Viagem de moto ao Sul do Brasil

O motociclista mineiro Leonardo Loureiro fez uma viagem de moto de 5155 km ao sul do Brasil, incluindo no roteiro a Serra do Rio do Rastro, Gramado, fronteira com o Uruguai e outras belas regiões e compartilha detalhes, informações, dicas e curiosidades sobre o dia a dia da viagem.

Resumo da viagem ao sul:

  • Dias de estrada: 12
  • Quilometragem: 5155 km
  • Dias sem pilotar na estrada: 2
  • Média diária de estrada: 515 km/dia
  • Maior percorrida: 728 km (dia 11)
  • Menor percorrida: 399 km (dia 12)
  • Trecho percorrido à noite: cerca de 300 km
  • Dias com chuva: 4
  • Problemas mecânicos: 0
  • Problemas com equipamento: 0
  • Problemas com abastecimento: 0
  • Acidentes vistos na estrada: 0
  • Engarrafamentos: 3, todos na ida (1 por problema mecânico de um carro, 2 por manutenção na pista)
  • Estados percorridos: 5
  • Estradas percorridas:
  • Rodovias Federais: BR 381, 116, 101, 471, 376, 459, 448, 290
  • Rodovias Estaduais: SC 370, 110, 390, 446, 445, Rod Jorge Lacerda; RS 239, 115, 235, SP 021 (Rodo Anel), 332, 023.
  • Capitais percorridas: São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre.
  • Maior custo da viagem: Gasolina
  • Consumo de gasolina: Aproximadamente 280 litros
  • Gasolina mais cara: Santa Vitória do Palmar/RS: R$6,37
  • Gasolina mais barata: Tubarão/SC: R$4,99
  • Pedágios: (perdi a conta… todas as rodovias Federais e algumas estaduais são pedagiadas)
  • Valor em pedágios: RS 78,70
  • Pedágio mais caro: R$7,10 (BR 116 SP – Via Dutra)
  • Pedágio mais barato: R$1,15 (BR 381 – Fernão Dias)
    ** No Estado do RS moto não paga pedágio. Rodovias Estaduais em SP também não cobram pedágio de motos.
  • Condição do asfalto: Pequeno trecho de cerca de 20 km na Rodovia BR 101 entre a cidade de Mostardas e São José do Norte no RS com asfalto ruim (trecho não pedagiado), Rodovia Jorge Lacerda, ligação entre a cidade de Criciúma e a BR 101 em SC, cerca de 20 km, asfalto em estado ruim (normal para o padrão Minas/Bahia), o restante do trajeto inteiro com asfalto de excelente qualidade.
  • Santa Cataria e paraná com rodovia bastante sinuosa, muitas serras, lembrando as estradas de Minas, mas totalmente duplicada e com asfalto excelente. Além da qualidade do asfalto e ótima sinalização, há vários recuos para caminhos que perderem o freio na estrada na descida das serras. São pontos de saída da estrada com contenção de barreira de pneus para segurar os veículos. Todos bem sinalizados e bem planejados para tal fim. Em cada um deles há uma estatística de “vidas salvas”. Em um deles consta a inscrição “343 vidas já foram salvas neste local!”
  • De maneira geral as estradas são tão bem sinalizadas que dispensa o uso do GPS. Embora tenha adaptado o suporte no guidão da moto para utilizar o celular como GPS fiz uso em pouquíssimas ocasiões.

Considerações:

Planejamento para a viagem:
Primeiramente escolhi o que entendo ser a melhor época do ano: Poucas chuvas, clima mais ameno. No verão há muitas tempestades e faz muito calor e no inverno frio intenso. As melhores épocas são o início outono e meados da primavera.

Me preparei fisicamente correndo em média 5 km três vezes por semana por cerca de 40 dias. Resultado: nenhum cansaço, dor muscular ou qualquer outro problema físico.

Tenho lido vários livros sobre viagens de moto (já são 8; dentre eles: 11 Segundos até o Alasca, do Fernando Duarte e A Estrada da Cura, de Neil Peart) e conversado com algumas pessoas que fizeram viagens longas em busca de dicas de estrada.

