A princípio, não me parece muito “técnica” a utilização da palavra “expedição” para viagens de turismo. Já a usei para designar minhas primeiras viagens de moto e, hoje, após pesquisar e ouvir, apresento a análise constatada. A palavra soa bem e faz uma simples viagem parecer um grande feito, inédito.
No dicionário, entre outras definições, constam as seguintes: “viagem de exploração de uma região distante”; “ação de mandar tropas para um local específico”; “grupo que viaja a uma região para estudá-la e pesquisá-la, especialmente em caráter científico”. Vê-se, pois, que expedição pode até significar uma viagem, não necessariamente grande, pioneira ou a um lugar distante, mas sempre com intuito de exploração ou pesquisa.
Do ponto de vista linguístico, na minha modesta opinião, essas viagens meramente de lazer e recreio realizadas por motociclistas não seriam propriamente uma expedição. Nem o grupo de motociclistas nessas condições poderia ser chamado assim, “expedicionários”.
A língua portuguesa é viva e o uso repetido, mesmo equivocado, faz do errado o certo. Ao começarem a chamar os passeios de moto de expedição e a moda pegar, daqui a pouco essa definição estará nos dicionários.
Assim como o uso reiterado de “presidenta” referindo-se a uma mulher no lugar de “presidente” pode fazê-lo o certo, vai de cada um a opção em usar “expedição” repetidas vezes para se referir genericamente a “viagem”, como uma autêntica “Expedição na Maionese”.
*Com auxílio dos mestres na língua portuguesa, Adriano Soares e Rosalvo Moreno. Dos motociclistas viajantes Ricardo Lugris e Antônio Braga.
Felipe Miranda – @lipemoto
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