Armenia – Pasto – 99º dia

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América Central, Colômbia

Armenia – Pasto (Parcial = 590 Km / Total = 39.853 Km)

Às 6 horas, o tempo estava bem nublado e o frio não atravessava a capa de chuva. Viagem tranquila, em baixa velocidade, percorrendo uma boa estrada que contornava, subia e descia montanhas.

Nas várias retenções dos postos de vigilância policial, levantava a queixeira do capacete, mostrava um sorriso encantador e dizia “Buenos dias!” ou “Buenas tardes!”. E creio que o meu respeitável bigode prateado os convencia a mandarem-me seguir em frente – se eu fosse velho, seria branco; mas, como sou apenas antigo, é cor da prata.

Nas rápidas paradas, era possível conversar com pessoas simpáticas, que afirmavam não terem mais problemas com as FARCS – que estavam restritas a alguns lugares nas encostas dos Andes e fronteiras com Equador e Venezuela – porque o Exército mantinha militares estrategicamente distribuídos em muitos lugares e em pontos chaves das estradas.

Nessa perna da viagem, através de altas montanhas, passei rente a abismos imensos, que dão vertigem ao serem fixados. Infelizmente, não havia como diminuir a velocidade e nem local para parar, a fim de poder fotografar.

Em todos os percursos, havia gente uniformizada cuidando da carretera. E em todos os grupos de manutenção espalhados pela estrada, muitos de seus integrantes possuíam motocicletas (125CC / $2.000.000,00 Pesos). A Colombia me impressionou muito bem pelo que vi na estrada, como foi na Costa Rica.

Baseado em minhas experiências, acho que de certa forma todas as grandes cidades são parecidas, para encenarem um moderno país, principalmente, para os turistas, que são trazidos com hotel, transporte e lazer, previamente programados. Para mim, as estradas é que dizem a verdade. Se há manutenção das rodovias, se há esmero na apresentação das margens das estradas, se há muitas plantações, se as pessoas mantém jardins em suas modestas casas, se há muitas crianças uniformizadas indo para a escola, se não há muita miséria à beira da estrada é porque o dinheiro público está sendo bem empregado. Não há como fingir que está tudo bem com o povo ou disfarçar a sua realidade, nos muitos quilômetros de estrada.

Cheguei à tarde, a Pasto. Como tive dificuldade de encontrar hotel, à beira da Rodovia Panamericana, pedi informação em uma oficina e um motociclista me levou a um bom hotel com estacionamento, mas que não aceitava cartão de crédito. Barato e confortável.

À noite, deu para suportar bem os 12ºC. Me recuperando da extrema perda de energia, estou ficando mais forte. Porém, mais uma noite fui dormir abraçado com a saudade.

PHD Artur Albuquerque
http://phdalaska.hwbrasil.com
www.phd-br.com.br


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