Equipamento:

  • Revisão na motocicleta;
  • Instalação de bolha;
  • Suporte para GPS;
  • Suporte para caixa de som JBL;
  • Bandeira Brasil/Minas e bandeira do FN;
  • Jaqueta impermeável;
  • Segunda pele para calor;
  • Segunda pele para rio (frio de outono);
  • Luvas de frio (herdadas do professor),
  • Maleta de ferramentas, incluindo um rolo de arame, um rolo de fita isolante, um bom pedaço de borracha EVA e um cabo de aço de bicicleta com o quebra-galho.
  • Equipamentos de foto filmagem. Máquina, tripé, câmera, baterias, cartões de memória e etc.

** Senti falta de uma bota impermeável.

Kit de medicamentos:

  • Dorflex (sem uso)
  • Aspirina + Antigripal (tomado preventivamente à noite nos dias em que peguei chuva na estrada)
  • Colírio

Curiosidades/ Informações sobre os locais visitados:

Aparecida, vocês viram as imagens… completamente deserta em função do lockdown no estado. Quem conhece a catedral sabe a imensidão. Estive literalmente sozinho dentro da igreja, apenas alguns seguranças faziam a ronda no local.

Soube através de jornais da televisão local que todo o estado de São Paulo estava sob forte lacração.

Todo o litoral paulista estava com barreiras e somente permitia a entrada de moradores. Este lockdown se refletiu no meu retorno pra casa: no 11º dia pretendia pousar no norte do estado de São Paulo, após ultrapassar a região metropolitana, entretanto, as cidades não estavam permitindo hospedagem. As cidades ao sul de Minas também não aceitavam receber hóspedes, algumas estavam inclusive com barricadas para impedir a entrada de pessoas de fora.

Este foi o período em que acabei pilotando à noite na tentativa de encontrar um local para dormir. Já havia me decidido a tocar até BH, chegaria por volta de 2:30 da manhã em casa, quando encontrei um Motel na estrada e consegui dormir por lá. Isto foi em Pouso Alegre e já eram 21h30.

A estrada à noite estava tranquila, sem fluxo de veículos e nem caminhões, daria pra seguir viagem se fosse necessário.

No retorno presenciei um fato curioso no Rodoanel, rodovia que circunda a região metropolitana de São Paulo. Estava eu a uma velocidade média de 100 km/h quando passou por mim um “fusquinha” verde rebaixado em altíssima velocidade (acredito que uns 180 por hora…rsrs), com um escapamento bem barulhento…

Alguns minutos depois, já bem à frente, uma enorme nuvem de fumaça se lançou sobre a pista. Até me assustei sem entender o que era aquilo, quando em meio à fumaça estava o tal fusquinha verde com o motor estourado…

O Rio Grande do Sul é um dos estados onde mais venta no Brasil. Há vários parques eólicos ao longo da costa e mesmo no interior do estado há regiões de vento forte e constante. Em um trecho da BR 116 entre Pelotas e Porto Alegre o vento lateral chega a desestabilizar a motocicleta. As árvores tem aquele aspecto dos coqueiros no litoral da Bahia que crescem empenados moldadas pelo vento.

No Chuí há um enorme parque eólico que alimenta boa parte do sul do estado (menos a própria cidade do Chuí… rsrs). Foi feito um estudo recente de medição dos ventos na região foi constatado que em cinco anos houve apenas “10 minutos sem vento.” O Chuí é uma região bastante peculiar! Deve ser semelhante a Foz do Iguaçu, Ponta Porã e outras cidades fronteiriças.

De um lado Brasil, (Chuí) do outro Uruguai (Chuy). Todos falam-se os dois idiomas e usam as duas moedas. Alguns locais precificam as mercadorias em dólar. A cotação varia de um comércio para outro… alguns estavam a 10 por 1, outros chegavam a 7,5 por 1.

Na verdade, lá não é nem bem Brasil e nem bem Uruguai. A região é bastante pobre. A maioria das pessoas vive do comércio de bugigangas, há vários shoppings populares no lado uruguaio, mas estavam fechados. O Uruguai decretou lockdown total em todo o território devido à segunda onda do COVID que assolou o país. Há veículos circulando no Uruguai literalmente caindo aos pedaços e com placas pintadas à mão. A impressão no geral é de muita pobreza.

Lá no Chuí tive o prazer de dividir alguns momentos com um grupo de quatro motociclistas de Americana/SP que estavam vivendo uma aventura estrada, Os Prateados, liderados pelo Ângelo, o mais velho da turma, que tem uma história de superação fantástica. Saíram para esta aventura sem destino fixo, iam decidindo os próximos passos à medida que avançavam na estrada, mas de forma muito organizada.

