O dia amanheceu muito bonito. Nenhuma nuvem, céu claro e azul profundo. Tomamos café em uma lanchonete próximo ao hotel e fomos fazer o câmbio para a moeda local. Decidimos não comprar o seguro SOAPEX, o equivalente ao “Carta Verde” para o Chile, pois não conseguimos achar um local de venda e achamos que não compensaria. Esse seguro é vendido pela internet. Ver aqui).
Arica é uma cidade grande e nas margens do Pacífico, mas não vimos o mar. Queríamos ganhar logo a estrada e saímos pela Panamericana Norte. Em pouco tempo de viagem, chegamos a um lugar que achei muito legal. Pensei parar para tirar umas fotos, mas queria que a viagem rendesse. Um pouquinho depois vi os companheiros parando. Pensei, ainda bem, assim podemos curtir melhor essa vista. Estávamos em um planalto. Havia uma grande fenda e na mesma altitude do outro lado, o planalto continuava. Descemos uns dez quilômetros, e subimos o mesmo tanto do outro lado. Percebi que nesse deserto não tínhamos aquelas imagens de grandes dunas de areia fina, como no Saara. Aqui ele é muito pedregoso, de montanhas rochosas e uma areia não muito fina. No centro do vale, vimos algumas casas, poucas árvores e uma estrada onde vimos alguns carros passando, mas não havia poeira, por isso deduzi que era asfaltada.
Seguimos em frente e andamos um grande trecho de deserto aparentemente plano até a cidade de Huara. A V-Strom 1000 do Douglas chegou falhando por falta de combustível. Pegamos informação onde tinha combustível e fomos até uma casa no típico formato de um Saloon do velho oeste norte-americano. O lugar estava meio abandonado, e só vimos que tinha gasolina quando chegou um carro. O motorista entrou e voltou com um galão de uns cinco litros e um funil. Entramos e compramos uns galões para nós também. Eu ainda tinha bastante reserva, mas por garantia o Rogério, o José Maurício e eu colocamos um galão cada. Já o Douglas colocou dois. Ficamos em dúvida quanto à qualidade, mas o Douglas falou que qualquer um que chegasse falando que ia mijar no tanque e que ia funcionar, ele estava aceitando, hahaha.
A essa altura, já fazia muito calor. Fomos almoçar em um bom restaurante que vimos na entrada da cidade. Ar condicionado, boa comida, preço bom e banheiros limpos. Curtimos o local com um bom descanso e… estrada de novo.
Dali até Iquique não era muito longe, apenas cerca de 75 km. Sabíamos que a cidade ficava à beira mar, mas até muito próximo dela não víamos o mar. Foi quando ao contornarmos uma curva demos de cara com a cidade, lá embaixo no pé da serra, logo após uma duna enorme. Foi a primeira vez que vimos a imensidão do Pacífico. Logo pensei, “do outro lado é a Austrália. Tá longe demais…”
A estrada contornou a duna e logo achamos um posto na linda avenida beira mar para abastecer e lubrificar as correntes das motos, como fazíamos quase todas as vezes nas chegadas para os descansos. Aonde nós fomos, vimos uma cidade limpa, organizada e bem traçada. Só me assustei quando vi uma placa na avenida litorânea “Via de Evacuacion Tsunami”. Foi aí que me dei conta que estávamos em uma região muito propensa a terremotos e Tsunamis. Após informações, achamos um hotel simples, mas limpo, bem localizado, com bom atendimento e preço compatível. Ficamos dois dias para dar um descanso e aproveitar a cidade.
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