17º dia – de San Pedro de Atacama a San José de Metan

Devido ao frio da noite e à chuva do dia anterior, pensamos que poderia haver gelo na pista, o que tornaria a viagem um perigo, devido ao grande risco de queda. Procuramos a polícia dentro da cidade para pegar informações, mas eles nos encaminharam para “Los Carabineros”, um tipo de Polícia Federal de lá. Passamos pelo posto deles na saída da cidade, mas não conseguimos as informações que queríamos, então resolvemos seguir assim mesmo. Eu não vi gelo na pista, mas meu irmão disse que viu.

Aproximadamente 42 km da fronteira com a Argentina, chegamos a um lago, daqueles de cinema. Com um reflexo do céu perfeito em suas águas paradas, parecia soltar fumaça do frio da temperatura ambiente, que não devia passar de 5ºC em contraste com a temperatura da água. Paramos para admirar e tirar algumas fotos. Trata-se do Salar de Águas Calientes. Quando descemos até a borda do lago, vimos uma mina de água tão quente que saíam nuvens de fumaça. Colocamos as mãos na água para esquentar um pouco, mas tinha que tirar rápido, se não queimava. Ficamos maravilhados com o lago e com as cores do céu e do deserto.

O lago é um espelho refletindo o céu
Vapores da fonte de água quente
Cores do deserto.
Céu azul e temperatura por volta de 5 º

Seguimos para a fronteira, em Paso Jama, onde não tivemos dificuldades para fazer os trâmites legais. A saída do Chile e a entrada na Argentina foram feitas em um guichê ao lado do outro e só.

ônibus na fronteira do Chile com a Argentina

Do lado da Argentina, grandes retas e planaltos. Vimos alguns lagos brancos ao longe que pareciam ser de sal.

Retão na Cordilheira dos Andes
Montes nevados na Argentina

Aproximadamente 180 km após a fronteira, chegamos a um lago realmente salgado. São as Salinas Grandes. É uma mina de sal explorada comercialmente, conforme vimos pelas grandes montanhas de sal retirado e pronto para o transporte. A claridade pelo reflexo do sol no sal exige o uso de óculos escuros. É fortíssima.

Chegada às Salinas Grandes
Salinas Grandes
Bela visão
Exploração comercial
Água, onde o sal foi retirado

A altitude já era grande, mas após pararmos para descansar e admirar a paisagem, seguimos mais uns 40 km até uma serra, que nos levou literalmente às nuvens. Pegamos respingos de chuva e iniciamos a descida da cordilheira no lado argentino. Descida muito forte, com muitas curvas e, em alguns trechos, o asfalto não estava muito bom. A altitude despencou de mais de 4.000 m para menos de 800 m em menos de uma hora. Foi um descidão com belas imagens, e curtimos muito.

Subida da serra, próximo à descida da cordilheira
Entrando nas nuvens

Só tivemos um problema ao chegar lá embaixo, em Purmamarca. Não encontramos posto de combustível na cidade. Ao chegar ao trevo para San Salvador de Jujuy, fomos uns 25 km no sentido contrário, conforme informações, até achar um posto para abastecer. Já estava ficando tarde, e o clima tinha mudado bastante também. Estava chovendo e fazia calor. Mesmo assim, passamos direto por S. S. de Jujuy, e fomos até San José de Metan, onde chegamos ao anoitecer e debaixo de chuva.

Tivemos que verificar um problema na bateria da V-STROM, mas na verdade era só uma chave que estava com mau contato.

Passamos em um posto de combustível na entrada da cidade para a rotina diária de abastecer e lubrificar as correntes para o dia seguinte. Achamos um hotel razoável para as condições da cidade. Nesse dia andamos 643 km, o que foi bom, considerando que paramos muitas vezes e passamos por uma fronteira e pela descida de cordilheira.

 

Trecho décimo sétimo dia

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