Apesar da distância a ser percorrida nesse dia não ser muito elevada, 550 km, as condições da estrada e o fato dela ser pista de mão dupla, nos dizia que o percurso seria feito em cerca de 7 horas e meia,
então quando iniciamos o café da manhã ainda estava escuro. Saímos exatamente quando o dia começava a despontar e imprimimos um ritmo forte.
Seguimos na direção das cidades de Jardim e Maracaju. A paisagem, unicamente rural, indicava poucos vilarejos, poucos postos de combustível e muita plantação de milho, algo encantador e maravilhoso. Como visto neste trecho de Mato Grosso do Sul, observamos muitos acampamentos de invasores, muitos, mas muitos deles completamente vazios.
Estrada que não acaba mais, retas e mais retas, plantações e mais plantações. Nossa primeira parada foi na cidade de Maracajú (MS), na BR 267, km 366. Foi uma parada necessária para abastecimento, pois, já estávamos no lombo da motocicleta há 2 horas e meia e o combustível acabava. Só abastecemos e esticamos as pernas. O posto era muito ruim e sem nenhum conforto.
Seguimos nossa viagem e, por engano, entramos na cidade de Maracajú, a rodovia está muito mal sinalizada. Paramos em um posto BR, nos informamos e um dos funcionários do posto, que também é motociclista, só que de velocidade, conversou conosco. Ele nos esclareceu como deveríamos seguir para voltarmos para a BR 267 e assim fizemos.
Nossa próxima parada foi na cidade de Nova Alvorada do Sul (MS), mas antes passamos pelas cidades de Rio Brilhante, Belas Artes e Cristal. Paramos no posto que estava na rodovia. Um posto bastante deteriorado, com apenas alguns caminhões e nenhum frentista. Depois de alguns minutos, o único frentista do posto chegou de bicicleta. Abastecemos e ele nos explicou que aquele posto, três anos atrás, vendia cerca de 1 milhão de litros de diesel/mês, mas por questões de disputas familiares, agora estava vendendo apenas 40 mil litros/mês e ele era o frentista, caixa, etc. O sistema não estava funcionamento e ele aceitava apenas dinheiro naquele momento. Já havia passado a hora do almoço, então decidimos ir até o restaurante do posto que fica cerca de 500 metros das bombas, o restaurante estava vazio, mas aparentava ser bom e limpo, então resolvemos comer algo ali mesmo. Eu fui no meu tradicional misto quente e o Virgílio decidiu pela carne assada na churrasqueira, em especial costelinha de porco. Fizemos amizade com os atendentes e encontramos o cachorro que foi adotado pelo pessoal do restaurante, um lindo vira lata, muito dócil e companheiro. Deu até vontade de trazê-lo, mas de moto, nada feito.
Seguimos nosso caminho. Nossa próxima parada seria já no destino daquele dia, na cidade de Presidente Epitácio (SP). Paramos um pouco antes da travessia do Rio Paraná, que tem uma largura imensa. Coisa impressionante. Fizemos a travessia bem devagar para contemplar a beleza daquele volume de água doce. Já estávamos em território paulista e seguimos à procura do Hotel Itaverá, que localizamos com facilidade. Eram cerca de 16 horas quando demos entrada. Depois tomamos um bom banho e saímos para conhecer a orla do rio e ver o pôr do sol, que dizem ser maravilhoso.
O tempo sempre nos foi favorável neste passeio, tivemos sempre aquele friozinho no início do dia, tempo parcialmente encoberto na manhã e depois um sol, mas não tão escaldante no restante do dia. Em Bonito, tudo de bom, os 3 dias com tempo favorável e bom, mas naquela tarde as nuvens, mesmo não estando pesadas, estavam impedindo de vermos o céu e, por consequência, não conseguimos ver o pôr do sol onde dizem ser um dos mais bonitos daquela região, justamente por contrastar com o Rio Paraná e a ponte que faz a ligação dos dos estados (São Paulo e Mato Grosso do Sul).
Um fato interessante foi que andamos pela cidade, de motocicleta é claro, abastecemos e procuramos um local para jantarmos, mas não encontramos muitas opções e as poucas existentes estavam ainda fechadas. Eram algo em torno de 18h30. Decidimos voltar ao Hotel para nossa conversa diária e resolvemos jantar no próprio Hotel, aliás, decisão sábia, boa comida e bom serviço. Fomos dormir, pois o dia seguinte desejamos chegar cedo em nossas casas.
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