Até tentamos, mas não pudemos entrar efetivamente no Uruguai. O país não está recebendo Brasileiros devido à Pandemia.

 Há duas rodovias que levam para o interior do país, rodamos por cerca de 8 km até a aduana, onde fomos barrados. O agente pediu nossos documentos, deu uma olhada nas motos e disse: ”La frontera está cerrada, puedes volver…” Se não ia nos deixar entrar pra que perder tempo olhando documentos… kkkk La burocracia!

A população do Uruguai é menor que a de Belo Horizonte (3,5 M) e vive muito concentrada próxima à capital. Segundo o Angelo, irmão de estrada, a capital e as cidades maiores são muito bonitas e bem diferentes do que vimos na fronteira. Deste modo, do Uruguai somente foi possível conhecer a praia e o Chuy.

Há uma reserva florestal fantástica no RS, bem próxima ao Chuí, chamada Reserva do Taim, cortada pela BR 471. Lamentavelmente pude observar vários animais atropelados na estrada. Raposas, gambás, filhotes de capivara, e até mesmo aves. Havia uma tartaruga atravessando a pista quando passei, já estava no finalzinho e tive certeza de que chegaria do outro lado, já que não havia veículos próximos no momento. Me arrependi de não ter parado e terminado de fazer travessia para ela… mesmo que fosse somente para tirar uma foto.

É impressionante a variedade de aves na região e a quantidade de capivaras.

Fato curiosíssimo: há um rebanho bovino imenso na reserva vivendo em condições completamente selvagens. A reserva é muito bem protegida e vigiada. De lá não se tira nenhum animal. Soubemos por um morador do Chuí que há décadas atrás algumas cabeças de gado fugiram de fazenda próximas e entraram na reserva. De lá não se pode tirar. Sem predadores, o gado procriou e prosperou na reserva, hoje há milhares de cabeças vivendo em completa liberdade sem a ação do homem, morrem apenas de velhice. Pude observa o rebanho quando retornava.

Porto Alegre é uma cidade belíssima. Localizada às margens do Lago Guaíba em confluência com o Rio Jacuí, onde há a formação de inúmeras ilhas fluviais e muitos braços do rio cortados por viadutos gigantescos… As vias de acesso à cidade são impressionantes. A BR 290, acredito ser a via de acesso mais passível de congestionamento, possui quatro faixas de rolamento em cada direção e permite o trânsito no acostamento em caso de necessidade. Há placas indicando: “Limite de velocidade no acostamento 70 km/h em caso de luz piscante

Em Porto Alegre, dei um pequeno tour pela cidade apenas para ver sua aparência… rsrs

Estava quase tudo fechado. Visitei a Arena do Grêmio para homenagear um irmão do Moto Grupo que é Gremista, mas mora em Teófilo Otoni. Tirei algumas fotos, mas o estádio também está completamente fechado, só pude conhecer o entorno.

A Serra Gaúcha, cujo ponto principal é a cidade de Gramado e a vizinha Canela (esta deixei para conhecer em próxima oportunidade), é outra estrada fantástica de se pilotar. Asfalto como um gramado padrão FIFA, paisagem maravilhosa, natureza intocada e de uma riqueza impressionante.

Gramado é um capitulo aparte de tudo isto. Nunca vi nada tão exuberante em minha vida. Acredito que pra competir com a beleza de Gramado, somente a própria Suíça. Cidade completamente construída em estilo europeu. Construções esplendorosas. Difícil até de descrever. A pascoa é a segunda época de maior movimento turístico na cidade, perdendo apenas para o ápice do inverno. Claro, a cidade estava vazia. A decoração de Páscoa é impressionante. Há coelhos, ovos, e chocolates em todas as ruas da cidade, é belíssimo. Existem mais de cem fábricas de chocolate na cidade, entre grandes indústrias e fabricas caseiras. Não há sinal de trânsito, todos respeitam as faixas de pedestres. Não se vê um papel de bala nas ruas. Cidade completamente limpa e organizada.

Claro… tudo na cidade é caríssimo… kkk

Existem dezenas de atrações na cidade… parques temáticos, cidade de gelo, mirantes com vistas fabulosas… mas tudo fechado ou funcionando com limitações devido à Pandemia.

Visitei o Hard Rock café, e a Harley Moto Show… simplesmente ESPETACULAR!!!! Ambos funcionando meia boca.

