Viagem de moto por Minas Gerais e Espírito Santo

1º dia – A monotonia passou longe

Amanheceu com uma chuva mansa e intermitente que começou no início da noite e continuou na manhã seguinte. Pensei um pouco e como tinha que estar em BH na manhã seguinte, quando minha esposa e filha chegariam, o jeito era enfrentar o tempo ruim e começar a jornada. Com o asfalto molhado a velocidade tem que ser diminuída e a atenção tem que ser quadruplicada.

Bagagem preparada, tudo pronto, coloquei minha capa verde limão, que é para todo mundo me ver mesmo e assim buscar mais segurança, e iniciei a aventura.

Viagem de moto por Minas Gerais e Espírito Santo
Momento antes da saída

O hodômetro da Midnight marcava 36.717 km. Tinha em mente rodar umas 2h e tentar fazer o maior percurso possível, mas não foi bem assim, estava na Rodovia Dom Pedro I (SP- 65) e depois de 40 minutos de jornada tive que fazer minha primeira parada obrigatória, pois estava com as luvas totalmente encharcadas e como deixei o protetor de pescoço por baixo da capa, a água penetrou pelo pescoço e logo no início eu já fiquei bem molhado. Aqueci as mãos no motor, troquei de luvas e dei uma boa ajeitada na capa para eliminar a entrada de água pelo pescoço e segui viagem.

Entrei na Rodovia Fernão Dias (BR-381) pelo acesso da cidade de Atibaia. A chuva se mantinha firme e constatei também que teria pela frente uma rodovia com muitos caminhões. Foram mais de 4 horas de chuva desde o início da manhã.

Assim que a chuva foi cedendo e o asfalto foi ficando seco, desenvolvi um pouco mais de velocidade e a viagem começou a ficar agradável, porém o céu estava muito encoberto e a qualquer momento mais chuva poderia chegar, o que me impediu de retirar a capa “verde limão”.

A rodovia Fernão Dias é uma pista que está, no geral, em bom estado, mas fica muito distante da qualidade de asfalto e de sinalização que temos nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes que cortam o Estado de São Paulo. No entanto, para o motociclismo, ela é “show de bola”, cheia de pequenos vales e uma sinuosidade moderada o que faz com que pilotar por ela fica absolutamente muito bom.

Meu plano para o dia era pernoitar em Betim. Cheguei quando ainda estava claro, porém, começou a chover e decidi, como muitos outros motociclistas, parar um pouco num local coberto. Estava muito perto do Hotel, podia vê-lo da rodovia, mas a chuva era intensa naquele momento. Anoiteceu e assim que a chuva diminuiu segui procurando o hotel e foi uma aventura à parte, pois o local era muito mal sinalizado e estava num verdadeiro labirinto. Faltou um GPS na motocicleta e somente depois de 30 minutos consegui dar entrada no Hotel Abba Uno, que fica na Rua Araticum, 151.

Estava bem cansado, mas feliz. Rodei naquele dia, com muita chuva, 615 km.

Pontos Tops do dia:

  • Topografia da Rodovia Fernão Dias (BR-381) – simplesmente mágica – sinuosidade nota 10;
  • Shopping Graal de Ribeirão Vermelho – Rodovia BR 381, Km 674 – Excelente, tem um mini museu com muitos objetos que nos remetem ao período Mineiro colonial, vale conferir;
  • Receptividade do povo mineiro;
  • Plantações de café no entorno da rodovia.

Pontos negativos do dia:

  • Chuva nas primeiras quase 5 horas do dia;
  • Baixa qualidade do asfalto na (SP 065), fiquei negativamente impressionado como esta estrada que é federal e pedagiada, inclusive para motocicletas. Está tão ruim, asfalto e sinalização;
  • Qualidade do asfalto na (BR-381) que também é pedagiada e precisa de melhorias no asfalto;
  • Acidente na (BR 381) perto de Cambuí, onde permanecemos por quase 45 minutos aguardando a rodovia ser liberada;
  • Dificuldade em localizar o Hotel por falta de sinalização, GPS e ruas muito escuras no entorno do Hotel.

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