal fazer 580 curvas debaixo de chuva, com pista provavelmente escorregadia não é bom para a saúde de ninguém. Mas nessa hora, pensamos, Deus é motociclista e quem sabe não choveria no dia seguinte.
3º dia: O Rastro da Serpente
Na manhã da quinta-feira dia 18, dia do grande desafio do Rastro da Serpente, a alvorada foi bem cedo ao som do ronco das motos do pessoal de BH saindo do hotel logo ao nascer do dia. Levantei, abri a janela do meu quarto e me deparei com um dia nublado e cinzento com céu totalmente coberto de nuvens baixas e carregadas, mas milagre, não estava chovendo. Após o café da manhã, antes de saímos, ainda tive tempo de olhar a internet e a previsão era de 70 % de chance de chuva em toda a região. Felizmente a previsão estava errada e o dia transcorreu todo nublado e cinzento, mas não pegamos uma gota de chuva até Curitiba. Deus era realmente motociclista, agora eu tinha certeza. Nesse dia saímos do hotel as 08h30 e rodamos os primeiros 60 km em pista dupla até Capão Bonito, após o que pegamos a SP 250 e rodamos mais 99 km até a cidade Apiaí, passando antes por Guapiara. No trecho de 62 km entre Guapiara e Apiaí já começam as curvas frequentes e acentuadas e esse trecho pode ser considerado um aquecimento para as 580 curvas do Rastro da Serpente que viriam em seguida. Chegamos à cidadezinha de Apiaí por volta das 11 horas e bem na praça central vimos a placa da BR 476 alusiva ao Rastro da Serpente. A placa foi colocada lá pelo PHD Chico, líder e criador do PHD-BR, como um desafio aos motociclistas que se dirigem de São Paulo ao Paraná a fim de participarem do encontro anual dos PHDs em Blumenau. Quando chegamos em Apiaí parecia que a cidade estava em festa e a pracinha estava cheia de curiosos que com certeza nunca tinham visto tal quantidade motos grandes juntas. Todos os motociclistas paravam para tirar fotos sob a placa, pois era esse o comprovante material de que haviam passado pelo Rastro da Serpente. Nós também fizemos isso, claro.
O posto de gasolina defronte da praça estava cheio com as motos de BH, as ultimas ainda terminando de abastecer. Lá nesse posto pudemos comprar os PIN,s alusivos à passagem pelo Rastro da Serpente, os quais, após completar as 580 curvas da estrada, poderíamos passar a usar com orgulho em nossas jaquetas e coletes. Abastecidas as motos, partimos para os primeiros 30 km da serpente, entre Apiaí e a cidade de Ribeira, na divisa de São Paulo com o Paraná. Ali algum dia atrás já houve uma estrada, hoje há apenas vestígios dela. Não se roda nem um único quilometro sem deparar com um trecho destruído de uns 50 a 100 metros de buracos e piso de cascalho solto. Juntando essa situação com as curvas frequentes e um intenso tráfego de caminhões em baixa velocidade, carregando pedras, tem-se uma boa ideia da dificuldade que representou esse primeiro trecho de 30 km. Nunca imaginei que o estado de São Paulo tivesse um pedaço de estrada tão ruim e acho que demoramos mais de uma hora para chegar a Ribeira, na divisa.
Atravessada a ponte que liga São Paulo ao Paraná ai começa realmente o Rastro da Serpente. Agora é que ia começar de verdade o tão esperado desafio. Dizem que foi um caminhoneiro que conseguiu contar as curvas dessa estrada e afirmou que são mais de 580 de Ribeira até pouco depois de Bocaiúva do Sul, num trecho de aproximadamente 110 km, ou seja, isso dá uma média de quase seis curvas por quilometro de estrada. A verdade é que essa bela estrada vai serpenteando por um vale atrás do outro, subindo e descendo as montanhas sem parar, sempre curvando para um lado e para o outro sem descanso, fazendo jus ao nome que recebeu. Nos pontos mais altos pode-se descortinar paisagens maravilhosas nos vales abaixo, mesmo sob um dia nublado como aquele. Pena que não foi possível apreciar cada vista deslumbrante por mais que algumas frações de segundo sob pena de não completar a curva seguinte e sair na tangente, quase sempre em direção a um precipício. Mas para a alma de um motociclista basta essa pequena fração de segundo da paisagem e nós jamais esqueceremos a sensação de prazer que essa visão nos proporcionou.
Enfim, por volta das 16h30 daquela tarde nublada, vencidas as 580 curvas do Rastro da Serpente, chegamos orgulhosos de nossa coragem e felizes com nossa perícia ao Hotel Íbis Aeroporto de Curitiba, no município de São José dos Pinhais.