O Hard Rock Café é de uma magnitude impressionante. São três andares de bar onde normalmente tem música ao vivo. A franquia tem lojas no mundo todo e todas obedecem ao mesmo padrão. Funciona como um museu do rock, com vários objetos de artistas famosos. A unidade de gramado possui em exposição uma camisa do Elvis, um chapéu do Michael Jackson, uma guitarra do Carlos Santana, uma Guitarra do Angus Young, uma jaqueta do Tony Iommi, dentre outros itens fantásticos. Para os fãs de rock é um deleite.

O Harley Motoshow também é um bar, e ainda possui um museu de cera anexo com estátuas de diversas personalidades, mas esta parte estava fechada. Há cerca de trinta motocicletas Harley em exposição, algumas em redomas de vidro com folhetos explicativos de sua história e um exemplar de uma “Indian Scout” belíssima. Na saída há uma caixa de sugestões / elogios / reclamações… não me furtei a deixar uma reclamação: não há Fatboy na exposição. Pior que isso: há uma estátua do exterminador do futuro, próximo a uma Harley, mas esta não é uma Fatboy… imperdoável… kkkkk

Claro que trouxe alguns chocolates de lá… O arrependimento é ter trazido pouco, mas não daria para trazer muito por causa da distância… são maravilhosos… para chocólatras como eu… affff… sem noção!

Em gramado reencontrei os meus amigos Prateados e compartilhamos mais alguns momentos na cidade.

Ainda no Rio Grande do sul presenciei uma operação da Policia Rodoviária Federal de apreensão de drogas. Havia no pátio um caminhão parado e completamente “arrombado”, dois sujeitos detidos, sentados e algemados em um canto e uma enorme carga de drogas empacotadas, cuidadosamente colocadas ao lado de uma placa com a inscrição “PRF”. Os curiosos faziam o trânsito ficar mais lento que o normal, mas não cheguei a ser parado.

Curitiba se auto denomina a “Capital mais moderna do Brasil.”

Fiz um pequeno tour na cidade e realmente aparenta ser. O sistema de transporte coletivo é incrivelmente melhor que o de Belo Horizonte. As estações de embarque dos ônibus articulados são impressionantes. As vias exclusivas para os ônibus são realmente exclusivas e não tomadas de parte das vias normais como acontece em BH. As rodovias que cortam a cidade têm inúmeras faixas de circulação além de vias marginais e parecem comportar o transito sem riscos excessivos, bem diferente do anel rodoviário de Belo Horizonte.

Não circulei pela periferia da cidade e nem pelo interior do estado, mas a impressão das cidades onde passei é a melhor possível.

Santa Catarina tem uma infinidade de Serras e estradas magníficas. Além da Serra do Rio do Rastro e da Serra do Corvo Branco, há outras menos famosas e menos procuradas por turistas.

A Serra do corvo branco faz a única ligação entre as Cidades de Urubici e Grão Pará. Há uma circulação veículos e caminhões de pequeno porte. Um trecho do topo da serra e a descida para Urubici não possui pavimentação e se torna bastante perigoso. O trecho final é muito íngreme, via muito estreita, com passagem para apenas um veículo, curvas muito fechadas e sem pavimentação, com cascalho solto e água escorrendo em alguns pontos. É uma aventura fantástica… kkkk… a vista vale a pena!

No caminho para Urubici há vários mirantes de onde se pode apreciar a vista de cachoeiras magníficas… mas a maioria está fechada devido à pandemia. Somente consegui visitar um deles, que dá vista para a cachoeira “Véu da noiva…” (Falta de imaginação… kkkkk)

No topo da Serra do Corvo Branco coloquei a bandeira do Falange Negra cobrindo o alforje para tirar algumas fotos. Achei o visual bacana e resolvi deixar a bandeira lá enquanto descia a Serra. Num dado momento, já no asfalto, imaginei que o atrito da bandeira no alforje poderia danifica-la e resolvi parar para guardá-la. Percebi que não havia fechado a parte de cima do alforje e tinha perdido o cadeado. Enquanto organizava as coisas parou um carro logo à minha rente e o motorista desceu perguntando se eu havia perdido alguma coisa. Respondi que só um cadeado, mas ele insistiu perguntando se não faltava algum documento. Então percebi que minha pastinha com documentos não estava lá… perdi na descida da Serra minha pasta de documentos contendo identidade, habilitação, documento da moto, certificado internacional de vacina, algumas fotos, adesivos do FN e o planejamento da viagem impresso.

