Levantamos por volta de 6h como sempre, para o derradeiro dia de ida. Arrumamos as bagagens antes de todos os hóspedes e quando fomos colocar nas motos, elas estavam com os bancos cobertos de geada da madrugada.
Tomamos café da manhã e fomos para as motos. A minha moto estava girando o motor de partida, mas não queria pegar. As outras motos pegaram normalmente. Com a ajuda de uma corda emprestada pelo Ronaldão e muito a contragosto, tive que ser rebocado e dar um pequeno “tranco”, para que ela pegasse. Enquanto isso, passaram por nós os funcionários das petrolíferas e o caminhão dos turistas, o que me deixou frustrado. A moto pegou e não tive mais problema nesse dia.
Cerca de 80 km à frente, pegamos o primeiro trecho de terra da viagem. Era de aproximadamente 40 km e ia até um pouco à frente da divisa com a Argentina. Durante praticamente todo o trecho de terra dentro do Chile, margeamos uma estrada pavimentada em concreto, mas ainda não estava liberada. Parece que faltava sinalização e mais algumas poucas coisas. O trecho de terra não estava ruim, mas que deu vontade de pular para a pista pavimentada, isso deu.
Fizemos normalmente os trâmites de saída do Chile e entrada na Argentina. Já estávamos ficando acostumados, e isso foi bom, pois iríamos fazer isso diversas vezes ainda. Apesar de perdermos um tempo precioso e da burocracia, entendemos que tínhamos que cumprir a lei e assim não tivemos nenhum entrave nas fronteiras.
Paramos na cidade de Rio Grande, em um bom posto de combustível com uma boa loja de conveniência, onde abastecemos e comemos.
Distantes cerca de 100 km de Ushuaia o tempo fechou. Começamos a entender a volatilidade do clima nessa região. De céu claro e azul para chuva em um piscar de olhos. Paramos para colocar capas de chuva. Se molhasse, não teria como continuar a viagem devido ao frio. A chuva não engrossou, ficando somente em respingos. Talvez não precisássemos nem de colocar as capas, mas vai saber, né? Melhor não arriscar.
Cruzamos uma serra muito alta – “Paso Garibaldi”, onde há o Mirante do Lago Escondido que tem uma paisagem muito bonita das montanhas e do lago. Estávamos ansiosos para chegar, então deixamos para parar ali para as fotos na volta.
Depois de 418 km nesse dia a nossa chegada foi triunfal. Como todos fazem, também paramos nos portais de entrada da cidade. Tiramos algumas fotos para registrar e rumamos para o hotel. Desfizemos as malas e corremos para o aeroporto, para recebermos a esposa do meu irmão Rogério, que já estava para chegar.
Nós a recebemos no aeroporto e fomos explorar um pouco a cidade, que nos pareceu maior que pensávamos. Tinha outros bons hotéis e restaurantes, bom fluxo de trânsito e comércio muito ativo.
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