Ainda nesse dia, por volta das 21h30 da noite chegaram de avião a Curitiba as queridas Rosinha e Sarita. Após recebê-las partimos de taxi para o mais famoso restaurante de Curitiba onde já encontramos nos esperando a mãe e a irmã do Luís Fernando que é curitibano. Finalizamos o dia com chave de ouro degustando um jantar maravilhoso, brindando com uma cervejinha bem gelada à nossa espetacular viagem. À meia noite já estávamos na cama recarregando as baterias para mais um dia de moto na estrada, dessa vez, com Rosinha e Sarita de garupa.
4º dia: Curitiba – Blumenau
Na sexta-feira, dia 19, deixamos o hotel em Curitiba lá pelas 10h da manhã com destino a Blumenau, onde chegamos por volta das 13h30, conforme o planejado. Saímos todos já de capa de chuva, pois nessa manhã, desde cedo chovia uma chuvinha fina e chata. A previsão meteorológica indicava possibilidade de 70 % de chuva e muito frio para a sexta-feira e também para todo o fim de semana em Blumenau, mas chegamos lá com sol entre nuvens e a chuva havia parado. O sol acabou predominando na tarde de sexta-feira e também durante todo o fim de semana e não fez o frio que era esperado, ficando a temperatura bem agradável. Como eu já disse antes, pudemos comprovar mais uma vez que Deus é mesmo motociclista.
O Encontro Internacional dos PHD,s de Blumenau foi um grande festa e faz jus à sua fama, não ficando nada a dever a qualquer dos HOG,s Hallys dos quais eu já participei (ver fotos no site do PHD-BR) . Realmente o encontro é muito bem organizado pelo PHD Chico, criador e líder nacional do PHD-BR. Esse ano, em sua nona edição, o encontro contou com a presença de mais de 400 motos e seguramente uns 700 motociclistas e suas “queridas”, que é como os PHD,s chamam suas esposas e garupas. Todos os participantes ficaram hospedados nos dois melhores hotéis da cidade, um deles era o Plaza Blumenau onde ficou nosso grupo de Brasília. O Plaza é um ótimo hotel cinco estrelas localizado na principal avenida do centro da cidade, se bem que com tantas atividades programadas do encontro só pudemos desfrutar do hotel para dormir e tomar o café da manhã, por sinal muito bom. Após a recepção de chegada e recebimento dos brindes, desfrutamos um maravilhoso churrasco onde a carne de javali estava especialmente saborosa. Logo mais à noite aconteceu uma animada festa à fantasia com o tema “anos rebeldes” na melhor boate da cidade, onde havia um magnífico bufê de frios alemães variados regados a vinho e pro seco à vontade. Tomamos todas e o clima foi de total alegria e descontração até quase meia-noite quando voltamos para o hotel de Van.
5º dia: Blumenau
O sábado, dia 20, apesar da previsão de chuva e frio, amanheceu com um sol bonito e temperatura bem agradável o que propiciou a todos os participantes do encontro um dia maravilhoso. Logo pela manhã, às 10 horas, aconteceu o tradicional desfile das bandeiras com as motos rodando pela cidade de Blumenau e depois seguindo com destino a Pomerode, distante apenas 30 km. Imagine mais de 400 motos HD numa fila dupla de quase três quilômetros, comboiadas por dezenas de batedores da policia rodoviária, indo de Blumenau até a cidade de Pomerode. Foi um show esse desfile e parecia que toda a população da cidade estava nas ruas e calçadas saldando os motociclistas e tirando fotos das motos.
Em Pomerode, considerada a cidade mais alemã do Brasil, a festa começou na praça principal que foi totalmente tomada pelas motos e motociclistas. Duas bandinhas típicas nos recepcionaram alegremente tocando marchinhas alemãs ao lado de diversas barracas que serviam comidas típicas alemãs, numa variedade e quantidade estonteante. Era tanto joelho de porco, javali assado, truta defumada, frios os mais variados e deliciosos que agente mal dava conta de provar um pedacinho de cada um. E tudo regado a muito chope. E isso foi só o aperitivo, pois o prato principal ainda estava por vir na hora do almoço. Tratava-se do famoso marreco recheado de Pomerode. E que marreco maravilhoso, além do repolho entre outros acompanhamentos havia um purê de maça delicioso. E de noite ainda haveria o jantar de encerramento que aconteceu no clube de caça e pesca Blumenauense. Durante o jantar foram entregues os diplomas para os motociclistas que passaram pela Rastro da Serpente e foram sorteados muitos brindes oferecidos pelos patrocinadores. Fomos dormir felizes e sem hora para levantar no domingo, quando se encerraria o encontro e iniciaria nosso regresso a Brasília.
