Nimes – Aix-em-Provence

Quando peguei a Brigitte, ela estava com mais de 8.000 km. Eu rodei 5.500 km em condições severas para os pneus, principalmente o traseiro onde se concentra o peso, além da própria tração. Minha preferência pelas estradas secundárias leva a um desgaste maior dos pneus pelo conjunto de fatores: maior número de curvas, qualidade do asfalto, uso mais intenso dos freios, redução de marchas, arrancadas, etc. Somando-se a isto os roteiros do Douro e dos Pyrenées, que exigem demais dos pneus, foi uma consequência natural a necessidade de trocar o traseiro, que já havia alcançado o TWI.

Em Nimes eles não poderiam entregar a moto no mesmo dia. Optei por Aix-em-Provence que não tinha o pneu em estoque e recomendou-me Marseille que estava 26 km à frente. Parti para la. Colocaram a moto para dentro e fiquei fazendo hora nas imediações. O local lembra muito a Santa Efigênia em São Paulo com lojas de acessórios e motos uma ao lado da outra. Um motard que já estava saindo da concessionária, vendo minha dificuldade no idioma com o funcionário da Yamaha, veio nos ajudar, conversávamos em inglês e ele traduzia para o cara.

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Tudo resolvido, ficamos batendo papo, quando vi uma Midnight Star 1900 e falei com ele que era uma bela máquina. Ele riu e falou-me: “- É minha, eu tinha uma 1300 antes.” Pedi para fazer umas fotos para mandar para a moçada e ele começou a me falar sobre a moto. O design da danada lembra muito a Indian. O motor da minha, um 1300, é refrigerado a líquido e na 1900 eles voltaram para refrigeração a ar. O motor usa o sistema de carter seco, o que permitiu aumentar muito o vão livre da moto. Como se isso não bastasse, usa camisas de cerâmica no bloco do motor. Os preços estão na faixa de 10.000 euros a 1300 e 17.000 euros a 1900.

Depois de falarmos sobre as motos, ele perguntou-me sobre minha viagem, fiz um resumo e ele me falou: “-Você não pode deixar de conhecer o Lac Saint Croix em Gorges Du Verdon, é a água mais azul que existe na face da terra”. Pronto, botou minhoca na cabeça de tio Hélio. O único problema é que a subida é cavernosa, cheia de curvas e na beirada de um canyon. Ou seja, serviço completo. Sai dali direto para um hotel em Aix-em-Provence de onde partiria para esse tal paraíso no dia seguinte.


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