Aventuras geriátricas – parte 2

Após uma viagem de 24 horas, com direito a três conexões chegamos a Richmond, onde o genro do Cyro, o Bob, nos esperava. Antes de partirmos para Charlottesville ainda demos uma passada no Museu Aeronáutico de Richmond, afinal eu, o Cyro e o Bob somos amantes de máquinas voadoras, principalmente as que fizeram historia.

Chegamos a casa do Bob e a primeira coisa que fizemos foi examinar a Goldwing Aspencade que coube ao Cyro. Confesso que a primeira impressão foi das piores: um monte de equipamentos cafonérrimos, bateria quase morta e sujeira impressionante. A impressao que tivemos foi que a moto ficou parada por meses em algum galpão. No dia seguinte, mal instalamos o carregador de bateria comecou a chover. Não nos restou outra alternativa senão colocar a moto na varanda da belissima casa da filha do Cyro (acho que seremos expulsos a qualquer momento).

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Trabalhamos que nem loucos para arrancar toda a parafernália que o velho dono havia colocado. Toneladas de fios que ligavam nada a coisa alguma foram retiradas. Plataformas que impediam engatar as marchas com precisão foram jogadas no lixo.

Virginia 4

No dia seguinte o tempo deu uma trégua e conseguimos descobrir o afogador e ligar a bendita Goldwing. Fumaceira descomunal, motor rateando e eu e o Cyro com cara de choro. Mas um artista nao se impressiona com facilidade (como diria Cumeeira) e fomos à luta. A primeira coisa era decidir quem daria a primeira volta. Disputamos no palitinho e como perdi fui obrigado a fazê-lo. A moto estava uma bosta, rateava direto e sem força nenhuma. Paramos de ver a parte estética e de conforto e fomos para a mecânica: trocamos velas (após retirar água em torno das mesmas), reapertamos os cabos de vela (dois estavam frouxos), fizemos um reaperto geral na parte mecânica, regulamos o guidom e voltamos ao test drive. Ah, agora sim, parece uma motocicleta. A bichinha até que nao faz feio mas está longe, muitissimo longe, de uma Harley-Davidson touring. É até sacanagem compará-las. A pilotagem é muito fácil, a danada inclina uma barbaridade nas curvas (mesmo nas mais suaves) mas ainda assim nao faz curva como a H-D Ultra. O painel, apesar de 1984, é digital. As suspensões a ar, dianteira e traseira, podem ser reguladas independentemente com a moto em movimento (ela tem um compressor elétrico). O sistema de som tem um tapedeck alem de AM/FM tradicionais. A bichinha ainda tem um rádio faixa do cidadão e sistema de intercomunicação. Bem, o fato é que o Cyro está com um sorriso de uma orelha a outra.

Eu, pelo meu lado, começo amanhã a epopéia para trazer a minha moto que está em Detroit. O cara que vendeu a minha estará me esperando na saida do aeroporto de Detroit, com uma F250 branca trazendo uma Goldwing Interstate 1986 negra a reboque. Acho que não será muito dificil de encontrar, não é? São quase 900 Km ate Charlottesville. A idéia é o Cyro sair na segunda-feira e encontrar-me em algum lugar entre Detroit e Charlottesville. Se vai dar certo ? Nao sei nem quero saber, mas que vai ser maravilhoso, ah isso posso garantir. Continuem torcendo pela gente.

{gallery}0612/helio/02{/gallery}


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *