11º dia – de Ushuaia a Punta Arenas

Esse dia já seria o início de nossa volta. Já com o objetivo parcialmente cumprido, levantamos cedo e o tempo estava chuvoso. Pensamos que íamos pegar muita chuva nesse dia também.

Após uma hora de viagem aproximadamente, estávamos passando de volta pelo “Passo Garibaldi” e paramos no mirante (Mirador Lago Escondido) para uma bela vista do Lago Escondido e Lago Fagnano. Nesse local já não havia muitas nuvens e o céu estava quase todo azul, mas ainda fazia bastante frio.

Nosso objetivo nesse dia era chegar a Puerto Natales, no Chile, de onde partiríamos para conhecer o Parque Nacional Torres del Paine. Fizemos o mesmo caminho de volta até pouco depois do Ferry do Estreito de Magalhães.

Ao reentrar no Chile, fizemos os trâmites de fronteira e paramos em Cerro Sombrero para almoçar, mas o restaurante já estava fechado. Fomos ao posto de combustível abastecer, mas o mesmo também estava fechado. Tinha uma placa avisando que ele abriria novamente em 30 minutos. Enquanto aguardávamos, comemos alguns lanches que tínhamos para emergências – barra de cereais, doces e uma farofa de carne de sol do Geraldinho. Essa deu muita “sustança”. Chegou também um casal do Rio de Janeiro, em uma XT 660R se não me falha a memória, e conversamos um pouco. Ele nos disse que teve uma queda na moto, devido ao gelo na pista.

Logo o posto reabriu, abastecemos – eles não aceitam nenhum tipo de cartão, e seguimos para a travessia do estreito de Magalhães. Tivemos que ficar segurando as motos, pois o mar estava mais agitado e o barco estava balançando muito, quase derrubando as motos de lado, pois elas não estavam amarradas, e sim, somente no tripé.

Seguimos até o trevo com a Ruta 255, e a partir de então fomos por ela sentido Puerto Natales. Nesse trecho a estrada é muito plana e com retas longas. Eu comecei a sentir um sono terrível. Tive muito sono antes também, mas dessa vez estava pior. Não estava aguentando mais, e perguntei ao Rogério e ao Geraldinho se eles também estavam com sono. O Rogério disse que não, mas o Geraldinho disse que estava quase caindo da moto de tanto sono. Pela primeira vez eu pedi para parar, pois eu e o Geraldinho estávamos a ponto de ter um acidente por dormir em cima da moto. Achamos um estacionamento na margem da estrada para caminhoneiros ou outros veículos, como é comum no Chile e paramos. Deitei em uma pequena tábua que achei nesse local e o Geraldinho nem quis descer da moto. Descansamos por uns 20 minutos e saímos refeitos.

Cochilo urgente na Ruta 255

Chegamos ao trevo da Ruta 255 com a Ruta 9, onde planejamos abastecer e seguir para Puerto Natales. Chegamos ao posto e…, ele não estava mais funcionando. Estava desativado e abandonado. Devido à distância, nosso combustível não dava para irmos até Puerto Natales. Pelo mapa que tínhamos, parecia não ter outro abastecimento no trecho. Decidimos então ir para Punta Arenas, pois o combustível era suficiente para chegar e a hora já estava adiantada. Não iríamos conseguir chegar a Puerto Natales de dia.

Chegamos a Punta Arenas e paramos no primeiro posto que havia para abastecer. Para nossa surpresa quem encontramos lá? O Luiz, o Mito e o Heraldo – a turma de Recife. Foi muito bom rever os amigos. Descansamos e tomamos um lanche. Na hora de sair, eles disseram que tinham uma reserva a mais no hotel e poderiam nos ceder. Olhamos alguns hotéis na cidade, mas estavam todos lotados. Assim, fomos para o hotel deles. O quarto extra ficou para o Rogério e sua esposa e o Luiz e o Heraldo ficaram em um único quarto, liberando outro para mim e o Geraldinho. Ficamos muito agradecidos, pois nos poupou um trabalho de procurar hotel já tarde e muito cansados.

Após um bom banho relaxante, fomos a um ótimo restaurante, onde nos divertimos com uma boa conversa, boa comida e ótimo vinho.

Vimos como a cidade é bonita, com suas grandes praças, construções antigas e magníficas e muita história para contar.


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