4º dia – de Zadar à fronteira com a Bósnia

A quarta etapa foi deslumbrante! Começava agora a aventura. Uma vez em Zadar, encontramos a primeira fronteira real. Depois de 30 minutos para os trâmites, passamos a fronteira e iniciamos o caminho para Split na Croácia. É um verdadeiro deslumbre, uma estrada sempre junto ao Mar Adriático, ali, mesmo à babuje da estrada.

Não resistimos e paramos para um valente mergulho. A praia de sonho do Mike, sem areia, água quentinha e completamente translúcida. Os barcos pareciam voar.Faltava apenas uma fresquinha, mas eram 8h da manhã.

Houve quem tomasse banho de boxers e, mesmo com os mergulhos do pontão, não os perdeu. Naquele momento pouco importava, não tínhamos tomado banho no barco e aquele banho de imersão foi “que nem ginjas”.

As praias são feitas de pontões de cimento e escadas, ou pranchas, que dão para o mar, não há areia. O mar é tranquilo e muito salgado, nadar ali é o verdadeiro paraíso!

Depois de um banho muito agradável, seguimos para Split, continuando junto do Adriático.

Split é uma cidade lindíssima, o centro é junto do porto marítimo e o turismo é brutal! Demais para o meu gosto, mas com todas as condições que se podem imaginar. Também caótica, com muito trânsito e confusão.

Agora sim, uma fresquinha na esplanada e lá arrancámos para a Bósnia.

A estrada continua sempre junto ao Adriático e tanto sobe como desce. A paisagem é inacreditável! É uma espécie de marginal de Oeiras e Cascais, mais bonita e que se estende por muitos e muitos quilómetros, com a serra a pique de um lado e com o adriático do outro. Vale mesmo a pena conhecer, não se esquece mais!

Depois de muitos quilômetros junto ao Adriático viramos para leste, para as montanhas. Aas estradas são sinuosas, com um piso muito bom, o que deu para testar as qualidades motociclisticas do Samuel que, por diversas vezes, levou os pneus até ao limite, ou talvez um pouco mais! Doido mesmo!

A paisagem é rochosa, cinzenta e austera, sem árvores, é muito bela, mas intimidadora. Não se vê uma casa e tudo o que existe é uma estrada por vales e montanhas.

Depois de vários quilômetros de solidão e rudeza da paisagem, chegamos à fronteira. Quer dizer, acho eu! A fronteira era uma espécie de contentor de obras e uma barreira. De um lado Croácia, do outro Bósnia. Sai de lá um Senhor de poucas palavras que nos pediu a identificação e o seguro da moto. Para entrar na Bósnia é necessário uma extensão de seguro. Mas isso nós já sabíamos.

– “Portugal?”
– “Sim”
– “haaaa, Cristino Ronaldo”
– “pois”

Começava a epopeia dos Cristianos Ronaldos.

Depois dos vistos, podem seguir.

Ainda houve quem, ao melhor estilo do chinês, fosse tirar uma foto à placa da fronteira, coisa que ainda irritou o guarda fronteiriço.


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