Vicksburg (MI) – Baton Rouge (LA)

Sai de Vicksburg às 8 horas e, quando olhei o velocímetro duas horas depois, mal tinha alcançado as 60 milhas. Isto é menos da metade do que fiz no mesmo tempo anteontem. A culpa é da estrada, a tal da 61. Diferente das longas e monótonas Highways, ela é uma espécie de reedição da antiga 66, só que no sentido Norte – Sul.

Além de acompanhar o traçado sinuoso do Mississipi, ora se aproximando, ora se afastando dele, ela atravessa pequenas cidades, transformando-se na avenida principal de muitas delas.

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Assim foi com Port Gibson. Quando percebi, estava não mais numa estrada, mas numa belíssima avenida arborizada, cuja velocidade máxima era 35 milhas, repleta de casas no estilo das velhas mansões do Mississipi. Acrescente-se a isso as igrejas de diversos credos e correntes religiosas, em alguns casos uma ao lado da outra, convivendo, pelo menos arquitetonicamente falando, em paz e harmonia.

Marcha para o Oeste

Esta é a Saint James Episcopal Church. Do outro lado da avenida, em frente ao local onde estou na última foto, existem outras duas igrejas: uma metodista e uma católica, completando um belo conjunto arquitetônico. Engraçado que nunca me liguei muito nesse negócio de arquitetura e coisa e tal, achava que era coisa de coxinha (ainda acho), mas a idade permite tudo, até mesmo entrar no banheiro feminino por engano.

As três construções são vizinhas, a da esquerda é a Port Gibson Methodist Church e a da direita é St. Joseph Catholic Church. Separando as duas, embora pertença à Igreja Metodista, a casa onde morou Henry Hughes, o …autor do primeiro livro sobre sociologia e quem deu este nome a essa ciência que tantas recordações me traz (para o bem e para o mal). Eu detestava essa matéria, pois não conseguia prestar atenção à aula, a professora era uma delícia. Quando ela chegava queimadinha de praia a fazia a entrada triunfal, a galera chegava a urrar. E eu, olhando a casa do Henry Hughes, não pude deixar de pensar: “- É meu chapa, você pode ter inventado a sociologia, mas as dicotomias da Ana eram muito mais saborosas. Perdeu playboy.”

Marcha para o Oeste

É a tal história, você deve estar sempre de olhos bem abertos e todos os sentidos aguçados (os 2 ou 3 que ainda funcionam) para aproveitar as oportunidades que as curvas da estrada nos reservam. Eu vinha feliz da vida na 61, quando vejo uma pequena placa verde indicando uma tal de Natchez Trace Pkwy a 1/2 milha. Reduzi a velocidade e imediatamente duas motos que me acompanhavam me ultrapassaram, ambas com casais e ambas puxando um reboquinho (uma BMW e uma Goldwing). Fiquei de olho na Pwky e, quando vi a entrada para ela, nem pestanejei, redução e curva para a direita dando de cara com a sinalização idêntica à da Blue Ridge Pkwy na Virginia. Os caras dos reboquinhos seguiram em frente pela 61 mesmo. A distância era um pouco maior (39 milhas) ao invés das 38 pela 61. Acontece que a Pkwy é vedada a veículos comerciais, não atravessa cidades, além de ser considerada, e é, uma atração turística. Fiz algumas fotos com a máquina na mão esquerda e pinçei essas quatro no meio de dezenas. O mais legal foi que quando cheguei a Natchez e parei num posto para abastecer, pouco depois passaram os 2 casais e seus reboques. Eles me viram e devem estar pensando até agora como passei por eles sem que notassem.

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DAS VANTAGENS DO WINDSHIELD

Hoje, já próximo de Baton Rouge, comecei a sentir alguma coisa batendo nos meus dedos (estava com aquela luva que deixa a ponta dos dedos descoberta. Preciso me acostumar com luva fechada) ao mesmo tempo em que o para-brisa (windshield para os coxas) recebia uma chuva de respingos. Na realidade era uma nuvem de mosquitos que nos acompanhou por umas 5 milhas. Cheguei o mais para a frente possível, quase em cima do tanque, e abaixei a cabeça atrás do para-brisas ao mesmo tempo que imaginava meus amigos das Soft recebendo aquela chuva de mosquito pelo meio da cara. Deve ser sinistro.

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