Motociclista percorre América Latina com uma moto e pretende chegar ao Alasca

A vontade de sentir o vento no rosto, conhecer o caminho que irá percorrer e se aventurar foram os principais motivos que levaram o campo-grandense Eduardo Ávila, 23 anos, a comprar uma moto e sair pelas estradas. Recém-formado em Administração, o jovem não se intimidou e tirou do papel o projeto de percorrer com uma moto, todas as Américas.

Desde a saída inicial, em 22 de março de 2014, até hoje, ele percorreu com sua moto mais de 34 mil km de estradas do Uruguai, Argentina, Peru, Equador e Colômbia.

De passagem por Campo Grande, apenas por dez dias, o jovem diz que pretende chegar ao Alasca no extremo norte do continente americano e diz que só volta em definitivo para casa em junho de 2016. Quando questionado sobre o porquê de ter escolhido uma moto para fazer essa viagem, Eduardo não hesitou em responder: a liberdade que uma moto proporciona.

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Quando você viaja de carro ou até mesmo de ônibus, você não tem essa sensação, de sentir a viagem… na moto não, ela te deixa livre, dá para você sentir o clima, sentir a direção… é um espírito mais vivo e sem contar que você aprende a respeitar o clima e segue se tiver coragem ou não, porque uma chuva, pode te atrasar.

Impetuoso, o jovem ultrapassou todas as expectativas de familiares e até dos amigos, que não botavam ‘fé’ em seu roteiro.

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Todos pensavam que eu ia voltar em uma semana, mas consegui… logo no primeiro dia, fiz um trajeto de 1.100 km, cai da moto, ela toda pesada, mas venci e cheguei no meu sonho ‘máster’ de conquista que era o Ushuaia [Argentina]. Meu pai ficou todo orgulhoso, mas minha mãe já viu que a coisa tinha ficado mais séria. Eu tenho muito orgulho de ter chegado até lá.

Na bagagem, roupas de frio, comida para a viagem e muita originalidade no visual. No coração, um amor de seis anos que suportou nove meses longe, mas que teve um fim.

A principio era uma viagem a dois, em cima da moto, mas minha namorada na época desistiu e resolvi seguir sozinho… O namoro acabou, e à distancia fica mais difícil mesmo, mas será superado.

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Aprendizado

Durante quase um ano fora de casa, o motociclista, que prefere trocar a palavra experiência por aprendizado, diz ter se sentido acolhido por motociclistas ‘hermanos’.

A cultura motociclista da América Latina é totalmente diferente da brasileira; facilmente me adaptei ao estilo deles que são acolhedores e querem ter um ‘recuerdo’ de você.

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De acordo com Eduardo, os grupos de WhatsApp e páginas do Facebook sobre aventureiros da moto, são bastante fortes e coletivos.

A gente se comunica o tempo todo, um Hermano ajuda o outro, te dão hospedagem, alimentação e ainda por cima, dá para ganhar um troco, que pra quem é viajante, ajuda muito porque é caro viver fora de casa.

O troco, segundo ele, parte dos eventos organizados por aventureiros que dão a oportunidade de troca de experiências e venda de bordados para jaquetas.

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Patrocínio

Assim que desembarcou na Colômbia, o viajante disse que recebeu um patrocínio da marca da sua moto, a Yamaha. Já no Equador, recebeu o apoio de uma empresa de óleos lubrificantes para a manutenção da moto.

Sobre a manutenção, Eduardo diz que ele mesmo faz.

Eu curto esse lance de mecânica, saí de Campo Grande com um conhecimento básico e no decorrer da viagem, subi de nível, agora tô no conhecimento intermediário [risos], porque é tanta a vivência que você tem que você acaba aprendendo.

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Castelhano

O idioma, que antes ficava só na cabeça, foi explorado, e muito. O nosso entrevistado disse que sempre se indignou quando não conseguia falar, nem sequer, a língua fronteiriça.

No começo me pareceu muito difícil falar o castelhano, principalmente na Argentina que são mais rigorosos e ousam mais, já no Uruguai era mais entendível e os chilenos usam muitas gírias no sotaque, mas aprendi e não consigo mais pensar em português, sempre que estou conversando me sinto num filme traduzido.

Com mais de 120 mil km ainda por rodar, o nosso entrevistado diz que pretende deixar o Brasil para o fim do percurso.

Quero dar uma volta no Brasil, mas vou deixar pra quando a moto tiver mais cansada, caso dê algum problema, já vou estar em casa; o legal é nunca perder a vontade de desafiar, quero sempre poder inspirar outras pessoas, porque até pra mim, foi uma grande conquista.

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Para saber das próximas aventuras do motociclista, os interessados podem acompanhar os caminhos pela página Expedition Lone Rider – America no Facebook.

Fonte: http://www.cassilandiajornal.com.br


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