O quarto dia de nossa jornada rumo ao Deserto do Atacama foi marcado por uma mistura de desafios urbanos e encontros com a natureza. Saímos de Posadas com o sol nascendo e uma temperatura agradável de cerca de 20ºC, prontos para encarar mais um dia na estrada.
A saída da cidade foi um tanto demorada devido aos semáforos que pareciam estar sincronizados, mas contra nós, fechando justamente quando nos aproximávamos. Mas logo estávamos cruzando boas estradas e enfrentando tráfego mais tranquilo até a cidade de Correntes.
Ao adentrar naquela cidade, nos deparamos com uma avenida de intensa movimentação, com automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas disputando os espaços. A proibição para motocicletas nas pistas centrais foi um desafio adicional, porque as placas que sinalizam a proibição não são visíveis.
Mas superado esse obstáculo, seguimos rumo à imponente ponte sobre o rio Paraná, que nos levou à cidade de Resistência. A travessia daquela cidade foi muito parecida com a de Corrientes e lá também encontramos a proibição para as motos nas pistas centrais da rodovia.
A Ruta Nacional 16 nos recebeu com boas condições e nos trouxe também uma mudança profunda na topografia, com vastas áreas planas e abertas, vegetação baixa, típicas do Chaco argentino.
Depois da cidade de Saenz Peña, deixamos a Ruta 16 e pegamos a Ruta Nacional 89, que trouxe seu próprio conjunto de desafios, com asfalto irregular e buracos que exigiram atenção redobrada na condução das motocicletas. Em compensação, ao longo dessa rodovia, presenciamos o espetáculo de revoadas com milhares de pássaros cobrindo o céu e tornando nossa viagem ainda mais memorável. A presença dos pássaros também exigiu toda nossa atenção e cuidado para evitar colisões. Os gaviões, semelhantes aos Carcarás brasileiros, pairavam sobre a estrada, lembrando-nos da exuberância da natureza, enquanto os ninhos dos pássaros nos postes de energia revelavam a vida pulsante da região.
Chegamos à província de Santiago del Estero, com suas extensas plantações de milho, soja e sorgo. Lá, fomos desafiados pelo clima, com a temperatura aumentando para 36ºC durante a tarde.
Encontramos diversas barreiras de fiscalização da Policia Caminera, mas não fomos parados e seguimos adiante, sem contratempos, aproveitando também a isenção de pedágio para motocicletas em algumas praças pelas quais passamos.
| Cidade | Litros | Valor em moeda local | Valor – R$ | Distância | km / l | R$ / l |
| Ituzaingó | 10,237 | 11.506 | 67,72 | 219,2 | 21,413 | 6,62 |
| Itati | 7,725 | 7.710 | 44,91 | 164,3 | 21,269 | 5,81 |
| makallé | 5,419 | 5.000 | 30,38 | 121,3 | 22,384 | 5,61 |
| Corzuela | 8,89 | 8.703 | 50,71 | 192,3 | 21,631 | 5,70 |
| Quimilí | 7,68 | 6.851 | 39,89 | 170,2 | 22,161 | 5,19 |
Paramos para abastecer, descansar e recarregar as energias em postos de combustíveis das cidades de Itunzaingó, Itati, Makallé, Corzuela e Quimilí. Era a quarta viagem que fazia pela Argentina de moto e, diferente das vezes anteriores, pelo menos até agora não encontrei problemas para abastecer a moto. Pelo contrário, os postos de combustíveis eram frequentes e estavam em locais estratégicos no nosso caminho, facilitando nossa viagem.
Em Quimilí, por volta das 17h, cansados por causa da temperatura e quase 10 horas viajando, resolvemos procurar um hotel nas imediações para pernoitar. Encontramos umas pousada próxima que atendeu nossas expectativas de preço e conforto.
Percorremos 735,5 km, a maior distância em um único dia, desde que iniciamos nossa viagem.
Apesar do cansaço, a sensação de superação e a descoberta de novos cenários fizeram deste dia uma etapa inesquecível de nossa aventura. Com 2550 km já acumulados desde Belo Horizonte, estamos cada vez mais próximos do nosso destino, ansiosos por tudo o que ainda está por vir em nossa jornada sobre duas rodas.
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