Buffalo (WY) – Rapid City (SD)

O tempo amanheceu nublado e com nuvens escuras para os lados de SE (sudoeste), minha direção. Deixei a roupa de chuva à mão, caso fosse necessário. Mal entrei na estrada a temperatura caiu no horizonte e nuvens carregadas me levaram a parar a moto e colocar a roupa de chuva. Antes de sair do hotel, coloquei a bolha no capacete, do que me arrependi amargamente mais tarde.

A chuva veio muito forte, o pior é que logo no início daquele trecho da estrada tem um aviso informando que nas próximas 66 milhas não tem postos de gasolina nem cidades. Não tive saída a não ser encarar o aguaceiro. A tal da bolha não ajudou em nada, pelo contrário pois ela não fica encostada no capacete e era um tal de entrar água na abertura entre o capacete e a bolha que eu não enxergava nada, já que molhava meu óculos de grau. Foi uma experiencia sinistra. Por sorte, a chuva durou uns 15 minutos, mas que pareceram 15 anos. Depois que ela passou, foi só sentar a bota pois a estrada pedia. A velocidade máxima era 75 m/h, mas com aquela tolerância que eu acho que existe, então 80 a 85 nos baixadões.

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Para ganhar tempo, decidi rodar 2 horas direto. Faltando 10 minutos para completar o tempo, vi uma entrada para uma cidadezinha chamada Sundance. Num impulso, entrei para abastecer (tinha rodado 138 milhas). Após completar o tanque, entrei na loja de conveniência (tirar água do joelho) e resolvi fazer um lanche. Peguei meu sanduíche e o chá gelado e cismei de sentar numa mesa do lado de fora do posto. Enquanto comia, olhei em frente e por trás de uma sebe (também não sei o que é, mas o nome é lindo) vi algo que fez meu coração disparar. Será? Pensei ao mesmo tempo em que olhava com mais atenção. E era! Logo em seguida a confirmação através do urro de um motor V8 sendo acelerado às últimas consequências. Larguei sanduíche, chá e o escambau, passei a mão na máquina fotográfica e varei a sebe, qual um fugitivo daquela ilha paradisíaca e quase infarto com o que vejo: um Ford 1938 conversível “zero quilometro” como o que tive em 1966 e que me traz profundas e emocionantes lembranças.

A Marcha para o Oeste

Fiquei ali zanzando, fotografando, curtindo aqueles carros que tantas recordações me trazem. Meu pai teve um cupê Ford 1948 idêntico a um deles. O Felício Coutinho, meu primo, teve uma Mercury 46 conversível, cuja carroceria era igual a do Ford.

Investi algum tempo apreciando aqueles belos carros. Um último olhar no Ford 1938 com seus faróis que mais pareciam olhos lacrimejantes, montei na Helô e pé na estrada, refletindo naquele encontro com o passado. Absorto nos meus pensamentos, quase passo direto da placa anunciando mais um estado para ser anotado no livro de bordo da Helô: South Dakota.

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Enquanto pilotava, notava uma quantidade de carros antigos e “hot-rods” acima do normal. Sei que nesta região os caras curtem estes tipos de carro, mas era muiiiita coisa mesmo. O que fiz ? Simples, entrei na cauda de um grupo de carros antigos e deixei a vida me levar. Os caras entraram em Sturgis e eu coladinho na traseira deles. Passaram direto e foram para uma cidade a 11 milhas de Sturgis, Deadwood onde teria uma feira de carros antigos no fim de semana. Valeu a pena. Que cidade!!! Que carros!!!

A Marcha para o Oeste

Além disso, “Wild Bill” Hickok tinha uma ligação muito forte com a região e é reverenciado pela cidade. Adorei as credenciais dele: PISTOLEIRO, JUIZ DE PAZ E JOGADOR. Para ser completo, só faltava ser motociclista mesmo.

Dali, voltei para Sturgis para conhecer um pouco a cidade e pregar o adesivo do Moto Clube ASAS DA LIBERDADE, de um amigo de Cabo Frio, atrás da placa da cidade de Sturgis como prometi. Depois, rumei para Rapid City onde tinha hotel reservado e ficaria mais um dia para conhecer o Rushmore Mountai National Park, mas isso fica para a próxima postagem, para não cansar os leitores.

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