São Borja – Santa Fé

Como não fomos acordados na hora solicitada, partimos de São Borja por volta das 9 horas para atravessar a fronteira em Uruguaiana. A aduana brasileira nem nos deu confiança, informando que apenas seria necessário apresentar a documentação do lado de lá.
Em Passo de los Libres, no setor de imigração, entregamos o passaporte e o DUT. Carimbaram o passaporte e examinaram o documento da moto e nos mandaram entrar.

Já liberados, foi a hora de sermos assediados pelos cambistas, que trocam moedas nas imediações da aduana. Aceitavam Dólar e Real. Se trocasse o Dólar por meios oficiais, o câmbio seria em torno de 8 x 1 e se fosse no paralelo, 12 x 1 (Blue). Naquele momento, todos concordamos com o doleiro, que era mais vantajoso trocar o Real.

Como estávamos preocupados, fizemos logo as transações financeiras, subimos nas Harleys e procuramos sair rápido daquela área de conflagração de interesses, onde ocorria todo tipo de transação. Por ali, contrabandistas, traficantes e ladrões batem cabeça.

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Seguimos pela RN 14, no rumo de Federal. Ao primeiro contato visual com a policia camineira, reduzo ao máximo a velocidade e já parando, levanto a parte inferior do capacete. O policial perguntou o nosso destino e ao pedido de um “colaboracion”, informei que somente tínhamos “tarjeta”, ou cartão de crédito. Como permaneci sem falar mais nada e olhando sério para ele, ficou inseguro e mandou que seguíssemos em frente. Algumas dezenas de quilômetros adiante, nova tentativa já esperada, agora com um policial mais agressivo e com cara de mau para melhor intimidar. Informei que éramos da Força Aérea Brasileira e que estavamos indo visitar uns amigos generais da Fuerza Aerea Argentina, em Buenos Aires. Ao me questionar porque estávamos no caminho errado, lhe respondi que iriamos, inicialmente, para Córdoba, receber nossas esposas que chegariam de avião, a fim de ir a Mendoza e Chile, com a volta prevista por Buenos. Sem mais argumentos, liberou a nossa passagem.

Abandonamos a RN 14 para pegar a RP 127, que nos levaria até Paraná. Bons pedaços em condições precárias nos obrigaram a tomar mais cuidados, diminuindo a velocidade.

Após o almoço, em um Comedor frequentado por caminhoneiros, aceleramos nas faixas boas da 127. Ao entardecer, pássaros pousados à beira da estrada, alçavam voo e se projetavam sobre nós para brincar, nos assustar ou involuntariamente, tangenciando a morte. Infelizmente, um de maior envergadura, como um kamikase, atacou a Harley-Davidson do Romeu, explodindo em penas para todo lado.

Depois de muito relutar, também selecionei o GPS da minha Ultra para me ajudar a chegar a Santa Fé, pois precisava dar um pouco de trégua ao apoio de navegação do Core, além de considerar as falhas ocasionais dos Rádios CB, talvez ocasionadas por mau contato. Porém, manteria a preponderância da decisão com base nas placas.

Passamos pela cidade de Paraná e atravessamos um grande túnel sob o rio Paraná, já próximo ao nosso destino do dia.

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Em Santa Fé, o GPS do Core conseguiu nos levar até o hotel. Inicialmente, foi desesperador porque a aparência do prédio de uma porta só era de muito antigo e rudimentar. Por insistência do Romeu, fomos verificar. Então, como era limpo e nos atenderia, resolvemos ficar. Quando chagamos, o Romeu observou que existiam muitos jovens na cidade, “correndo para lá e para cá”. Concluiu que devia ser uma cidade universitária.

Depois de acomodarmos a bagagens nos quartos, fomos para um Comedor situado ao lado do hotel, pois estávamos loucos para comer uma boa carne argentina, regada a uma Quilmes bem gelada. Enquanto esperávamos liberar uma mesa para podermos entrar no pequeno restaurante, ficamos observando o reboliço de jovens e belas prostitutas nas esquinas próximas, esvoaçando como frágeis borboletas, para lá e para cá. Sem fazer juízo de valor, alguém de bom coração comentou que muitas delas são obrigadas a alugar o corpo para poder estudar. Para registro, fique bem claro que a carne argentina que comemos foi lomo com papas fritas e bem passado.

Percorridos 800km.


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