Viagem de moto até Pilar de Goiás

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Duas V-Strom, dois amigos e dois dias na estrada. Nesta viagem de moto tínhamos o objetivo de conhecer a cidade histórica de Pilar de Goiás, saindo de Brasília. A ida foi por Niquelândia e a volta por Anápolis, totalizando 900 km.

Deixamos o Distrito Federal pela BR-080 rumo norte, passando por Padre Bernardo. Em Niquelândia, encontramos muitas lojas fechadas por conta do horário de almoço. Abastecemos motos e pilotos e nos deslocamos para o distrito de Tupiraçaba, antigo Arraial de Traíras, que fica 10 km a leste da cidade do níquel.

O pequeno povoado já foi uma cidade pujante na época do ouro. Hoje existem apenas as ruínas. Dona Maria, uma simpática senhora, nos passou algumas informações. Ela disse que ali era cidade quando Niquelândia era uma currutela (povoado). Agora, é o contrário.

Foi possível identificar os lugares onde ficavam a igreja, a cadeia e a casa de fundição. Há placas indicativas, embora um pouco apagadas. Da igreja só restou uma parede; da cadeia, um pilar. Triste, mas ainda assim bastante significativo.

Seguimos para o município de Uruaçu, onde pernoitamos. A rodovia cruza o rio Maranhão no ponto em que ele alcança o lago Serra da Mesa. Este lago sofreu muito com a crise hídrica dos últimos anos, mas está se recuperando. Houve época em que a ponte antiga podia ser vista acima da linha da água. Agora está submersa novamente.

Pouco depois da ponte fica o acesso à margem do lago com muitos bares e restaurantes flutuantes.

No dia seguinte pegamos a BR-153 sentido sul. Apesar de movimentada, a pista está em boas condições. Encontramos dois pontos de “pare-e-siga” para manutenção do asfalto. Dobramos à direita para Itapaci, cidade que conta com uma grande usina de álcool cercada de plantações de cana de açúcar. Subimos a serra e chegamos a Pilar de Goiás.

Pouco antes da cidade, as instalações da LeaGold Mining chama a atenção do viajante. Esta empresa possui concessão para explorar ouro na cidade pelos próximos cinquenta anos!

Pilar é pequena, mas muito bem conservada. Visitamos as duas igrejas e a casa de Câmara e Cadeia, onde um funcionário da secretaria de turismo nos recebeu. Ele nos mostrou o interior do prédio e informou que nos meses de setembro e outubro haverá festas na cidade. Visitantes normalmente se hospedam em Itapaci.

Passamos em frente a outras construções antigas na rua da cadeia e seguimos até a cachoeira do Ogó (-14.772180, -49.590781). O acesso se dá por 3 km de estrada de chão.

Pegamos o caminho de volta para a BR-153 com parada em Itapaci para almoço. Entramos em Rialma para conferir a ponte que a separa da cidade de Ceres. Na verdade são duas pontes sobre o Rio das Almas, uma antiga e uma nova. Seguimos até Jaraguá.

Neste trecho passei um pequeno susto com um motorista apressado. Eu já havia dado passagem para ele, afinal de moto basta chegar um pouco para a direita. Só que logo alcançamos um caminhão e, como a moto ultrapassa com mais facilidade, resolvi avançar. Esse veículo também resolveu ultrapassar e chegou bem próximo da minha moto. O choque não ocorreu, pois eu estava bem à esquerda na faixa contrária e bastante atento.

Jaraguá é conhecida como “polo de moda”, mas também é uma cidade da época do ouro. Visitamos o museu Casa do Padre Silvestre no centro. Foi uma grata surpresa saber que ele nasceu no arraial de Traíras, que havíamos conhecido no dia anterior! Passamos ao lado da igreja do Rosário e subimos 8 km até a rampa de voo livre com um desnível de 300 m para a cidade. Parte da subida compõe o roteiro turístico Caminhos de Cora Coralina.

Voltamos para a BR-153 e seguimos até Anápolis. Pegamos a BR-060 para Brasília. Já era noite, mas esta rodovia possui excelente sinalização. No pedágio localizado entre Abadiânia e Alexânia observei várias motocicletas seguindo para o último fim de semana do Brasília Capital Moto Week.

Agradeço ao meu parceiro Walton, companheiro de viagem. Deixo o convite para quem quiser participar do site cxt.masto.host e trocar ideias sobre moto e aventuras! E que venha a próxima!


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