Saí às 7h30 de Puerto Natales, temperatura a 3°C e chovendo levemente. Logo ao sair, rezei o terço e agradeci a Deus por todas as bênçãos recebidas! O horizonte mostrava que seria recebido na Tierra del Fuego com um lindo dia…

O frio que eu sentia nas mãos e pés foi piorando (a sensação térmica percebida a uns 110 km/h na Gilda seguramente é bem abaixo de 0°C). Já tinha rodado uns 100 km e, apesar de ficar abrindo e fechando as mãos dentro do protetor de vento, meus dedos estavam congelando e começaram a doer. Parei, tirei as luvas e aqueci as mãos no motor da Gilda. Alívio!

Viagem de moto Argentina

Voltei a rodar e parei no primeiro vilarejo, procurando avidamente uma cafeteria para entrar e fugir do frio intenso. Nada, 10h da manhã com sol e a pequena cidade parecia morta. De repente vi um “anjo” saindo de uma casa e entrando em um motorhome tipo ônibus bem antigo. Parei e chamei. Perguntei sobre cafeteria. Ele disse que não havia e me convidou para entrar. Estava com seu jovem ajudante (um negro colombiano) trabalhando na reforma de uma casa. Esquentou água, me passou o café solúvel, ligou um aquecedor elétrico (me mostrou no celular que a temperatura estava em 2°C às 10h30!!! PQP, frio pra c….!!!). Conversamos um bom tempo, suficiente para meu corpo restabelecer as CNTP (condições normais de temperatura e pressão). ?Me deu dicas muito boas das estradas e, após eu agradecer muito a ele e, principalmente a Ela pelo envio deste “anjo” naquele momento tão difícil, segui viagem. Não senti mais frio e pude desfrutar do prazer de vaguear novamente com a Gilda.?

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Ainda no Chile, atravessei de balsa o Estreito de Magalhães (uau, onde fui parar vagueando com Ela e a Gilda…?)

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Então entrei (ainda Chile) na…

Abasteci em Cerro Sombrero, atravessei as aduanas sem burocracia e sem revistas (eles já conhecem os motociclistas aventureiros, nos tratam muito bem e tudo é muito rápido). Neste trecho cruzei com vários motociclistas aventureiros e a cada vez a emoção é grande ao nos cumprimentarmos como “velhos amigos”, com o tradicional gesto de esticar o braço esquerdo paralelo ao chão. Aqui na Argentina somos frequentemente cumprimentados por motoristas de caminhões e carros. Piscam os faróis, cumprimentam com as mãos etc. Quando paramos, sempre aparecem pessoas para conversar.

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? Acho que além da curiosidade representamos a “liberdade no estilo de vida” que todos anseiam por ter.

Cheguei a Rio Grande. Aqui é muito forte o legítimo sentimento dos argentinos pela “as Malvinas são Argentinas”, pois daqui saíram as tropas para combater os colonizadores ingleses que se negam a devolver as terras que roubaram há anos. Lá há muito petróleo…. Estou 100% ao lado dos argentinos no seu legítimo direito de ter as Malvinas de volta a sua soberania e posse!!!

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Então, entrei em contato (já vinha mantendo há um tempo) com o Lalo, amigo de infância do André Moro (motociclista amigo meu de São José dos Campos que morou em Ushuaia quando criança). Ele me convidou para ficar na sua casa, mas preferi um hotel para ter mais privacidade.

Ele me apanhou às 20h com seu filho de 17 anos (Lalo é separado e eles moram só) e fomos para sua casa, onde degustamos um delicioso “assado” (churrasco) de chuleta de ancho. Este tipo de carne que se encontra aqui é tenra e extremamente saborosa.

Um amigo harleiro nos acompanhou. Curtimos um papo agradabilíssimo degustando o churrasco e tomando várias beers até depois da meia noite. Show!!!

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Finalizando, compartilho com vocês minha alegria em receber o presente abaixo do Lalo.

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Aqui, todo dia 1 de abril é feita uma vigília, pois dia 2 de abril se comemora o dia do “veterano e dos mortos na guerra das Malvinas”.

Hasta luego!


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