Roteiro: Serras Catarinenses

Sempre que queremos vender uma moto nos despedimos dela em grande estilo. Desta vez estamos vendendo a minha Drag 2008, depois de muitas aventuras está na hora de adquirimos uma nova. Assim, meu último passeio com ela fomos pelas Serras Catarinenses.

Primeiro dia: Com as motos revisadas e de tanque cheio saímos de Brasília rumo a Ribeirão Preto, uns 698 km de estrada. Para quem se recorda a estrada de Cristalina, que estava em reforma, virou um tapete. Chegamos a Ribeirão lá pelas 17 horas rumo ao nosso Hotel Monreale. Deixamos as motos no hotel e fomos nos refrescar na Choperia do Pinguim que fica a 600 metros do hotel.

Segundo dia: Pegamos a estrada para Sorocaba, descendo por Tapiraí até Registro. A estrada da Serra da Paranapiacaba/SP é maravilhosamente sinuosa. Paramos no Restaurante da Cabeça da Anta para deixar a marca do Pelicano MC.

Esquecemos do horário e pegamos a Estrada da Graciosa após as seis, assim, perdemos a oportunidade de belas fotos, mas mesmo a noite a estrada é belíssima, faz jus ao nome. Chegamos a Antonina/ PR às 20 horas direto para o Hotel. Após o descanso, fomos visitar a Festival de Inverno da UFPR. Tomamos uma canja de arrasar!

Terceiro dia: Eram apenas 285km até Blumenau/SC. De início parecia que tudo ia ser rápido, aí veio uma densa neblina. Sabe quando o instrutor da auto escola diz que precisamos de atenção pois há situações adversa na estrada? Pois é a neblina atrasou tudo e não tiramos nenhuma foto da Serra do Mar, o maior trecho de Mata Atlântica preservada no Brasil. Estava tão frio que nossos dedos quase congelaram. Vou dizer, o trecho é bem sinalizado e a estrada um tapete, mas sai de baixo, pois os caminhões exageram na velocidade, mesmo debaixo da neblina que só nos deixava ver até uns 50m. Mas chegamos ao nosso destino e fomos aproveitar a FestItália, Choperia Bierland e o Museu da Cerveja. Aqui paramos por mais um dia para conhecermos melhor a cidade.

Quarto dia: O caminho era simples, mas aí ao chegarmos a Tubarão, o GPS nos mandou para uma estradinha de chão por 30km. Apesar da poeira a estradinha estava bem compactada e o trajeto foi sem escorregadas, a moto de Robson, uma Versys tirou de letra, a minha Drag precisei segurar mais, a estrada não é adequada para ela. Chegamos a entrada da Serra do Rio do Rastro as três horas, fizemos várias paradas para fotos. Ao chegarmos na lanchonete ao final da Serra decidimos aguardar as luzes se ascenderem para ótimas fotos. Ficamos hospedados no Hotel Morada dos Pinheiros.

Quinto dia: São Joaquim – Estrada tranquila, asfaltada e bastante sinuosa. Muito bonita, vale a pena. No meio do caminho encontramos com o Snow Valley, onde Robson desceu de tirolesa. Nos hospedamos no Hotel Minuano. Aqui eles têm chalés super aconchegantes. O tempo mudou radicalmente, tem uma frente fria chegando e dizem que vai até nevar por aqui. Decidimos encurtar a viagem.

Sexto dia: Eta dia que deu trabalho: a neblina intensa deixou tudo escuro e sem visualização, mas chegamos tranquilos a Urubici. Não tínhamos realizado reserva, então saímos atrás de uma boa pousada. Muitas na cidade não oferecem aquecimento ou cobertor térmico. Imagine que um cara até disse que lá não fazia frio assim. kkkk, só pode ser piada. Enfim, fomos ao Hotel principal e ao lado vimos a Pousada da Amélia, recém inaugurada, com boa cama, aquecedor no quarto, e água quente nos banheiros, além de um preço justo (R$180,00 a diária). Ficamos na Amélia. Deitamos um pouco esperando a neblina abrir, mas em vão, a coisa tá ficando é feia. Decidimos sair para comer, tava uns 5 graus. Experimentamos o café da Casa Rosa. Simples de achar, é a única casa rosada na avenida. Demos uma caminhada pela cidade e voltamos para o nosso quarto quentinho. Não sem antes comprar umas lembrancinhas.

Sétimo dia: No dia seguinte, mesmo com o tempo fechado, fomos visitar O Morro da Igreja (um dos pontos que registram as menores temperaturas no Brasil). A estrada é bem sinuosa, cheia de curvas fechadíssimas, em alguns trechos o asfalto dá lugar a pedras, colocadas estrategicamente para os carros não deslizarem na descida. Não dava para ver muita coisa, pois a neblina estava intensa, mas ao chegarmos ao topo foi deslumbrante.

Oitavo dia: O dia começou com muita neblina e depois veio a chuva intensa. Desistimos de chegar a Pomerode, apesar dos 279 Km. Paramos em Rio das Pedras, no primeiro hotel que vimos, e fomos descansar, pois não adianta bota waterproof, não tem roupa ou bota que aguente mais de uma hora na chuva intensa. Amanhã vamos direto a Curitiba, 300 km. Vamos ver se chegamos lá, pois o tempo não está ajudando muito.

Nono dia: Novamente a neblina intensa e a chuva grossa atrapalharam o dia, chegamos a Curitiba feito dois pintos molhado, agora nem mais a mala da Givi escapou, ensopou. Decidimos abortar o passeio ao Trem da Serra, pois a chuva não tá dando trégua.

De volta a Brasília, agora é hora de dizer tchau a minha companheira de grandes estradas e partir para minha próxima aquisição.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Para adquirir os livros abaixo, acesse o site do autor: romuloprovetti.com

Livro A caminho do céu - uma viagem de moto pelo Altiplano Andino
A caminho do Atacama
Livro sobre viagem de moto pelo Himalaia
Livro sobre viagem de moto até Ushuaia
Um brasileiro e uma moto no Himalaia indiano