On The Road, o filme

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Jean-Louis Lebris de Kerouac (12 de Março de 1922 – 21 de Outubro de 1969), mais conhecido por Jack Kerouac, foi um escritor norte-americano. Kerouac, de origem franco-canadense, teve uma infância séria e muito dedicado à mãe. Frequentou um colégio jesuíta
e ajudou o pai numa fábrica de impressão. Um de seus traumas mais trágicos, que voltaria relatado nos seus romances, foi a morte do seu irmão Gerard quando ele tinha apenas nove anos.

Devido às dificuldades econômicas por que passava a família, Jack resolveu fazer parte da equipe de futebol americano do colégio para tentar uma bolsa de estudo na faculdade. Conseguiu entrar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde se mudou com a família. Devido a um acidente que o impossibilitou de jogar por alguns meses, Kerouac começou a passar mais tempo frequentando a biblioteca da universidade, tendo assim seu primeiro contato com autores que influenciaram muito da sua obra, entre os quais Louis-Ferdinand Céline, Tom Wolfe, Jack London.

Não se ajustando à Marinha de guerra, acabou na Marinha mercante, onde ficou algum tempo. Quando não estava em viagem, Jack andava por Nova Iorque acompanhado pelos seus amigos “delinquentes” da Universidade de Columbia, entre eles Allen Ginsberg e William Burroughs, chamado de Bill pelos camaradas, além do seu maior companheiro de viagens, Neal Cassady, o “Cowboy”. Foi a época em que Jack conheceu os grandes amigos que formariam, alguns anos mais tarde, o “pelotão de frente” da geração beat, para desgosto da mãe.

Jack Kerouac

As grandes viagens e escritos

Kerouac começou escrevendo um romance, The Town and The City, sobre os tormentos sofridos na tentativa de equilibrar a vida selvagem da cidade com os seus valores do velho mundo. Segundo relatado em seus diários, publicados em 2004, Kerouac tentou dar ao livro excessivo planejamento e regularização, o que tornou sua composição cansativa e desgastante. The Town… foi o seu primeiro romance publicado, porém não chegou a lhe trazer fama. Devido também à má experiência, passaria muito tempo sem publicar novamente. Durante o período que se sucedeu, criou os rascunhos de grandes obras – Doctor Sax e On the Road. Na tentativa de escrever sobre as surpreendentes viagens que vinha fazendo com o amigo de Columbia, Neal Cassady, Kerouac experimentou formas mais livres e espontâneas de escrever, contando as suas viagens exatamente como elas tinham acontecido, sem parar para pensar ou formular frases. O manuscrito resultante sofreria 7 anos de rejeição até ser publicado. Jack escrevia vários romances, que ia guardando em sua mochila, enquanto vagava de um lado para o outro do país.

Viagens de Kerouac pela América

A relação com Neal foi determinante para despertar em Jack sua vontade reprimida de botar o pé na estrada e desfrutar de uma liberdade ainda não experimentada. Os dois viajaram por sete anos percorrendo a rota 66, que cruza os EUA na direção leste-oeste, com descidas freqüentes ao México. Saíram de Nova York e cruzaram o país em direção a São Francisco. Nessa jornada baseou-se a obra On the Road, cujos protagonistas, Dean Moriarty e Sal Paradise, aludem a Cassady e ao próprio Kerouac.

O método de escrever inovador Jack Kerouac escreveu sua obra-prima “On The Road”, livro que seria consagrado mais tarde como a “bíblia hippie”, em apenas três semanas. O fôlego narrativo alucinante do escritor impressionou bastante seus editores. Jack usava uma máquina de escrever e uma série de grandes folhas de papel manteiga, que cortou para servirem na máquina e juntou com fita para não ter de trocar de folha a todo momento. Redigia de forma ininterrupta, invariavelmente sem a preocupação de cadenciar o fluxo de palavras com parágrafos.

