De volta ao Brasil, nosso plano era explorar as atrações das serras do sul, especialmente as de Santa Catarina. Mas a previsão de chuva para os próximos dias ameaçava nossos planos. Não podíamos nos deixar abater; seguimos em frente.
Após um café da manhã reforçado e a bagagem nas motos, deixamos o hotel pouco depois das 8h. Apesar da previsão, o tempo estava surpreendentemente bom, com sol entre nuvens e uma temperatura agradável de 19ºC. Uruguaiana estava tranquila, suas ruas largas e arborizadas quase desertas àquela hora. Tomamos a Av. Presidente Vargas e logo estávamos na BR-472, em direção a São Borja. O início foi lento, estrada de pista simples, caminhões pesados, poucas oportunidades de ultrapassagem. Mas ao deixar o trecho urbano, as longas retas facilitaram as ultrapassagens e tornaram a viagem mais fluida.
A BR-472 era como eu me lembrava da viagem anterior que fiz pela região: pista simples, sem acostamento e mal conservada. Cortávamos grandes propriedades de pastagem e gado, alternadas com áreas de preservação e plantações diversificadas.
A paisagem era de uma beleza rústica, especialmente ao margearmos a lagoa da Barragem Sanchuri, suas águas agitadas pelo vento. A barragem, construída para a irrigação do arroz, refletia a importância agrícola da região.
A travessia do Rio Ibicuí foi o pior trecho do dia. As pontes precárias e estreitas, com asfalto cheio de buracos e guarda-corpos danificados, permitiam passagem apenas em um sentido de cada vez. A falta de sinalização adequada tornava a travessia ainda mais perigosa. Após uma longa espera, finalmente cruzamos o rio, sempre com a impressão de que essa estrutura só receberá atenção quando um acidente grave acontecer.
Após essa travessia, o asfalto melhorou. O sol tentava se mostrar, com seus raios atravessando as nuvens em fachos prateados, proporcionando uma vista deslumbrante.
Os ventos fortes vindos do Oeste balançavam as motos, exigindo atenção redobrada. O capacete trepidava constantemente, e quando um caminhão passava no sentido contrário, o vácuo criado fazia a moto desviar perigosamente na direção errada.
Depois de Itaqui, passamos por um caminhão azul que transportava um líquido fedorento, respingando na estrada e em nós quando o ultrapassamos. As obras na estrada com sistema de pare e siga nos forçaram a reduzir o ritmo de viagem.
Chegamos a São Borja antes das 11h, com a temperatura em torno de 25ºC. Paramos rapidamente em um posto após a cidade para abastecer as motos. O céu nublado nos deixava apreensivos quanto à possibilidade de chuva. Pegamos a BR-285, que seria nosso caminho pelo resto do dia.
A estrada tornou-se novamente precária, com irregularidades e buracos que exigiam nossa atenção constante. Vastas pastagens e plantações se estendiam até o horizonte.
Por volta das 13h, paramos em Entre-Ijuís para abastecer e lanchar. A cidade, parte da Rota Missões, tem uma história rica desde a chegada dos jesuítas em 1609.. A temperatura subiu rapidamente e, por volta das 14h, já estava em 30ºC. Passamos por campos vastos, com culturas já colhidas. As condições precárias da estrada nos obrigavam a manobras arriscadas para desviar dos buracos.
Cidade | Litros | Valor – R$ | Distância | km / l | R$ / l |
São Borja | 10,40 | 59,07 | 198,4 | 19,077 | 5,68 |
Entre I-Juís | 8,73 | 52,29 | 170,2 | 19,496 | 5,99 |
Santa Bárbara do Sul | 4,719 | 29,92 | 104,7 | 22,187 | 6,34 |
Paramos em Santa Bárbara do Sul para abastecer e descansar. Antes de Carazinho, tivemos que parar novamente devido a obras na estrada, mas encaramos a situação com humor, dançando sobre as motos enquanto esperávamos.
Chegamos a Passo Fundo, nosso destino do dia, por volta das 16h30. Fomos direto para o apartamento que havíamos reservado pelo aplicativo de hospedagem. Mais tarde, saímos para comer porções de frango e batata, relembrando as aventuras do dia na estrada.
O vídeo abaixo contém imagens que registramos neste dia na estrada.
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