10º dia – Puerto Maldonado – Marcapata

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Saimos com chuva em direção a Cuzco tendo 520 km pela cordilheira dos andes pela frente. Olha pessoal, como diz aquela musica do Osvaldir e Carlos Magrao: “Nunca ví tanta pobreza”. Povoados peruanos paupérrimos, sujos, cenas degradantes
mesmo, mas tínhamos que seguir e seguimos.

Filmadora no capacete, impermeáveis, gasolina de reserva para o Selvagem e fomos em frente. Começamos a subir a cordilheira, e tínhamos o dia todo para cobrir os 500 km, mas como disse um dos gaúchos, “vocês não conseguirão fazer num dia. Até duvidei, quando ouvi… mas depois dei razão a eles. Era impossível andar os 500 km num só dia. Muita chuva, neblina, curvas e mais curvas, subindo, subindo muito.

E fomos indo, indo, e chegamos quase no topo da cordilheira, a 4.300 metros de altitude. Paramos numa cidade chamada Marcapata. Parecia uma cena de filme de vampiro, manja? Chuva, neblina, em cima da colina, numa cidade feia, povo feio, enfim um lugar realmente feio. Tínhamos duas opções, Seguir em frente e correr o risco, pois era muita chuva, ou dormir ali mesmo num dos hostals que nos ofereciam.

Ai sim o problema se agravou. Fui num primeiro bem perto da entrada da cidade. Chão batido, uma lama só, quartos sujos e fedidos, um nojo mesmo. Recusei e, por indicação de um motorista de ônibus, que disse para irmos na Comissaria de Policia que eles guardariam nossas motos e nos indicariam um lugar para ficar. Os policiais nos atenderam muito bem, guardamos as motos na Comissaria e por indicação destes, fomos até a Hospedagem de LA PEQUENITA, uma mulher muito baixinha e muito atenciosa.

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O quarto era mais ou menos limpo, com roupas limpas, porém o cheiro do local era de matar… cheiro de cachorro molhado, ou era de lhama, sei lá. Lembrei da musica do Michel Teló: “Nossa, assim você me mata… rsrsrsrs. E falando nisso, é incrível como toca essa m… em todo lugar tem gente tocando essa musica. Os vendedores de bugigangas chegam pra você e falam… Capital do Brasil – Brasilia, Presidente do Brasil, Dilma, musica do Brasil, Ai se te pego…. é um saco….

mas voltando ao quarto de La Pequenita… Cheiroso de matar. O Marcos, devido os efeitos da altitude foi o primeiro a empacotar depois de tentar sinal de internet. Acha que conseguiu?

A moto do Luciano Selvagem subiu muito bem, ele é que não. Aliás para todos o efeito a altitude realmente nos atingiu. Neste dia passamos só com o café da manhã de Puerto Maldonado, pois não tivemos coragem de comer qualquer comida por lá. Ficamos na fruta e comemos uns choclos, milho peruano com queijo de lhama. Pequenita cozinhou os milhos para nós e fez chá de coca para amenizar os efeitos da altitude.

Mesmo com o quarto fedido fomos dormir. Colocamos um som baixinho na caixa do Felipe e devargazinho o sono foi chegando. O Marcos disse: – Vou dormir logo pra chegar amanhã mais rápido. Só para ter uma idéia do local que estávamos. Mas enfim, quem viaja está sujeito a esse tipo de coisa.

Quando estava quase dormindo, no quarto ao lado uns peruanos ligaram uma m… de caixa de som alto prá caramba, com uma musica péssima. Aí eu não aguentei e batí na parede pedindo que parassem com aquela musica, ou pelo menos baixassem o volume. Obedeceram na hora. Mas quem disse que dormi. O Marcos e o Luciano dormiram e eu nada. Não preguei o olho. Foi uma das piores noites de minha vida.

Percorridos 300 KM


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