Chegamos a Itambaracá no sábado por volta das 17h, mas esse seria só o inicio dessa viagem. Na terça-feira, por volta das 8h30, depois de um excelente café, nos despedimos na porteira do sitio da minha tia e partimos com destino a Foz do Iguaçu. Este dia se mostrou como o mais cansativo da viagem e vocês entenderão o porquê.

Para chegar a Bandeirantes, a primeira cidade após sair da casa de minha tia, tivemos que esperar a balsa que faz a travessia do rio Cinza: a ponte caiu devido às fortes chuvas no começo do ano de 2016.

Viagem de moto Sul do Brasil

Uma parada pra foto no santuário de São Miguel Arcanjo na saída de Bandeirantes sentido Santa Mariana. Paramos para abastecer em Cornélio Procópio. Enquanto em Vinhedo a gasolina custava R$ 3,50, naquela cidade paguei a bagatela de R$ 3,90 o litro.

Uma dica pra quem viaja de moto e sai da região de Cornélio Procópio sentido Londrina: uns 300 metros antes do pedágio de R$ 9,00 para moto existe uma saída pra uma cidade chamada Assai. Após passar no viaduto por cima da pista que você seguia tem uma entrada à direita. Essa entrada fica bem ao lado da pista e tem um restaurante. Por ali tem um pedágio particular por onde só passa moto por R$ 4,00. Caso queiram economizar vale a pena.

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Nesse dia cruzamos cidades importantes no Paraná como Londrina, Apucarana, Maringá, Cascavel até chegar à cidade de Foz do Iguaçu às 18h15 em baixo de chuva. Aproximadamente 10h de viagem e 640 km percorridos, quase R$ 50,00 gastos em pedágios, mesmo economizando R$ 5,00 em Londrina. Valor dos pedágios entre R$ 3,60 a R$ 9,00 no percurso. Muito caro para se rodar em pistas simples com muitos caminhões e poucos pontos de ultrapassagem de forma segura. Como amo minha vida e a minha esposa, não me arrisco em qualquer lugar. Nesse dia o pensamento foi um banho quente e cama.

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Ficamos somente uma noite no Hotel Golden Falls, que havia reservado anteriormente. Para um casal não é um hotel bacana pela estrutura do quarto e banheiro, mas o café da manhã realmente é o que se propuseram a oferecer.

Após o café fomos até o marco das Três Fronteiras e realmente foi emocionante para mim e para a Val estarmos ali na fronteira do Brasil, onde se pode ver outros dois países e chegamos lá de Fazer 250.

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Mas como a hora estava passando e tínhamos que partir de Foz nesse dia por conta de outros destinos pré agendados, voltamos para o hotel pegamos nossas coisa e fomos fazer o tour na barragem de Itaipu. Optamos por conhecer Itaipu ao invés das cataratas devido ao pai da Val ter trabalhado na construção. Não nos arrependemos: o passeio é maravilhoso e vale muito a pena conhecer.

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Enfim, por volta das 15h estávamos saindo de Foz. O próximo destino seria uma cidade chamada Água doce em Santa Catarina, distante 500 km de Foz. Seria porque infelizmente tivemos um incidente neste dia. Após termos pego chuva e trânsito de caminhão, nos deixando exaustos no dia anterior, foi hora de passar um susto na estrada: tínhamos rodado uns 140 km com uma média de 70 a 80 km/h devido aos caminhões. Estávamos na PR-182, uma rodovia não pedagiada com pista simples, sem muitos pontos de ultrapassagem e com muitos buracos no caminho. Estava mantendo uma distância segura do caminhão à minha frente esperando uma oportunidade de ultrapassar quando no fim de uma curva uma cratera apareceu em nosso caminho e não pude desviar. Travei bem o guidão e ouvi um barulho de algo se arrastando. Por um instante pensei ter estourado o pneu, mas não era: olhei para o lado e vi nosso baú de 45 litros rodando no asfalto. Dei seta e segurei no freio, parando no acostamento. Na mesma hora um caminhão na contra mão jogou o baú contra uma caminhonete que o rebateu, quebrando a tampa e jogando nossas capas de chuva, calçados e blusas pela rodovia. Um caminhoneiro que vinha atrás e viu o que acontecia parou o transito, ligando o pisca alerta. O mesmo foi feito por um carro na outra pista. Eu não sabia se pegava as coisas ou se acalmava a Val que, como eu, estava muito assustada. Por sorte ela acalmou um pouco e me ajudou a pegar as coisas. Coloquei tudo na parte de baixo do baú que sobrou.

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Estávamos a uns 500 metros de um restaurante na entrada da cidade de Capitão Leônidas Marques. Deixei a Val tomando uma garrafa de água para se acalmar e fui somente com os alforjes para comprar uma mochila. Colocamos o que coube na mochila e algumas coisas num saco de lixo mesmo e amarramos no suporte do baú que havia ficado na moto. Por sorte nossas roupas estavam divididas nos alforjes

Partimos por volta de 19h30 e já estava escuro. Por volta das 20h começou a baixar uma neblina muito densa e junto com ela o frio ia aumentando. Com a pista esburacada, sem sinalização, sem visibilidade e eu sem conhecer o caminho, acabei por fazer algumas curvas a 40 km/h, até um ônibus de viagem passar por mim. Nessa hora mantive uma distância segura e fui me guiando pelas lanternas do ônibus e pude voltar a andar perto de 90 km/h.

Chegamos a Pato Branco por volta das 22h, cansados, assustados e com muito frio. Resolvi que já era mais do que hora para parar. Entre as paradas, o susto, a neblina e a baixa velocidade, tínhamos rodado somente 350 km em 7 horas.

Considero esse o pior dia e o final da 2ª parte da viagem.


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