O rapaz me devolveu a pasta e eu nem soube o quanto lhe agradecer por isto. Certamente eu só daria falta de tudo no dia seguinte e já não haveria a menor possibilidade de supor onde havia perdido. Só posso concluir que foi obra da providência Divina!

A serra do Rio do Rastro é a mais famosa do Brasil. Muito bem explorada turisticamente, possui um mirante principal onde há várias lojas de souvenires (a maioria fechada), um restaurante e até um hotel. É o local mais cobiçado e mais visitado por motociclistas do Brasil e a quantidade de adesivos de moto clubes colados na parede da loja não deixa dúvidas disso. A visão mais fantástica que já tive na vida. Assim posso definir o que vi lá de cima. Passei horas “namorando” a Serra antes de descer. Era o meu maior sonho desde que iniciei no motociclismo, por muito tempo tido como inatingível e naquele momento se tornando realidade. Chorei de emoção. Misto de prazer pela realização de um sonho, pela contemplação da beleza inimaginável daquele local que só pode ter sido moldado pelas mãos de Deus e a tristeza de estarmos vivendo uma situação tão delicada como a de hoje.

No primeiro dia não havia mais que cinco pessoas lá. No dia seguinte (sábado) cerca de 20 pessoas talvez. Nada em relação ao que é recebido lá em dia de fim de semana. Na descida há outras atrações. Visita ao parque eólico instalado na Serra, mirantes com vistas também espetaculares, rampa de voo livre, lojas de souvenires, restaurantes… mas quase nada está em funcionamento.

Desci em câmera lenta, apreciando cada curva, parei em alguns pontos para fotografar e admirar. Levei o triplo do tempo necessário. Aproveitei cada momento! Fiz uma lista de reprodução com 50 músicas para ouvir na descida… dá 4 horas de músicas… claro que não levei este tempo todo… apenas a metade…rsrs

Mas cada uma das 50 canções da minha lista me farão lembrar de tudo aquilo cada vez que eu ouvir!!!

Considerações finais:

Viajar é uma das melhores coisas desta vida. Conhecer pessoas, lugares, culturas, histórias, adquirir conhecimento, crescimento pessoal e ainda se divertir e aliviar todo e qualquer estresse desta vida… é algo fantástico. Independentemente de ser de motocicleta ou qualquer outro meio. Para os amantes do motociclismo, unir os dois prazeres com uma viagem de moto é literalmente “Top das Galáxias.” É uma experiência para a vida, não apenas para o motociclismo.

Tenho sempre dito que devemos aproveitar todas as instâncias do motociclismo. Passeios, viagens em grupo, viagens solo, eventos, confraternizações… cada um tem o seu valor e a sua característica. Um não precisa necessariamente ser melhor ou pior que o outro… pode ser tão bom quanto, embora muito diferente.

Viajar sozinho é uma experiência sem igual. Algo que todo motociclista deve experimentar em algum momento da vida. Acredito que proporciona um crescimento em todos os níveis… intelectual, mental, espiritual… é um desafio, e vencer desafios nos torna mais fortes e confiantes. Estar sozinho as vezes é solitário, as vezes dá vontade de conversar, de mostrar algo na estrada, de compartilhar o momento…

Mas a liberdade é plena. Poder viajar no seu ritmo, na sua velocidade, nem rápido e nem devagar, apenas no seu tempo… parar quando quiser, seguir o caminho que desejar e se desviar dele quando achar conveniente, escolher onde vai pousar, onde vai se alimentar, o tempo que vai permanecer, o que vai comer… tomar todas as decisões por si só… a sensação de liberdade é sem igual.

Dá um frio na barriga, partir rumo ao desconhecido, sem saber que vai encontrar, se vai dar tudo certo, se vai conseguir solucionar qualquer problema que possa ocorrer… a ansiedade de enfrentar o desconhecido também faz parte e torna a aventura mais prazerosa. Chegar ao final e ter a sensação de ter vencido a peleja é indescritível.

Como posso resumir tudo isto em apenas uma frase?

Sou Falange Negra, quando não estou viajando estou planejando a próxima viagem!

A palavra tem poder e o pensamento cria… a próxima viagem já está em meus pensamentos


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