6º dia: Blumenau – Curitiba
O domingo, dia 21, amanheceu com um sol tímido entre muitas nuvens e temperatura já bem mais fria, mas ainda suportável. Nessa manhã o Luis Fernando e o Eliezer deixaram nosso grupo e saiam bem cedo do hotel, tocando direto por 910 km de Blumenau até Ribeirão Preto, pois o Luis Fernando precisava chegar a Brasília ate o dia seguinte, segunda-feira. Nós que ficamos, digo, eu, Rosinha, Leto, Sarita e Rui só saímos do hotel por volta das 10h30, pois nesse domingo iríamos rodar apenas 230 km, indo pernoitar novamente em Curitiba, onde a Rosinha e a Sarita pegariam um avião para Brasília à noite. Rodamos com calma, passeando e apreciando as paisagens ao longo da estrada SC 474 que vai de Blumenau a Jaraguá do Sul e só depois pegando a BR 280 em direção a BR 101, onde já saímos próximo de Joinville. No caminho paramos para tomar um chocolate quente que o frio estava apertando e começava a incomodar. Na subida da serra para Curitiba nos deparamos com belas e tenebrosas paisagens observando nuvens negras de chuva encobrindo a montanha. O frio era intenso, mas não choveu e chegamos ao Íbis Aeroporto de Curitiba por volta das 14h30, ainda em tempo de almoçar um ótimo churrasco próximo do hotel. De noite Rosinha e Sarita embarcaram pela Gol no horário previsto e por volta das 23h já estavam em casa, em Brasília.
7º dia: Curitiba – Barueri
Na segunda-feira, dia 22, saímos do hotel as 08h30 da manhã como combinado. Chovia uma chuva fina e gelada durante todo o dia, muito gelada mesmo. O termômetro da minha moto marcava 40 º F o que convertido em centígrados dava aproximadamente 05 graus. Essa temperatura já bem fria junto com uma chuvinha fina e mais a velocidade das motos na estrada, com certeza nos daria uma sensação térmica bem abaixo de zero. E foi o que aconteceu. Tivemos que parar várias vezes nessa manhã, pois as mãos do Rui estavam congelando. E olha que ele tinha por baixo das luvas de couro uma luva térmica de segunda pele, mesmo assim estava congelando. Eu e o Leto suportamos melhor o frio. Em cada parada que fazíamos tomávamos um chocolate bem quente que servia para nos aquecer a alma que estava gelada, mas muito feliz. Nesse dia rodamos 410 km só de pista dupla pela BR-116 até o Íbis de Barueri, localizado no anel viário de São Paulo. Apesar da chuvinha gelada que nos acompanhou todo o tempo chegamos tranquilos por volta das 16h. Após um banho bem quente e revigorante descemos para tomar uma sopa acompanhada de vinho no restaurante do hotel. Às 21h30 já estávamos na cama descansando.
8º dia: Barueri – Uberlândia
A terça-feira, dia 23, ainda amanheceu chuvosa e fria, mas não tão gelada com o dia anterior. Saímos do hotel as 08h30 com capas de chuva e depois de rodar uns 100 km paramos para tirar as capas, pois o sol estava saindo e a temperatura já estava mais amena. Nesse dia rodamos 585 km de pista dupla até o Íbis de Uberlândia. A viagem rendeu bem e chegamos antes das 16h30 da tarde.
9º dia: Uberlândia – Brasília
Nosso ultimo dia de viagem, a quarta-feira, dia 24, amanheceu ensolarado e quente. Saímos do hotel as 08h30 com de costume e logo pegamos o segundo pior trecho de estrada de toda a viagem. Foi o pedaço de 107 km entre Uberlândia e Catalão, passando por Araguari. A estrada está péssima e tem obras a cada quilometro, pois estão duplicando o trecho entre Uberlândia e Araguari. Sofremos um pouco na primeira hora e meia de estrada, mas depois foi só aproveitar as longas retas entre Catalão e Cristalina, onde, a meu pedido, demos uma paradinha rápida no Carmona. Para não chegar muito cedo em Brasília ainda resolvemos almoçar no famoso filé à parmegiana de Cristalina. Foi durante esse almoço que o Rui, muito sério, nos fez uma proposta. Ele disse: “Que tal passarmos por Brasília e seguirmos um pouco mais em frente, tocando até Fortaleza, assim podemos rodar mais uns dias nessa viagem maravilhosa.” Confesso que eu e o Leto ficamos muito tentados a aceitar a proposta do Rui e só não o fizemos por causa de nossas queridas que estavam nos esperando em casa, ansiosas para rever e beijar os maridos aventureiros. Chegamos a Brasília por volta das 15h. Antes de entrar na cidade fizemos uma parada no acostamento para as despedidas. Quem passou por nós naquele momento não deve ter entendido nada ao ver três marmanjos, vestidos de couro negro, abraçados entre si, rodando e saltando de alegria feito criança ao lado de suas motos.
É isso ai amigos. Viajar de moto com os amigos é assim. Agente fica bobo de felicidade e de alegria e só quem pode entender isso é outro motociclista.
Um abraço a todos e até a próxima viagem.
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