Baton Rouge (LA) – New Orleans (LA)

O trecho de hoje era o mais curto e aparentemente o mais tranquilo, cerca de 70 milhas em uma Highway praticamente sem curvas e que tem os pântanos do Delta à direita e o Lake Pontchartrain à esquerda.

A região dos pântanos, inóspita para quem não a conhece muito bem, era o habitat dos índios seminoles. Quando escravos fugitivos eram encontrados pelos índios, estes os incorporavam à tribo (provavelmente para aumentar o número de guerreiros) e eles, ex-escravos, assumiam hábitos e costumes dos seminoles. Como resultado, existem tribos negras na nação seminole. Curiosamente, eles não se casam com os de outras tribos e se consideram índios e não “afrodescendentes”.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Mas esse é outro assunto, voltemos ao nosso tema: como eu ia falando, parecia que seria “mamão com açúcar”, mas de repente o tempo fechou. Parei para botar a indumentária de chuva e logo em seguida abriram todas as torneiras do céu. Imaginem uma chuva torrencial, com trânsito pesado, chegando a New Orleans e precisando ver no sinistro GPS (a louca que fica berrando “Wrong way” estava muda de medo) o caminho para o hotel adredemente (essa foi florida…) reservado. Graças a São Cypriano, padroeiro dos motociclistas septuagenários, a chuva deu uma melhorada e consegui achar o caminho. O único problema é que a Helô ficou muito assanhada e passou a dar umas “reboladas” que me espantavam. Pensei logo que exagerei ao “firmar o caráter” hoje pela manhã ou era pneu vazio. Mas não foi nada disso. Os sacanas aqui tem bondes e parece que os trilhos na chuva escorregam um pouco deixando a Helô nervosa e seu piloto apavorado.

Marcha para o Oeste

Naturalmente, depois de me certificar que a Helô iria ficar estacionada numa vaga coberta e às vistas do Valete (estou em um hotel que tem essas bossas, meus filhos vão ficar de cabelo em pé com a fatura do cartão de crédito). O valete é filho de português, mas não fala nada do idioma, por outro lado, ele tem uma Guzzi 750 1974 e acabamos batendo um longo papo para desespero do gerente.

O hotel fica a menos de 500 m da Bourbon. Aproveitei e dei uma caminhada para verificar se ainda existia algum vestígio do Katrina, mas que nada, está igualzinho à última vez em que estive aqui em 1993. Embora cedo, já existia movimento e música. Em alguns bares, conjuntos preparando instrumentos, em outros ensaiando alguma passagem e em muitos a música e a bebida rolando direto.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Decadentes são as casas de strip-tease. Juro que as mulheres parecem as da minha época (que já não eram lá grandes coisas). Dizem que uma delas, que tira uma peça de roupa a cada nota que jogam no palco, quando algum engraçadinho joga uma nota de 1 dólar ela de sacanagem tira a dentadura. De qualquer forma, apesar das piadas e gozações essa sempre foi a face deprimente do French Quarter.

Marcha para o Oeste

Em frente a um dos endereços mais cobiçados pelas “patricinhas” e pelos “coxinhas” apenas para passar batido dando total desprezo. Se você está no Delta do Mississipi, logo após a última curva do rio, você tem mais …é que mergulhar de cabeça no French Quarter e curtir esse local onde a música e a boemia marcaram encontro no início dos tempos. Se puder registrar esse momento entre três grandes do Blue, como “Fats” Domino, Al Hirt e Pete Fountain melhor ainda.

Depois da caminhada, bateu a vontade de “matar” umas ostras no “Fish Market”. Claro que acompanhadas por cerveja, pois esse negócio de combinar bebidas é para fracos, ainda mais se for vinho branco. Se ainda fosse um “Sangue de Boi” vá lá, mas vinho com nome francês é coisa de proprietários de uma certa moto europeia cuja maioria é educadíssima e verdadeiros gentlemen, ao passo que nós…… é aquela vergonheira de sempre….. na base do “Conosco ninguém fodosco !”

{gallery}0913/helio/baton{/gallery}


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *