Diário de Viagem de Moto: 15º dia – Santiago

Amanheceu em Santiago, e decidimos que hoje seria um dia reservado para a contemplação, a exploração e a diversão sem pressa, de absorver a cidade e nos deixar levar pelo ritmo de seus habitantes. Saímos do apartamento sem pressa, depois das 9h30, com a serenidade de quem sabe que a jornada é tão ou mais importante quanto o destino.

Caminhamos até uma lavanderia próxima, deixando nossas roupas para lavar. A sensação de roupas limpas e frescas é um luxo merecido. Com isso resolvido, seguimos para a estação e pegamos o metrô com destino ao Parque Metropolitano de Santiago.

Foram 12 minutos para percorrer os 5 quilômetros, de uma estação a outra. O trajeto até a entrada do parque foi a pé, observando a vida ao redor, cada passo nos conectando mais à cidade.

Dentro do parque, caminhamos pelas calçadas repletas de vida, com o teleférico se movendo sobre nossas cabeças, suas cabines deslizando sobre as árvores como se contassem histórias secretas.

O domingo havia trazido muitas pessoas ao parque, cada uma com seu ritmo, suas histórias. Compramos os tickets e nos preparamos para a subida ao cerro San Cristóbal pelo teleférico. A subida foi lenta e mágica, a cidade se revelando em uma vista deslumbrante à medida que ganhávamos altura.

No topo, o horizonte se abriu diante de nós, uma sinfonia de montanhas e construções. As vistas eram de tirar o fôlego, uma pintura viva onde a cidade se encontrava com a grandiosidade dos Andes. Fotografamos cada instante, tentando capturar a essência daquele lugar.

Fizemos um lanche com empanadas deliciosas e experimentamos o refrescante mote con huesillos – um suco de pêssego com grãos de trigo que trouxe um sabor doce ao momento.

O tempo parecia suspenso, mas logo chegou a hora de descer. Retornamos pelo teleférico, ainda encantados pela experiência.

De volta ao nível da rua, começamos nosso caminho inverso. Caminhamos até o metrô, que nos levou de volta ao ponto de partida. Antes de retornar ao apartamento, passamos em um supermercado para abastecer nossas provisões – comida e vinho para a noite que se aproximava. Recolhemos nossas roupas limpas e perfumadas na lavanderia, a sensação de frescor renovada.

Enquanto caminhávamos de volta, um detalhe nos chamou a atenção: a quantidade de sujeira nas ruas de Santiago. Em visita anterior, a cidade parecia mais limpa, mais cuidada. Era um contraste que me fez refletir sobre o tempo e as mudanças que ele traz.

Aquele dia em Santiago foi mais do que um simples descanso. Foi uma pausa para absorver a alma da cidade, para viver seus ritmos e sabores, e para nos conectar com a essência da nossa viagem de moto: momentos que tornam cada dia na estrada único e inesquecível.

O vídeo abaixo mostra mais imagens registradas neste dia:


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