Viagem de moto pelo Norte do Brasil

Brasil sobre duas rodas – Parte 1

A aventura que marcou nossas vidas!

O amor pela motocicleta, a juventude e a ânsia por desbravar parte do nosso País Continente, juntou os amigos Felipe Miranda, Juliano Trant e Aguinaldo Mendes que, pilotando suas motocicletas Yamaha, uma Tenére 600 cc e duas Lander 250 cc, percorreram mais de 12 mil quilômetros por rodovias e caminhos do Centro Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, passando por dezesseis estados.

Perguntados como foi a viagem, para começo de conversa, uma única resposta partindo deles, resumia tudo: “A aventura que marcou nossas vidas”. Diga-se de passagem, que, durante a viagem os pilotos receberam ótima hospitalidade de amigos e membros do Brazil Riders.

Os três amigos aventureiros partiram de Belo Horizonte – MG. O destino do primeiro dia foi Brasília-DF. Com o asfalto da BR-040 em boas condições, os problemas enfrentados foram com as bagagens, que teimavam em soltar-se dos amarrados e cair na estrada. Esse pequeno transtorno acompanhou os nossos motociclistas durante os três primeiros dias, até que, exímios nos segredos de afixar a grande quantidade de bagagem nas motos, não tiveram mais problemas.

De Brasília a Cuiabá, foram dois dias de viagem. O asfalto em boas condições permitia uma pilotagem com segurança e que fossem apreciando a beleza da paisagem, marcada por muito verde, por cachoeiras de águas cristalinas e pela poesia das veredas, com suas sentinelas formadas pelos coqueiros Buriti. A estrada corta a Chapada dos Guimarães, uma paisagem deslumbrante, contornada pelas montanhas erodidas pelo vento e pela chuva, formando um ecossistema único por sua beleza e pela diversidade de sua fauna e flora. A nota de pesar ficou por conta do grande número de carcaças de animais silvestres atropelados, espalhadas pela rodovia. Não seria hora do IBAMA e o DENIT construírem uma cerca margeando a rodovia nesses locais, com passagens para esses animais? Chega de demagogia! Nossa fauna pede socorro!!! Outro fato que preocupou e incomodou nossos aventureiros foram as queimadas. De Brasília ao estado de Rondônia, parecia que o mundo iria acabar em fogo e fumaça, que chegou a comprometer a visibilidade dos pilotos em longos percursos. Outra questão que incomodou foi o alto preço do combustível.

Em Cuiabá estava prevista uma revisão das motocicletas. O dia já ia adiantado quando partiram rumo a Tangará da Serra, também por uma rodovia asfaltada e em boas condições. Nessa localidade foram recebidos com um churrasco. Como já era tarde da noite, nossos pilotos pararam as motos diretamente no local da recepção. O banho e o descanso ficaram para depois. Seguiram dali até Vilhena, na fronteira de Mato Grosso com Rondônia. Durante todo o percurso, ambas as margens da BR-174 ardiam em chamas. Os incêndios nos campos fizeram com que a noite parecesse dia e que, durante o dia, o sol não passasse de uma bola vermelha, sem brilho, encoberto que estava pela fumaça. Também centenas de animais silvestres jaziam atropelados no asfalto.

Viagem de moto pelo Norte do Brasil

De Vilhena a Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, são mais ou menos 800 km pela BR-174. Os pilotos colocaram suas motos na estrada às 5 horas e chegaram no destino à noite. Nessa altura o preço do litro da gasolina estava ainda mais salgado. As queimadas também cobriram todo o percurso. Nessa Capital, um susto. Muita gente portando armas na cintura e até mesmo atravessadas às costas transitava pilotando motos. Capacetes por ali não existem. Ninguém usa. Também é muito comum as motos transitarem com três e até quatro pessoas, nelas encarapitadas. Ali da para perceber na prática a teoria que “os Brasis são muitos”. A hospedagem foi um ponto negativo. Cara e ruim. Nossos pilotos se ajeitaram como puderam.

De Porto Velho seguiram rumo a Humaitá a mais ou menos 200 km de distância, pela BR-319, que está em boas condições de tráfego, ao encontro da TRANSAMAZÔNICA. Em uma reta de mais de 100 km, cortando a selva, depararam com uma onça morta, atropelada no asfalto.

Tão bonita e exuberante é a floresta amazônica, que os nossos pilotos gastaram mais de seis horas para percorrer esse trecho. Pararam inúmeras vezes para fotografar ou para ficar apreciando e ouvindo os sons da floresta. Uma dessas paradas foi num rancho à beira da estrada, onde era vendida água de côco a R$1,00. Nem bem pararam, chegou ao local uma caminhoneta com oito homens mal encarados. Preocupados com os estranhos, nossos pilotos optaram por uma rápida retirada. Na pressa, o Felipe esqueceu os seus óculos de sol no balcão.

Relato de Viagem de Moto

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