14º dia – Ushuaia – Punta Arenas

Saímos do Ushuaia com a alma lavada do dever cumprido. Eram 8h05min de uma manhã muito fria, uma das mais frias de toda a viagem. Minha mão congelava e eu aquecia no motor e na descarga da minha moto, mas não conseguia vencer a sensação de frio extremo na ponta dos dedos.
Tinha comprado uma luva de alpinista, mas não tem nada que vence o frio com o vento. Andei 25 km e parei para aquecer minha mão. Lembrei que tínhamos ainda muitos quilômetros pela frente e que ainda teria que suportar muito frio e dificuldades.

Eu e kadin ficamos por último e os três debandaram para San Sebastian na Aduana Chilena, a 200 km, final do infernal Rípio. Eu e kadim fomos orientados a ir por uma outra estrada de rípio que estava melhor do que a que viemos. Seguimos por 15 quilômetros e retornamos, pois a estrada era muito mais longa e vimos que não compensaria. Encaramos os 15 km de volta e retomamos o mesmo caminho que viemos. Tiramos fotos, filmamos a gente andando de moto no longo caminho de pedras, enfim, no meio do sofrimento, nos divertimos um pouco. Eu já estava menos traumatizado do que na vinda e consegui tocar numa boa, com menos risco e mais confiante.

Faltando aproximadamente 10 km para terminar o rípio, começou a chover… Só faltava essa…. Tocamos firme até chegarmos ao bendito asfalto. A chuva aumentou e colocamos as capas de chuva… Nem estava ligando para a chuva. Preferia ela no asfalto do que o ripio no sol.

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Chegamos na balsa do estreito de Magalhães com muito frio e chuva, onde encontramos os três amigos. Uma noticia ruim. Moacyr havia furado o pneu e amassado a roda da sua Fazer 600 no rípio, por ter andado a 140 por hora. Moacyr já tinha usado tyre pand várias vezes para ver se o pneu dele agüentava até chegar a um socorro, mas quando parava na estrada ele murchava.

Paramos num restaurante e conseguimos fazer o idiota do dono fazer uma omelete e salada para comermos.

Passamos pela balsa e pensamos o que fazer. Programamos ir para Puerto Natalles. Moacyr e Odileno foram à frente. Eu, Oliveira e Kadim seguimos depois. Erramos a entrada para a cidade e voltamos. No caminho, encontramos Moacyr e Odileno na beira da pista com o pneu do Moacyr vencido no chão. Injetamos tyre pand e mandamos ver.

A chuva e o cair da tarde esfriavam ainda mais o dia, e o cansaço de todos pelo stress do ripio e do pneu do Moacyr já aparecia visível.

Chegamos a Punta Arenas por volta das 7 horas. Fomos recebidos por uma multidão de cachorros enormes que pareciam estarem nos aguardando. Eles não apenas latiam, corriam atrás das motos e iam se juntando a outros e um verdadeiro batalhão de grandes cachorros de repente estava nos ameaçando de forma nunca vista. Procurávamos hotel e nos defendíamos dos cachorros ao mesmo tempo. Achamos um hotel maravilhoso e barato. Tudo que queríamos. Hotel central. Alojamos-nos, nos aquecemos, pedimos uma pizza pelo telefone e o casal que nos atendeu foi super simpático.

Já alojados, procuramos pelo telefone um pneu para o Moacyr e fomos informados pelas lojas que somente em Santiago no Chile que encontraríamos. Combinamos de Moacyr ficar aguardando o pneu em Punta Arenas e depois nos encontraria em Puerto Natales.


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