O material bruto que chegou às mãos de Malcom Cowley, da editora Viking Press, em 1957, deu trabalho. Os rolos quilométricos de texto tiveram de ser revisados, foram inseridos pontos e vírgulas e praticamente 120 páginas do original foram eliminadas. O estilo-avalanche de Jack tinha ainda um elemento intensificador. Ao contrário das idéias correntes, que trabalhou em cima do livro sob o efeito de benzedrina, uma droga estimulante, Kerouac, revelou que na realidade abasteceu seu trabalho com nada mais que café.

On The Road foi publicado nos Estados Unidos em 1957 e, desde então, artistas advindos das mais diversas origens, como Bob Dylan, Jim Morrison, Tom Waits e Johnny Depp passaram a citar (e muitos dos que ainda estão vivos ainda citam) o livro como divisor de águas em suas vidas. Relatos do tipo “Eu li ‘Road’ e caí na estrada” passaram a se incorporar ao limo que envolve esse ½ século de vida mítica da obra maiúscula de Jack Kerouac.

Ao fazer da carona um modo de vida, Neil Cassidy inspirou várias gerações, como também o deixou na berlinda de seu próprio alter ego. O fim da linha se deu em 1968, após ingerir colossais doses de pulque, bebida fermentada feita de cacto. Ele caiu desacordado entre os dormentes dos trilhos próximo a São Miguel Alende, no México, morrendo de insolação (e provavelmente de desolação). Seu último emprego foi ter sido motorista do chamado Ônibus do Ácido, trupe comandada por Ken Kesey que partiu estrada afora distribuindo LSD grátis de costa a costa nos Estados Unidos, embalados pelo rock psicodélico do Grateful Dead. Já Kerouac morreu de desgosto e de tanto beber, apenas um ano depois de seu amigo, odiando os hippies e renegando On The Road como se fosse o diabo correndo da cruz.

On The Road, o filme

A adaptação do livro pipocou por mais de 30 anos na mão de Francis Ford Coppola, e finalmente o tão esperado longa-metragem irá ganhar a grande tela em 2011. Dirigido pelo cineasta brasileiro Walter Salles (Diário de Motocicleta), o filme já se encontra em processo de finalização. No elenco nomes como Sam Riley (Control), Garret Hedlung (Tron, o Legado), Kristen Stewart (a heroína da saga Crepúsculo), Viggo Mortensen (da trilogia O Senhor dos Anéis), Amy Adams (O vencedor), Kirsten Dunst (Homem-Aranha), além de Steve Buscemi, Elisabeth Moss, Terrence Howard e a atriz brasileira Alice Braga. O roteiro é do porto-riquenho José Rivera, velho parceiro de Salles. A produtora francesa MK2 financia o trabalho, cujo orçamento chega a US$ 25 milhões. A trilha sonora ficará a cargo do argentino Gustavo Santaolalla (O segredo de Brokeback Mountain). Desde que foi convidado por Coppola para dirigir ‘Road’ em 2005, Walter Salles percorreu os Estados Unidos, seguindo os passos de Kerouac, e reuniu material suficiente para um documentário (In the Search of On the Road), que deve ser disparado um pouco antes ou até mesmo simultaneamente ao filme principal.

A trama segue o tranco original do texto de Jack: Sal Paradise (Sam Riley), aspirante a escritor de Nova York, cansado de estar enovelado em uma rotina entediante, resolve seguir os passos do novo camarada Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um jovem trapaceiro vindo do meio-oeste americano.

Embalados pelo espírito aventureiro de Dean, e turbinados por sexo, drogas e o ritmo do bebop, a dupla parte em uma viagem de autodescoberta, muitas vezes sem um rumo determinado. Quase sempre movidos pela impulsividade de apenas seguir em frente, Dean & Sal também são aditivados por romances tempestivos e parcerias forjadas ao longo da jornada. Zanzando aleatoriamente de uma costa a outra dos Estados Unidos, indo e vindo por cidades como Nova York, Denver, San Francisco e tantas outras urbes e pequenos povoados do imaginário americano, a aventura culmina em uma longa viagem até o México.

Fontes: Wikipédia e Blog do Grings


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