Viagem de moto com garupa

Manual do garupa

Muito já se escreveu sobre condução de motocicletas, mas pouco se fala de um assunto muito importante no moto turismo que é sobre o (a) garupa. Se for um (uma) garupa com pouca experiência, é fundamental antes de tudo que se segure bem e seja orientado (a) sobre a melhor forma de se comportar e agir sobre uma moto durante um simples passeio ou uma longa viagem de moto por vários países.

Tentarei relacionar a seguir as mais importantes dicas para que ocorra sempre uma boa relação entre piloto e garupa, proporcionando uma viagem tranquila para ambos:

  1. Nunca subir ou descer da moto, sem prévio conhecimento do piloto. Pode desequilibrar a motocicleta, sobretudo se o piso for irregular, se o piloto tem perna curta, ou se a moto estiver carregada.
  2. Ajudar nas manobras de entrada e saída de estacionamento, sobretudo se é necessário manobrar de ré.
  3. Se a moto estiver em deslocamento, evitar movimentos bruscos, inclusive virando a cabeça para trás.
  4. O (a) garupa é o (a) tesoureiro (a) no que toca ao pagamento de pedágios. Deve ter sempre nos bolsos os recursos necessários para a próxima praça de pedágios.
  5. Da mesma forma, deve ser a navegador (a) com atenção a desvios, sinalização e se possível, atenção ao GPS.
  6. O (a) garupa pode ajudar nas curvas, apoiando-se fortemente em ambas as pedaleiras. A transferência de peso para as pedaleiras torna a moto mais estável e manobrável.
  7. Pela mesma razão, deve-se apoiar mais fortemente nas pedaleiras quando a moto circular, devagar, em meio ao trânsito.
  8. Quando circulando em piso irregular, é importante apoiar-se nas pedaleiras, evitando com isso choques na coluna.
  9. Não adormecer nunca.
  10. Nas arrancadas e freadas deve apoiar-se nos suportes e não no condutor.
  11. Nas paradas, não colocar os pés no chão antes da orientação do piloto, pois em vez de ajudar, poderá desequilibrar a moto.
  12. Em velocidade, ou se está ventando, juntar-se o mais possível ao corpo do condutor, evitando assim a oscilação.
  13. É rigorosamente proibido olhar para o velocímetro e expressar a sua aprovação ou reprovação com apertos de joelhos ou tapas nas costas do condutor.
  14. Não esquecer que a partir dos 70-80 km/h acaba a conversa, pois o vento não deixa.
  15. Quando se circula a mais de 150 km/h, não se deve acenar aos outros motociclistas, sob pena de deslocar um braço.

Essas são apenas algumas regras básicas para que o (a) garupa não só aproveite uma viagem de moto, mas seja um (a) companhia que ajude na pilotagem. Apenas com o passar dos anos e uma boa quilometragem rodada juntos é que se chega a uma perfeita parceria para as viagens.

Otavio Araujo – Gugu – Taubaté – 75 anos – motociclista desde 1958


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