Depois que encontramos o casal Luis e Lindalva em San Pedro de Atacama, a viagem rolou um pouco diferente do que estávamos fazendo. O casal havia ido a Machu Picchu, como nós, mas por outro caminho.
Entraram na Bolívia por Corumbá. Diferente porque tínhamos agora no grupo uma mulher, e sabe como é, tendo uma mulher é preciso maneirar no palavreado, nas piadas, etc. Mas abro um parênteses para falar da Lindalva. Cara, que mulher decidida, forte. Em momento algum a vi reclamando de distância, de calor, de frio, de nada. Olha, é difícil uma caroneira assim. Nota 10. Além do que sempre tinha uma bolachinha, para amenizar a fome nas paradas de combustível.
Bem, vamos em frente.
Saímos de PAMPA DEL INFIERNO e em comum acordo decidimos entrar no Brasil pelo Paraguai. Tínhamos um certo receio, porém um dos motociclistas que encontramos, nos disse que estava tranquilo. Havia postos, comida, as estradas estavam boas, etc. Nos animamos e fomos até a cidade de Resistencia, junto a Corrientes, e pegamos a esquerda para ir até Assuncion. Tocamos até a cidade de General Mansilia, paramos num posto para abastecer… e tinha gasolina. SÓ QUE NÓS NÃO TÍNHAMOS DINHEIRO ARGENTINO. O Que sacamos em Jujuy havia acabado. Bem, contando mais uma vez com a segurança do MOTO TANQUE do Luiz decidimos seguir até FORMOSA, onde certamente haveria posto que aceitasse cartão. Antes, fomos até a conveniência do posto e com os poucos pesos argentinos ( DE TODOS) conseguimos comprar dois sacos de batata e dois refrigerantes. Só isso. O dono da conveniência ofereceu vários lanches, mas cadê o dinheiro. Ele não aceitava cartão. Então, aconteceu o melhor. O dono, vendo nossa “fome” em trucidar aqueles dois sacos de batatinha, nos trouxe de “regalo” 5 empanadas de carne, uma pra cada um, e frisou bem: deixem uma para a senhora que está lá fora. Comemos aqueles pastéis com gosto. Foi a salvação da lavoura.
Agradecemos a oferta do argentino, que inclusive morou no Brasil, e fomos em frente, até Formosa, onde abastecemos com cartão e tocamos até a fronteira da Argentina com o Paraguai, na cidade de Clorinda. Tínhamos alguns reais que trocamos por guaranis, fizemos a Aduana e mais estrada até Assuncion, Paraguai. E aí veio a boa surpresa. Chegamos na capital paraguaia e, quando íamos até o centro para arrumar um hotel, fomos abordados por um motociclista que faz recepção a turistas e levou-nos a um hotel excelente a um preço muito bom. Era o Hotel Internacional, 4 estrelas. E o preço? R$ 56,00 por pessoa. Só o café da manhã já valeu o preço.
Estava muito calor, e fui para a piscina no último andar do prédio, com visão total para a cidade. Show de bola. Tomamos um banho e saímos para jantar numa churrascaria que havíamos visto na chegada. Era um local muito bacana, de propriedade de um brasileiro, e neste dia havia só brasileiros no lugar. Estudantes de pós graduação lotaram o ambiente e o dono apresentou um show musical paraguaio muito bom. No final acabei “ganhando” o jantar, numa aposta com o amigo Luiz. Tomei umas Budweiser e disse que ia cantar no palco. Ele duvidou que e adivinha o que aconteceu. Cantei Galopeira e ganhei o jantar. Estava muito bom. Ficamos até meia noite e voltamos para dormir. De Assuncion a Canoinhas aproximadamente 1.000 km. Era a reta final de nossa viagem.
percorridos 580 km
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