11º dia – de Marcapata a Cuzco

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Vale dizer que na noite anterior não precisei usar o dispositivo anti-ronco, porque a altitude deve ter feito bem ao Marcos e ao Selvagem, nenhum deles roncou.

Levantamos cedo e o selvagem foi lá fora fumar (como fuma este homem!!!) e voltou rápido gritando: “Gente vocês já viram neve?” Eu perguntei: “Está nevando?” Ele respondeu: “Não, no cume das montanhas está cheio de neve.” Tá, beleza, ele nunca tinha visto e ontem não vimos por causa da chuva e do nevoeiro.

Arrumamos as coisas e tocamos o barco, quer dizer as motos. Tínhamos mais 200 km para chegar a Cuzco. Normalmente um trecho desse se faz em 2 horas e meia. Demoramos quase 6 horas, porque o trecho é simplesmente espetacular. Compreendi então o que o Edson de Fraiburgo me disse: “Nunca havia visto algo semelhante.” E concordo em gênero, número e grau… SENSACIONAL, MARAVILHOSO, INDESCRÍTIVEL. Mesmo em fotos o quadro não se expressa verdadeiro. Algo fora do comum. E eu que já percorri muitos e muitos quilômetros pela América do Sul.

Enfim, num dos trechos da viagem neste dia, paramos numa moto com reboque que vende frutas pela estrada, porque outra comida nem pensar. Comemos um pedaço de melancia cada um e seguimos. Foi quando aconteceu uma cena hilária. O Luciano “Motoqueiro Selvagem” que até já se acostumou com o codinome, amarrou o seu capacete na traseira de minha moto. Capacete com a valiosa câmera que ganhou de Natal da Zilá, sua esposa. Embarquei na moto e como não o vi colocar a câmera lá, cai na estrada, ficando ambos para trás. Toquei normal como vinha tocando, 60, 70, muitas curvas, quando de repente vi o Marcos atrás de mim, dando sinal de luz, buzinando. Fiquei assustado e parei a moto. Aí foi que ele me falou sobre o capacete com a câmera amarrados na minha moto. Em seguida chegou o Selvagem, sem capacete. Marcos contou a cena quando saí da fruteira. “O Luciano desesperado me vendo ir embora com o seu capacete e câmera.” Mas também, que ideia amarrar o capacete na minha moto… Porque não na dele?

Bem, depois dessa, seguimos viagem chegando a Cuzco e acolhidos por um guia, que nos levou a uma pousada Casagrande, bem no centro e próxima da praça de armas, em frente à catedral da cidade.

Almoçamos, e depois descansamos um pouco. À noite fomos conhecer a Praça de armas, (eu já conhecia quando fui lá em 2005) e saborear uma pizza local. Como estávamos muito cansados fomos dormir e nos preparar para sair no dia seguinte para Machu Picchu, que era o objetivo principal de nossa viagem.

Percorridos 230 km


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