Tinha nos meus planos fazer uma viagem de moto entre os dois extremos do Brasil, do Oiapoque ao Chuí. Mas devido a limitações de tempo, infelizmente teria que optar por fazer um dos destinos de cada vez.
Tenho uma pequena cadelinha da raça Shitzu chamada Duda, de dois anos e meio, que é minha companheira aqui em São Luis – MA. Pensei com pesar em fazer a viagem ficando fora um mês e Duda ficar em um hotelzinho para pet. Mas pensei… porque Duda não pode ir, pelo menos uma parte do percurso? Pesquisei nas leis brasileiras e não vi nenhuma que proibia andar com um cão em uma moto. Então comecei a me programar para que minha cadelinha fosse comigo nesta aventura.
Arrumei um kernel de pano, onde adaptei uma pequena tábua e algumas mãos-francesas para que o vento não atrapalhasse a estrutura da “casinha” da Duda. Fiz um pequeno “teste” com ela em um passeio para o interior do Maranhão e Duda se portou muito bem, sem qualquer tipo de enjoo ou demonstração de fadiga.
Chegou o grande dia. Enquanto colocava minhas roupas nos alforges e sacolas, Duda percebia a movimentação e demonstrava um pouco de agitação, mas quando percebeu que iria participar da viagem ficou muito alegre.
Pegamos a estrada em direção a Belo Horizonte, onde mora minha mãe. Saímos bem cedo – 3 horas da manhã.
Duda se portava como uma verdadeira Lady. Apesar de ser o centro das atenções, ela não dava atenção para os olhares das pessoas que não acreditavam ver um cão em uma moto.
Chegamos a Araguaína-TO, nosso primeiro destino, às 16 horas. Ao todo foram quase 900 km, em estradas com muitos caminhões, pouca sinalização, e em alguns trechos próximos a áreas indígenas, muitos buracos.
Araguaína é uma cidade localizada no norte de Tocantins com cerca de 160 mil habitantes, sendo uma importante cidade daquele estado. Dormi em um hotel muito tranquilo no centro de Araguaína que aceitava pet.
Segundo dia – acordei bem cedo para o dia de maior percurso – 1100km – com destino a Brasilia-DF. A estrada é repleta de retas intermináveis. Uma pena não ser duplicada pois é usada por vários caminhões e muitos deles Bi-trem que aumentam em muito a possibilidade de algum acidente. Parava a cada 200 km para abastecer, esticar as pernas e retirar um pouco Duda de dentro da casinha e ela não demonstrou sinal de cansaço ou fadiga.
Fiquei assustado com a quantidade de radares na entrada de Brasília. Um vacilo no acelerador e as despesas da viagem aumentariam de forma assustadora. A Capital Federal é uma cidade apaixonante, com largas avenidas, trânsito um pouco caótico… mas Duda, como sempre, fez o maior sucesso entre os motoristas e passageiros assim que a viam.
Fizemos o percurso em 13 horas e pousamos na residência de meu tio que mora na cidade.
Acordamos novamente bem cedo para o último dia da viagem. Despedimos do meu tio, carreguei novamente as bolsas na moto, e pegamos a estrada.
Uma pequena chuva nos pegou logo após sair do Distrito Federal, mas nada que impedisse continuar com a tocada. O amanhecer maravilhoso, nos brindou com um grande espetáculo.
A viagem foi super tranquila, apenas com uma chuva em Sete Lagoas, bem próximo a Belo Horizonte.
Chegamos ao nosso destino após o almoço. Pensei que Duda estaria cansada com a viagem, mas me surpreendi. Logo após descer da moto, já saiu correndo atrás da cadelinha da minha mãe. Eu estava muito cansado!!!
Agora é descansar um pouco e me preparar para o próximo destino, que será feito sem Duda, que vai me esperar no retorno a BH. Que venha Chuí, passando pela Serra do Rio do Rastro.
Um forte abraço a todos!
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