Em todos os encontros entre motociclistas, sempre surge a pergunta sobre como iniciamos no mundo das duas rodas, como viramos motociclistas ou de onde vem essa paixão – sem explicação! – pelas motocicletas. Foi a primeira bicicleta que despertou essa paixão? Foram os heróis da infância e adolescência, com suas máquinas fantásticas ou os pilotos de corridas de moto com suas vibrantes e heróicas vitórias?
Não incluo aqui aquelas pessoas que, por necessidades pessoais, financeiras, de emprego ou até de economia de tempo, optam pelas motocicletas como meio de transporte e/ou trabalho, por que essas pessoas podem até gostar de motocicletas, mas quem eu quero descrever aqui – e me incluo – são as que respiram o motociclismo, aquelas que sentem prazer ao pilotar uma motocicleta.
Então, “nós nascemos motociclistas”. Eu acredito e sempre respondo isso quando me perguntam. Não nascemos e nos transformamos em motociclistas, pois na verdade nascemos motociclistas. Sempre conto a minha história: Meu pai tem nove irmãos. Minha mãe é a caçula de 14 irmãos. Tenho dezenas de tios e tias e talvez uma centena de primos. Em toda a minha família, considerando até meus primos de 2º grau, não conheço ninguém que pilote uma motocicleta. Não tive nenhum incentivo, muito pelo contrário, todos da família torceram o nariz quando andei pela primeira vez em uma moto. Me lembro dos sermões: “é perigoso! Você vai se matar!”. E coisas do gênero. Mas nada disso para quem “nasceu motociclista”. A verdade é que, no nosso DNA, vem programado: “esse será motociclista!”. E ai, não tem jeito.
É claro que não podemos esquecer dos riscos de pilotar e de ser um motociclista. Conheço bem o assunto, já sofri das pequenas quedas aos acidentes sérios e já perdi amigos, mas isso será assunto a ser aprofundado em outro momento.
Minha história no mundo das duas rodas se confunde com a de muitos que vivem o motociclismo. Comecei com aquela paixão pelas bikes, as competições de bicicletas, as coleções de revistas de motos, a vibração quando eram noticiados lançamentos de grandes motos no Brasil, a primeira moto, a primeira viagem com apenas 16 anos – sim, tinha moto, mas não habilitação -, as trilhas, o sonho de virar um piloto de MotoGP para vencer aquela corrida, os rolés, os amigos da estrada, os moto grupos e moto clubes, as viagens internacionais de moto e a atmosfera do motociclismo que passa a ser parte do nosso cotidiano, da nossa vida.
Diferentemente de outros tipos de paixão, que dizem ter prazo para acabar, a paixão pelo motociclismo e pelas motocicletas não tem fim. Vemos por ai motociclistas idosos com 70, 80 e até mais de 90, passeando e até realizando grandes viagens. Nosso querido motociclista Tio Bel tem 97 anos e pilota uma Suzuki Hayabusa. E essa é a meta do motociclista, continuar rodando com sua máquina até onde o corpo e Deus permitirem.
Sigo então com minha paixão pelo motociclismo, sempre procurando curtir a motocicleta, os amigos, a estrada e a vida.
Se você se identificou com esse pequeno texto, tenha certeza, seu DNA é de motociclista.
Fonte: Eu Nasci Motociclista
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