Comecei a adotar a estratégia de acordar às 5 horas, sair no máximo às 7 e parar de rodar por volta das 16 horas, o que dava para viajar com minha moto muito e descansar mais cedo.
Após sair da Chapada Gaúcha fui até Buritis (MG),
onde dormi na beira do rio Urucuia, que ficava há 30 km de estrada de terra de Buritis. No caminho, além de tomar mais um tombo com a moto, todos me falaram para tomar cuidado por causa de onça, mas é onça pintada e não onça preta ou parda.
Por volta das 20 horas dois policiais do Meio Ambiente foram ao meu acampamento. Enquanto um conversava comigo o outro, com sua lanterna, procurava armadilhas ou armas de caça ou pesca.
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Após 20 minutos de interrogatório e revista, começamos a prosear uma prosa que durou entre uma hora e 1 hora e meia.
Como tinha muita lenha no lugar eu fiz três fogueiras. Novamente fui alertado por causa de onça, então ajeitei a lenha para dar fogo alto. Por volta das 22 horas eu fui dormir.
À meia noite novamente fui acordado por duas pessoas. Elas estavam à paisana e, mais uma vez, um fazia o interrogatório e o outro iluminava em volta com a lanterna.
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Como eles não estavam com farda, fiquei com muito medo e o facão estava cravado na arvore a mais de 1 metro e meio de distância. Eu já fui dando uma boa noite e dizendo que estava na santa paz.
Mas graças a Deus, depois de 20 minutos de apreensão, a conversa fluiu, eles queriam era saber se eu era do MST ou foragido, mas como eu era um viajante aventureiro, depois de 1 hora de conversa me deixaram dormir. No final a conversa também ficou agradável.
Novamente coloquei mais lenha na fogueira para ter fogo alto. Mas acho que o pior animal que você pode encontrar no mato é o homem, o único animal que faz as coisas ruins por prazer.
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