Acordei, arrumei a bagagem na moto e fui acertar a conta da pousada. Me perguntarem se não esperaria o café da manhã, que seria servido dentro de meia hora. Disse que queria ir para a estrada cedo. A senhora que me atendeu não me deixou sair, me levou até a cozinha, arrumou um banquinho para eu sentar e me serviu um lanche. Saí para a estrada por volta de sete horas.
Caia uma leve garoa quando fui para a estrada. Como já fazia calor, resolvi não colocar a capa de chuva. Foi uma delícia, pilotar sentindo o frescor da chuva, que me acompanhou por cerca de 100 km. A chuva é muito bem vinda na região, que sofre com a seca e com um grande incêndio que atinge uma parte da Chapada Diamantina há alguns dias.
A BR-242 está em bom estado e com pouco movimento de carros e caminhões, o que permitiu ganhar muitos quilômetros em pouco tempo. Eu havia previsto seguir pela BR-407 até Petrolina, uma estrada com menos movimento que a BR-116. Mas ao chegar no início dela não gostei da sua aparência, parecia uma estrada com manutenção precária. Como não tinha referências dela, parei num posto de combustível próximo à sua entrada para perguntar e o frentista me sugeriu seguir reto e ir pela BR-116. Segui seu conselho.
O trecho da BR-116, da BR-242 até Feira de Santana/BA, está sendo duplicado e o movimento de caminhões é super intenso. Cheguei a pegar fila de mais de 20 caminhões para ultrapassar em pista simples e em obra. Segui com tranquilidade, ultrapassando quando tinha oportunidade e segurança para fazê-lo, o que me fez gastar mais de uma hora para percorrer os pouco mais de 70 km. Paguei o primeiro pedágio da viagem neste trecho – R$ 1,60.
Depois de Feira de Santana, o movimento de caminhões diminuiu gradativamente. As longas retas também ajudaram manter uma boa média de velocidade.
Ao longo de todo o dia a paisagem foi praticamente só a caatinga, muito seca, nenhuma produção agrícola, muita terra improdutiva e pobreza.
Pouco depois que passei a divisa da Bahia com Pernambuco o tempo fechou e começou a chover. Como havia feito de manhã, preferi não colocar a capa de chuva e não me arrependi.
Cerca de 20 km depois da entrada de Cabrobó, comecei a ver um arco íris duplo ao lado da estrada. Parei e tirei uma foto da moto com ele ao fundo. Mas o arco íris não estava completo. Segui em frente e aos poucos ele foi se completando e ganhando cores mais intensas. Tive que parar novamente para tirar mais fotos. Acho que consegui tirar uma das fotos mais bonitas da minha vida. É uma pena que não tinha equipamento profissional, com lente angular para pegar o arco íris completo, mas ficou linda na minha opinião.
Segui em frente e parei na cidade de Salgueiro/PE, num hotelzinho à beira da estrada que parece novo, internet, ar condicionado, café da manhã e estacionamento por R$ 55. Jantei no restaurante do próprio hotel, uma comida simples e barata.
Abastecimentos
Cidade | Litros | Valor R$ | Distância | R$ / Litro | km / litro |
Zuca/BA | 12,419 | 36,00 | 199,4 | 2,899 | 16,1 |
Feira de Santana/BA | 12,330 | 34,03 | 211,4 | 2,760 | 17,1 |
Euclides da Cunha/BA | 12,165 | 35,26 | 211,5 | 2,898 | 17,4 |
Cabrobó/PE | 14,440 | 41,73 | 260,1 | 2,890 | 18,0 |
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