Iniciamos nossa viagem às 7h15 da manhã, pois teríamos mais de 550 km para rodar com nossas motos nesse dia. Subimos a Cordilheira do Atlas com passagem na aldeia de Imilchil com seus lagos Khenifra e Ifrane. Ifrane é chamada no Marrocos como a Suíça Marroquina por causa do esporte, do clima mais frio, dos jardins e chalés de telhados vermelhos.
A cidade fica a 1650 metros de altitude e durante o inverno fica toda coberta de neve, o que atrai muitos turistas para a estação de esqui Michliffen. Seu nome significa caverna, local onde as tribos berberes habitavam. A cidade foi criada em 1929, pelo protetorado francês. Sua fama fez com que a cidade merecesse ser local para a construção de mais um palácio real, com telhados verdes, conforme a tradição manda.
Ali demos uma pequena parada para apreciação e depois partimos. A descida do Atlas foi tumultuada. Como era domingo, a pista era de mão dupla e muitos veículos retornavam para suas residências do fim de semana, atrasando bastante nossa chegada a Fez.
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Fez já foi capital do país inúmeras vezes e é a segunda maior cidade do Marrocos, só ficando atrás de Casablanca. Foi fundada no século IX, sendo grande parte de sua antiga cidade datada desta época. Andar por suas ruas é como voltar à Idade Média. E isso pode ser ao mesmo tempo, mágico e caótico.
Saímos do Hotel, passamos pelo Centro de Fez e seguimos até Borj Nord. Local onde fica o Museu de Armas, uma fortificação localizada no topo de uma colina perto das muralhas do norte da cidade. O edifício militar foi construído no século 16 para controlar a Medina e protegê-la contra agressões externas. Com um plano quadrado que se estende na forma de uma flecha em cada um dos ângulos, o prédio tem um aspecto semelhante ao das fortalezas portuguesas. De lá tivemos uma visão de toda a cidade.
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Depois, partimos para a famosa Medina mais antiga (e a mais turística) de Fez, conhecida como Fez El Bali (ou Fez, a Velha). É considerada patrimônio cultural da UNESCO junto às de Marrakesh, Essaouira e Tétouan. Mas por estar localizada numa cidade erguida no século IX torna a tarefa das mais difíceis. A Ana Paula comentou que faz turismo há mais de 20 anos e até hoje tem dificuldades em rodar por lá sem se perder. Tem perímetro de mais de 40 km2 e foram contratados dois guias para abrir e fechar o grupo, evitando o desencontro de nosso pessoal. Ainda assim, um dos nossos parou para fazer compras e teve muitas dificuldades para sair. Pediu ajuda fora da Medina, mas os táxis não queriam leva-lo ao Hotel, até que um Motociclista deu uma carona em sua motoneta.
O exotismo toma conta de um cenário único, cheio de ruelas labirínticas. Há souqs (os mercados) dedicados para cada atividade: roupas, cerâmicas, tapeçarias, artesanato, alimentação. Mas, quase lado a lado, podem conviver um pedaço enorme de carne de carneiro pendurada em ganchos com belas e delicadas pashminas coloridas.
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Outra curiosidade do local são os curtumes. Nos terraços das lojas de couro, são feitos passeios onde pode se acompanhar o trabalho dos funcionários tingindo o couro, o cheiro é de embrulhar o estômago e na entrada são entregues folhas de hortelã para se colocar no nariz.
Vídeo de um curtume
Também em El-Bali está a Mesquita de Karaouine, fundada no ano de 859, e também a universidade de mesmo nome, que reivindica o título de a mais antiga do mundo. Infelizmente, o interior fica vetado aos não-muçulmanos. Conseguimos tirar uma foto, porém da porta de entrada.
Em minha caminhada pelo interior da Medina, as crianças e os vendedores me chamavam de Ali Baba em virtude da espessa barba que mantive durante a viagem, inclusive pedindo para tirar fotos.
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