5º dia: Chivilcoy – Rio Colorado

O tempo virou. O jornal matinal alertava para as fortes chuvas e o céu estava bastante nublado. Saímos às 8 horas e na estrada íamos mais devagar à procura da “estacion de serviços”. A primeira estava fechada e a segunda não tinha nafta. Somente na terceria, 40 km depois, em Bragado, abastecemos as motos.

Oito km à frente o João pára e avisa que perdeu a aranha com a capa e as polainas de chuva, o camel back, mais uma bolsa. Disse que achava que foi antes do abastecimento. Propus voltarmos, mas ele achou que não valeria a pena e seguimos em frente.

Na praça de pedágio 9 de Julho encostei para colocar as roupas de chuva, pois uma formação muito pesada estava pouco mais adiante. Logo depois pararam três motociclistas argentinos também para se equiparem – um deles com todas as características de um Abutre. Conversamos rapidamente e o dito cujo nos disse que era amigo do citado motoclube. Nós não tivemos a menor dúvida de que ele dizia a verdade. De repente veio uma forte ventania, anunciando um grande “CB”. Saímos rapidamente e fui pedindo a Santa Clara para nos aliviar daquela formação. Acabei sendo atendido, pois a trombeta passou ao largo da ruta e nós pegamos uma chuva mais fraca com bastante vento. Depois de Pellegrini o tempo melhorou sensivelmente e pudemos voltar ao ritmo normal de viagem.

Ainda pela manhã assistimos um acidente à nossa frente, em “slow motion”. Como vocês sabem, o argentino é muito ruim para realizar ultrapassagens. Bem, em mais uma longa reta, um Classe A ou Honda Fit, na descendente, ameaçou ultrapassar um carro quando me viu. Em ato contínuo, voltou para a sua pista – imagino que pisou no freio, e imediatamente saiu rodando pela esquerda à minha frente, atravessou pelo acostamento de rípio e parou no meio do nada, levantando o maior poeirão. Acidente com algum risco em potencial para mim. Diminuí a velocidade, vi que não havia capotado, olhei no retrovisor o João e segui um pouco mais lento. Entretanto, percebi que o João não acelerava mais. Parei, esperando por ele. Quando encostou, estava muito assustado, preocupado. Disse-lhe que nada de sério tinha acontecido, nada mais do que um grande susto e que não tínhamos como ajudá-lo; o argentino rapidamente daria um jeito de sair dali.

Em uma das muitas ultrapassagens na RN 5, um FDP de um “camione” me deu uma espremida que fui parar na faixa branca da esquerda. Acho que ele cochilou. Depois de ultrapassá-lo, dei duas buzinadas e acenei, desejando-lhe boa viagem, como sempre vinha fazendo desde BH. Entretanto, quando o João o ultrapassou não lhe desejou a mesma sorte.

Numa das poucas vezes que o João me ultrapassou para dar uma esticada, ele perdeu a primeira indicação de que estávamos no caminho certo. Depois de 3700 km, a primeira placa de que estávamos no caminho certo: Ushuaia 2190 km. Fiquei tão feliz com aquela placa que parei para fotografá-la. Logo depois vi o João parado no acostamento para trocar as luvas, pois estava com frio nas mãos. Eu parei logo mais a frente e pouco tempo depois parou uma carreta atrás de mim. O argentino desceu e pediu para fotografar a Harley.

Viagem de moto pela Argentina

Na Ruta 154 paramos 3 vezes por causa de obras na pista. Paradas rápidas, mas que se estivesse com o calor do dia anterior poderia nos trazer problemas.

Às 17 horas entramos em Rio Colorado para procurar hotel – Ideal, descansar as máquinas e hidratar os nossos rins com Quilmes.

5º dia: Chivilcoy – Rio Colorado: 750/3724


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