Dicas para viagem de moto

Comodidade em uma viagem sobre duas rodas

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A comodidade e praticidade de ser acompanhado por um guia turístico não é exclusivo de visitantes a pé. O motociclista pode desfrutar também de ter uma agência ao seu dispor para prever e resolver as possíveis dores de cabeça de uma viagem sobre duas rodas.

Das quatro grandes viagens realizadas pelo funcionário público Augusto Rocha, a última, feita em julho deste ano, com destino a nove países, incluindo o extremo mais ao norte que se pode chegar em cima de uma moto, foi a sua favorita.

As belas paisagens contribuíram para o prazer da viagem, no entanto a tranquilidade de ter um roteiro programado por terceiros, somado ainda a facilidade de ser orientado quanto aos documentos, à cultura da região e outras peculiaridades que iam ser enfrentadas durante o percurso – até quais seriam os tipos de terreno passados eram especificados – fez com que esse trajeto recebesse pontos a mais de favoritismo.

“Essa foi a melhor de todas, foi a mais cômoda, a mais tranquila. Você não fica tenso. A parte ruim da viagem é você chegar numa cidade grande sem a conhecer e ainda ter que enfrentar o seu trânsito. Então, você chegar com um guia é muito bom”, afirma.

Desde a elaboração do roteiro até a compreensão das placas, veja as vantagens em viajar por agência. O programa adquirido por ele é denominado de “Viking Run” e foi feito pela empresa americana Ayres Adventures.

A aventura começa no Círculo Polar Ártico, em Tromsø na Noruega, e segue para Munique, na Alemanha, passando pelos países: Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Checa e Áustria.

A sua inclusão no grupo foi feita inteiramente por meio de e-mails usando a língua inglesa. De acordo com Augusto e seu companheiro de viagem e profissão Saris Pinto, o tradutor da internet foi fundamental nessa comunicação.

Embora tenha sido feito tudo à distância e o pagamento não seja parcelado, o alto custo de quase US$ 9 mil não foi gasto à toa, segundo os dois viajantes.

Esse valor inclui o aluguel das motos, no caso dessa empresa só podia ser da BMW, os seus seguros, as diárias nos hotéis com café da manhã, os guias e os jantares. A manutenção também é toda responsabilidade deles, desde trocar o pneu a checar algum outro problema técnico que possa aparecer durante o caminho.

Além disso, se no decorrer do passeio a moto falhar por defeitos não decorrentes do mau uso do piloto, o motociclista não precisa perder tempo, podendo utilizar uma moto reserva que tem disponível nas vans que acompanham as motos.

Apenas as passagens aéreas, o combustível e outras taxas, como pedágio, não fazem parte do pacote. Porém, no caso do último, os guias por vezes adiantam o pagamento de todos os viajantes durante o trajeto para não atrasar a programação, mas ao final do dia eles são restituídos dos gastos.

Sem limites

Uma das preocupações anteriores a uma viagem em motocicleta é no momento de arrumar a bagagem. Limitar o número de vestimentas e utensílios pessoais é uma tarefa difícil e depois sempre parece ter algo faltando na mala, principalmente para as mulheres.

Os presentes e as lembranças dos locais visitados, então, são deixados ao léu pelos viajantes. No máximo, recorrem aos correios logo em seguida que foi feita a compra.

Todavia, essa realidade muda quando acompanhado por uma agência. As vans entram como uma das principais vantagens do pacote. Um carro acompanha para levar tanto as malas como para, por vezes, servir como apoio para os copilotos que se cansarem de viajar na garupa ou para não pegar chuva, por exemplo.

Tradução

Avistando a entrada da República Checa, eis que apareceu uma placa diante dos visitantes. Em letras brancas e garrafais no fundo azul, eles tentaram ler em voz alta sem ter nenhum sucesso a frase: KRÁLOVÉHRADECKÝ KRAJ. Assim como essa, outras placas surgiram no meio do percurso despertando a curiosidade. As mensagens não eram compreendidas, no entanto as palavras sempre rendiam várias fotos aos motociclistas.

“Eu achei fundamental ter um guia da Finlândia em seguida. Você não entende nem o mapa, nem as placas de trânsito ou o GPS. Tem placa que você olha e não sabe se está saudando ou xingando, não se sabe de nada. Não tem inglês que resolva”, relembra Saris.

Na linha

A vontade de acelerar é tamanha quando sobre duas rodas, no entanto atender aos limites de velocidade é orientação tanto dos guias quanto dos próprios motociclistas. A razão está nas altíssimas multas. De acordo com Augusto, na Noruega, o valor atinge quase dois mil dólares.

Nos cerca de 4.500 quilômetros percorridos em estradas bem pavimentadas e livres de tráfego intenso, o limite da velocidade girava em torno de 90 a 100 km/h. Apenas nas autoestradas alemãs que extrapolar esse máximo foi permitido, para alegria dos que queriam descobrir do que suas BMW alugadas eram capazes de fazer na pista.

Dentre as outras recomendações está a questão de cumprir os horários, principalmente na saída dos hotéis pela manhã para pegar a estrada.

“Quando a gente chegou lá, tivemos esse cuidado para nunca nos atrasarmos. No final, o alemão que estava no grupo chegou ao guia comentando que nós não éramos brasileiros, porque conseguimos cumprir os horários e depois nos mandaram um e-mail enaltecendo isso”, ressalta Augusto.

Embora fossem mais rígidos nas saídas, no decorrer do passeio eram mais maleáveis e faziam muitas paradas para conhecer os locais do roteiro e registrar tudo em fotografia.

Outro detalhe está no trânsito. Não era permitido ultrapassagem no percurso. “Diziam: ´se posicione em um local mais confortável para você e a mantenha até a próxima parada´, isso era para evitar colisão ou acidente”, destaca Augusto.

Além disso, a dica era manter o grupo sempre perto. Caso o desencontro acontecesse, o motociclista devia permanecer no local em que se perdeu. “Não é para procurar pelo guia, tentando adivinhar o caminho, o guia irá voltar pelo mesmo trajeto para encontrar”, explica Saris.

Outra dica é saber, no mínimo, o espanhol para entender as orientações dos guias. No entanto, o inglês é sempre válido para lidar nas áreas turísticas dos locais visitados.

Nacional

Há também agências brasileiras que organizam roteiros para motociclistas, como a Premium Adventures.

Elas desenvolvem, em média, cinco roteiros por ano. Como exemplo encontra-se o Tour da Croácia e Eslovênia, com 10 dias de duração. O custo é de EU$ 7.450,00 por piloto em quarto duplo. Em caso de garupa, o preço é normalmente metade da do motorista.

Há trajetos ainda para América do Sul, África, América do Norte e outros locais da Europa. Não necessariamente acontecem nas férias escolares.

Dicas

Programe-se

Decidir com a antecedência qual viagem fazer é essencial para quem deseja viajar na estrada, mesmo sendo por meio de agência de turismo. Tanto no quesito financeiro, para economizar o custo do pacote, como também para conseguir uma vaga no grupo do passeio.

Não se atrase

Brasileiro tem fama de atrasar, mas é melhor mudar esse hábito. Uma das principais recomendações é seguir o horário de saída do hotel para não desencaminhar a programação.

Sempre juntos

Para não haver desencontros, o recomendado é manter as motos sempre próximas e não ultrapassar durante o percurso. Caso se perca, o piloto deve permanecer no local que o guia tentará encontrá-lo. Na cidade, caso queira fazer uma visita à parte do grupo, basta avisar aos guias.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/


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