Conclusão

A Floresta que vemos pela televisão, fica muito distante da estrada. À beira da estrada se vêem muito poucos animais. Aquela história de sucuris a cada quilômetro é lenda. Alguns moradores nunca viram. Árvores grossas somente as que estão já cortadas em cima da carroceria dos caminhões, que percorrem centenas de quilômetros floresta adentro para tirar todas que acham, encobertos pelos projetos de manejo florestal. Onde já não há mais arvores, a não ser as que não tem valor comercial, palmeiras e buritis, há o pasto. Por centenas de quilômetros avistamos muitas queimadas, uma imagem desoladora. O que esperar do futuro desta região ?

Vale muito conhecer esta região do Brasil, com cultura, jeito de falar, comida e clima diferentes. Conhecemos muitas pessoas especiais durante todo percurso, nativos, pessoas que queriam mudar sua vida e foram para lá, e aventureiros como nós. Mas saia de casa de coração aberto e deixe as críticas, reclamações e comparações enterradas em algum lugar antes de sair.

Usamos pneus 100% off que somente foram úteis quando andamos pela trecho de barro. A maioria das estradas estavam secas e eles causavam a sensação de estarem furados, mesmo com a correta calibragem. O mais correto para o tipo de piso seco são o pneus das antigas XL´s com desenhos hexagonais. Constantemente escutávamos isto dos locais “tirem esses pneus, eles dificultam a dirigibilidade, etc..”. E realmente estavam certos.

Quando estiver passando pela poaca, fique em pé, freio somente o traseiro e, na iminência de perder a direção, baixe uma marcha e acelere.

Na necessidade de frear forte, fique em pé.

Cuidado na ultrapassagem de caminhões, eles levantam muito pó, mas os mais difíceis de serem ultrapassados são os ônibus e micros, eles andam o tempo todo a mais de 90 km/h. Mesmo na terra, não tente a ultrapassagem na descida, ele não vêem você e aceleram tudo que podem. Aguarde pacientemente uma reta ou uma subida.

Quando estiver rodando por um trecho mais estreito na estrada de terra e vier um veículo grande na direção contrária, diminua a velocidade, quase parando e aguarde na lateral. Jamais tente sair para a lateral em velocidade superior, pois todo o pó ou poaca está depositado na lateral da estrada e você irá perder o controle da moto.

Como sabem, usei um par de pneu 100% da mitas, que duraram toda a viagem na terra. Nos trecho de asfalto coloquei trava nos pneus ou garrote como alguns conhecem. As câmaras também eram da Mitas, uma câmara muito grossa, muito difícil de furar, por dobras ou impactos, somente pregos. Usei 18 libras no pneu dianteiro e 22 no pneu traseiro.

Usei uma balaclava de lycra vestida até a altura das orelhas e uma máscara anti pó em tecido, desta forma o pó não me incomodou em nenhum dia. Usava também um outro lenço para proteger o pescoço do sol, além, é claro, passar protetor solar.

Segundo agentes que conversamos não há barcos que saem de Manaus, AM para Santarém, PA aos domingos. E segunda-feira, como apenas há um barco que faz o percurso, o custo é maior que em outros dias.

Levei as câmaras originais como reserva, material para conserto de furos, uma bomba manual e 3 espátulas, sendo 1 grande e 2 pequenas e um martelo de borracha. Todas as chaves necessárias para sacar rodas e fazer pequenos consertos, mais o kit original. Abraçadeiras de plástico em 3 tamanhos, chave Philips e chaves allen nas medidas da moto.

Barraca, colchão de ar com bomba embutida, panela, 4 refeições de comida liofilizada, camel back de 3 litros, esticadores se fosse necessário prender/carregar a moto, muitos prendedores elásticos para prender a bagagem, uma par de alforges da marca Gift de 20 litros cada, afastador de alforge, bauleto traseiro de alumínio da Roncar com capacidade de 35 litros, mochila estanque 40 litros marca Montana e mesmo assim todas as roupas e minhas coisas foram guardadas em sacos plásticos. Adaptador para o baú traseiro, que tive que eu mesmo refurar.

Case impermeável e flexível na área da tela para GPS da Ram Mount, GPS Garmin Nuvi 1310 com os seguintes mapas: Autoguias 3.10, CNSA 201320, TRC 1208, tomada 12 volts para adaptador do GPS, que devido aos impactos desligava a todo momento, só funcionou bem parado. Tenho que bolar uma ligação direta na bateria da próxima vez.

Protetor de Motor com pedaleira Way, mais conhecido como mata cachorro, protetor de mão com alma de alumínio alloy bi componente Circuit, extensor de paralamas Elistick.

Usei um lubrificante de corrente, o Motul Off Road, que não funcionou perfeitamente devido ao excesso de poeira, tinha que lubrificar a cada 100 km e não durou nem 15 dias.

Não levei nenhuma peça de reposição, há muitas oficinas no caminho e também uma boa quantidade de concessionarias Honda.

Mais 3 custos que nao foram relatados anteriormente:

  • Transporte terrestre Maringá, PR a Marabá, PA R$ 450,00
  • Embalagem da moto por uma concessionária Honda R$ 100,00
  • Passagem aérea 7000 pontos multiplus ou R$ 347,00

Não somei o custo total, mas todos estão listados em cada dia. O único custo que não costumo memorizar é o de combustivel, pois são vários abastecimentos diarios e não servem como base futura, pois cada moto tem consumo diferente. Basta você saber o consumo da sua e calcular pela quilomentragem diária.

Equipamentos do piloto:

  • Roupa para chuva completa da marca HLX.
  • Capacete Shoei off road
  • Oculos google Oakley modelo Crowbar com protetor de nariz, com 3 tipos de lente, dark, blue e cristal.
  • Protetor de coluna com colete e cotoveleiras integrado Alpinestars.
  • Calca Rallye Pro Tork over boot.
  • Joelheira Asterix
  • Bota Alpinestars Tech 7
  • Luva de couro com protetores em fibra de carbono da IMS.
  • Balaclava em lycra da HLX
  • Camiseta de trilhas da época que eu competia.
  • Pochete Columbia, onde levei protetor solar 70fps, repelente Exposis, câmera fotográfica sony HX7V com memoria SDHC 32 GB 100x e case, celular, lanterna, canivete, chave reserva, spray hidratante nasal, papel higiênico, documentos e dinheiro.

Amigos que encontramos em Manaus:

Viagem de Moto pela Rodovia Transamazônica
Assis, Fabio, Berini e Marcos

Assis e Marcos, deram a volta por toda America do Sul e entraram no Brasil pela Venezuela

Viagem de Moto pela Rodovia Transamazônica
Sonho

Viagem de Moto pela Rodovia Transamazônica
Amigos de Natal e Joinville

Lembro a todos que este relato representa o que eu vivi e senti e pode ser diferente para você.

Dedico este relato às orações que minha esposa Valquiria faz para me dar tranquilidade e força para continuar lutando e aos meus dois filhos: Guilherme e Gabriela.

Gostaria também de agradecer aos amigos Fábio e Luiz, que me aceitaram nesta viagem. Sãao duas pessoas especias e ótimos companheiros de estrada. A vocês meu muito obrigado e que Deus sempre ilumine os seus caminhos. Bons ventos !!!


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