No outro dia levantamos cedo, tomamos um café da manhã reforçado e fomos ao porto para embarcar mais cedo e garantir um bom local para armar nossas redes. É isso mesmo, no navio as pessoas dormem e passam o dia deitados em redes.
Existem algumas suítes no navio, um pouco mais caras, mas queríamos mesmo é viajar nas redes. Havia centenas delas armadas uma ao lado da outra.
Logo apareceram algumas mocinhas vendendo o marmitex para o almoço. Encomendamos e às onze horas elas trouxeram. Eu pedi o convencional, de frango. O Amerizon pediu Pirarucu desfiado. Acho que a chance daquilo ser Pirarucu é de menos de um por cento, mas comeu e disse que estava bom.
Fui dar uma volta no navio e conhecer as instalações. O navio tinha 4 pavimentos: o primeiro, era destinado à carga; o segundo pavimento, assim como o terceiro, era destinado às redes. O segundo bem mais lotado que o terceiro; o quarto piso era o bar, onde os pés de cana passavam o dia bebendo e escutando música. Era o local predileto do Amerizon que passava o dia todo lá.
Logo na saída de Manaus passamos pelo encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas barrentas do Rio Solimões. Fenômeno impressionante da natureza, pois durante alguns quilômetros elas não se misturam, ficando muito nítido de onde vem cada uma.
O dia foi todo de descanso. Estávamos precisando. Não fazíamos nada a não ser deitar na rede e de vez em quando subir até o bar para tomar alguma coisa ou comer um misto quente. Numa das paradas no porto de uma cidade à beira do rio, se não me engano Óbidos, tivemos que abrir as bagagens para uma revista da Polícia Federal.
A noite chegou lentamente, mas foi precedida polo pôr do sol mais bonito que já havia visto. Rendeu fotos fantásticas. A noite foi bem tranquila, só mesmo o barulho do motor do navio. Dormi muito bem, considerando que não tenho costume de dormir em redes.
Deixe um comentário