13º dia – de Arica a Iquique

O dia amanheceu muito bonito. Nenhuma nuvem, céu claro e azul profundo. Tomamos café em uma lanchonete próximo ao hotel e fomos fazer o câmbio para a moeda local. Decidimos não comprar o seguro SOAPEX, o equivalente ao “Carta Verde” para o Chile, pois não conseguimos achar um local de venda e achamos que não compensaria. Esse seguro é vendido pela internet. Ver aqui).

Arica é uma cidade grande e nas margens do Pacífico, mas não vimos o mar. Queríamos ganhar logo a estrada e saímos pela Panamericana Norte. Em pouco tempo de viagem, chegamos a um lugar que achei muito legal. Pensei parar para tirar umas fotos, mas queria que a viagem rendesse. Um pouquinho depois vi os companheiros parando. Pensei, ainda bem, assim podemos curtir melhor essa vista. Estávamos em um planalto. Havia uma grande fenda e na mesma altitude do outro lado, o planalto continuava. Descemos uns dez quilômetros, e subimos o mesmo tanto do outro lado. Percebi que nesse deserto não tínhamos aquelas imagens de grandes dunas de areia fina, como no Saara. Aqui ele é muito pedregoso, de montanhas rochosas e uma areia não muito fina. No centro do vale, vimos algumas casas, poucas árvores e uma estrada onde vimos alguns carros passando, mas não havia poeira, por isso deduzi que era asfaltada.

Vale a 35 km de Arica. Parece pequeno…
Mas é muito profundo
Algumas casas e vegetação no fundo
Outro vale a aproximadamente 105 km de Arica. Região de Cuya/Camarones
Parada para descanso e água. “Restaurant Las Sirenas”
Após a subida do outro lado do vale. Imensidão desértica em Tarapaca

Seguimos em frente e andamos um grande trecho de deserto aparentemente plano até a cidade de Huara. A V-Strom 1000 do Douglas chegou falhando por falta de combustível. Pegamos informação onde tinha combustível e fomos até uma casa no típico formato de um Saloon do velho oeste norte-americano. O lugar estava meio abandonado, e só vimos que tinha gasolina quando chegou um carro. O motorista entrou e voltou com um galão de uns cinco litros e um funil. Entramos e compramos uns galões para nós também. Eu ainda tinha bastante reserva, mas por garantia o Rogério, o José Maurício e eu colocamos um galão cada. Já o Douglas colocou dois. Ficamos em dúvida quanto à qualidade, mas o Douglas falou que qualquer um que chegasse falando que ia mijar no tanque e que ia funcionar, ele estava aceitando, hahaha.

A essa altura, já fazia muito calor. Fomos almoçar em um bom restaurante que vimos na entrada da cidade. Ar condicionado, boa comida, preço bom e banheiros limpos. Curtimos o local com um bom descanso e… estrada de novo.

Posto de combustível em Huara
Bom restaurante em Huara

Dali até Iquique não era muito longe, apenas cerca de 75 km. Sabíamos que a cidade ficava à beira mar, mas até muito próximo dela não víamos o mar. Foi quando ao contornarmos uma curva demos de cara com a cidade, lá embaixo no pé da serra, logo após uma duna enorme. Foi a primeira vez que vimos a imensidão do Pacífico. Logo pensei, “do outro lado é a Austrália. Tá longe demais…”

Cuidado com o Tsunami!
Iquique e duna. Vista do alto do morro
Iquique – Via de pedestres
Iquique – Bela via litorânea

A estrada contornou a duna e logo achamos um posto na linda avenida beira mar para abastecer e lubrificar as correntes das motos, como fazíamos quase todas as vezes nas chegadas para os descansos. Aonde nós fomos, vimos uma cidade limpa, organizada e bem traçada. Só me assustei quando vi uma placa na avenida litorânea “Via de Evacuacion Tsunami”. Foi aí que me dei conta que estávamos em uma região muito propensa a terremotos e Tsunamis. Após informações, achamos um hotel simples, mas limpo, bem localizado, com bom atendimento e preço compatível. Ficamos dois dias para dar um descanso e aproveitar a cidade.

Trecho décimo terceiro dia

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